sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ANTONIO BARBOSA BACELAR - A UM PRADO FLORIDO


Recordando... António Barbosa Bacelar
A UM PRADO FLORIDO

Do que sou me vi já mui diferente,
Alegre tu virás a estar de luto:
Qual te vejo, me vi com flor, e fruto,
Qual me vês, te verás bem descontente:

Dá-te agora tributo o estio ardente,
Eu ao frio inverno dou tributo,
Assim nos fez o tempo sempre astuto,
Se triste agora a mim, a ti florente:

Não queiras fazer certo o meu receio,
Pois tens exemplo em mim: Ah quem me dera,
Que em mim escarmentaras teus enganos!

Mas lá virá o tempo horrendo, e feio,
Donde perca seu brio a primavera,
E te sirvam de dor meus 

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