sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

FREGUESIA DE SALIR DO PORTO


REGIÃO                   CENTRO
SUB REGIÃO            OESTE
DISTRITO                 LEIRIA
CIDADE                    CALDAS DA RAINHA
FREGUESIA            SALIR DO PORTO
Heráldica
Brasão
Escudo de prata, uma bandeira quadrada de azul com haste de ouro, carregada de uma estrela de cinco pontas de prata e acompanhada em chefe à dextra de uma camaroeiro de vermelho e à sinistra de um livro de prata realçado de vermelho. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: «SALIR do PORTO».


Badeira
 Esquartelada de azul e branco. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.


Selo
Circular, com as peças do escudo sem a indicação de cores e metais, tudo envolvido por dois círculos concêntricos, onde corre a legenda: «JUNTA de FREGUESIA de SALIR do PORTO»

Localização Geográfica



Salir do Porto é uma das 16 freguesias do concelho de Caldas da Rainha, com 9,91 km de área e 770 habitantes. A freguesia é composta pelos locais de Salir do Porto, Casais de Salir e Serra do Bouro.
A freguesia de Salir do Porto possui uma praia fluvial, na margem do rio Tornada que desagua na baía de São Martinho do Porto.

A praia de Salir é famosa pela sua duna de areia com cerca de 150 metros de altura. Existem outras praias de rocha na zona costeira, chamadas Quebradas. Com o assoreamento da baía até às suas dimensões actuais, desenvolveram-se outros centros populacionais e Salir do Porto caiu.


As casas estão distribuídas de uma forma mais centralizada em Salir e um pouco mais dispersa na zona dos Casais, facto que talvez se deva à evolução geográfica da povoação que começou em Salir para depois ir até aos Casais, na configuração hoje conhecida.
Considera-se a união de Salir do Porto com os Casais de Salir como uma só aldeia. Liga com dois portos piscatórios, o de Nazaré e Peniche, também com as praias de S. Martinho do Porto e Foz do Arelho. Salir do Porto, em tempos remotos, foi vila e sede de concelho, cujo porto marítimo era uma das principais fontes de abastecimento da região.

Salir está situado no “sopé” de uma colina que se destaca das restantes. O seu nome popular é de Castelo, pois no seu topo, de fácil acesso, existem algumas ruínas de uma antiga fortificação ou fortaleza de vigia, conhecida também por forca. A área que não está povoada consiste em terras de cultivo, zonas de mato rasteiro e floresta, especialmente pinhais e eucaliptais. Também é frequente encontrar pomares e à medida que nos aproximamos do mar, em direcção à zona costureira conhecida por “Quebradas”, depois da zona povoada por detrás das pequenas colinas, encontramos florestas com vegetação rasteira que se mistura com a areia solta.
A população foi-se desenvolvendo em redor da actual igreja matriz, até se efectuar a ligação com o lugar dos Casais. A principal actividade económica era a agricultura.
Num período mais recente, com a construção de novos acessos, especialmente da linha ferroviária do Oeste, Salir do Porto teve um desenvolvimento no turismo e, junto com a Foz do Arelho, tornou-se um dos locais mais agradáveis do concelho das Caldas da Rainha, tendo no entanto vindo a perder um pouco dessa importância a favor da Foz do Arelho.

História

Salir do Porto é uma terra muito antiga, anterior à própria nacionalidade, ficando a pouca distância da antiga cidade lusitana. Começou por ser conhecida por Salir da Foz, não se conhecendo no entanto, por falta de documentação, como lhes chamavam os nossos antepassados.
O nome “ Salir”, em Português arcaico “morrer”, é de facto o local onde “morrem” as ribeiras de Alfeizerão e de Tornada, que se juntam para formar o Rio Salir. Teve foral antigo, segundo alguns autores, dado por D. Afonso Henriques que conquistou Alfeizerão ao emir Aben-Assan que faleceu na luta com a sua filha Zaira ou segundo outros, pelo seu filho D. Sancho I.


D. Manuel I, o monarca Venturoso, concedeu-lhe foral novo datado em Lisboa a 10 de Março de 1515. O Numerando de 1527, ordenado por D. João II uma espécie de recenseamento populacional de todas as paróquias do País, embora ainda sem o necessário rigor, refere que pertencia à Casa da Rainha e estava incluída no termo de Óbidos.
Antes do desenvolvimento de S. Martinho do porto, Salir foi a povoação mais importante da região sucedendo-se a Alfeizerão, onde existia um porto de mar muito acessível, no qual se podiam abrigar oitenta navios no reinado de D. Manuel I, mas o assoreamento ocorrido em finais do século XVI inutilizou o porto de Alfeizerão

Em documentos de 9 de Junho de 1827, D. Dinis faz uma doação à sua mulher, a Rainha D. Isabel, concedendo-lhe “plenos direitos”das coisas que a esse porto pertencia: “salgo, panos de cor, armas, ouro e prata, pimenta, açafrão, ferro, aço, chumbo, estanho e cobre.” Desde então, a Vila de Salir jamais deixou de fazer parte da Casa da Rainha. A doação leva-nos a concluir que já no século XVIII o porto de Salir tinha bastante rendimento, uma vez que o monarca o doou à esposa, salvaguardando ainda para a corte as rendas de panos de cor, as armas, metais diversos e especiarias.


As ruínas que estão situadas nos limites da praia são um valioso testemunho do importante passado histórico que Salir viveu.
A alfândega servia todo o concelho, reparando e construindo barcos, com madeiras provenientes do Pinhal de Leiria. Rezam as lendas, que aqui terão sido construídos alguns barcos que participaram na Campanha das Índias de Vasco da Gama, nomeadamente a Nau São Gabriel.
Em finais do século XVIII, o concelho de Salir foi prontamente extinto, passando a ser um curato de apresentação do prior de S. Pedro, da vila de Óbidos. 

Em 1839 pertencia a este concelho e em 1840 passou para o de S. Martinho do Porto até à extinção deste em 24 de Outubro de 1855 quando passou para as Caldas da Rainha, onde ainda se mantém.
Embora hoje Salir do Porto seja apenas uma aldeia de pouca importância a nível nacional, em tempos foi uma vila sede de concelho, cujo porto marítimo era uma das principais fontes de abastecimento da região.
Hoje só estão de pé as velhas paredes, cada vez mais ameaçadas pela erosão causada pela água.



Capela de S. Ana


Salir do Porto possui alguns vestígios importantes do seu passado histórico. Os mais marcantes e mais óbvios são as ruínas da antiga Alfândega e da Capela da Senhora de S. Ana.
A Capela da Senhora de S. Ana, usualmente chamada de “capelinha”, e foi erguida na ponta mais afastada de Salir, no cimo da barra que serve de entrada à baía, cujo objectivo era o de abençoar os barcos que partiam em viagem. Hoje está em ruínas, sendo um dos monumentos mais importantes de Salir Da Capela de S. Ana restam umas desmanteladas ruínas.


 Igreja Matriz
A Igreja Matriz da freguesia está situada em Salir e, apesar de não constituir património arquitectónico fora do comum, é bastante interessante de visitar. Nelas são celebradas as missas todos os Domingos e ocasionalmente durante a semana. Pensa-se que esta igreja tenha cerca de três séculos, mas a riqueza arquitectónica histórica do seu interior perdeu-se durante obras de restauração há alguns anos.
Nas encostas que separam Salir do mar, existem quatro moinhos, testemunhas do passado em que os ventos eram aproveitados para a produção de farinhas. Hoje em dia três deles estão restaurados e são utilizados como casa de férias. O outro está em ruínas. Existem mais moinhos, mas estão igualmente em ruínas e estão situados em locais mais escondidos.






Ruínas da Alfândega


Em direção à baía, chegando a uma pequena encosta com escadas, logo avistará as ruínas, que ficam lado a lado com a pocinha. Outra hipótese é seguir o caminho da capelinha e de lá descer a encosta.



Paisagens


Em Salir do Porto existe uma enorme duna com cerca de 50 metros de altura e mais de 200 de comprimento que acompanha a encosta que serve de apoio à praia, protegendo-a dos ventos fortes do oceano. Esta duna já foi considerada a maior da Europa, estando agora em progressivo estado de erosão devido à ação do vento e do homem. Entre a população, esta duna é conhecida pelo nome de “Aréola”.
Em Salir do Porto é possível encontrar desde as praias às grandes colinas, estando Salir situado num vale que sobe progressivamente até aos Casais. Para o lado de Caldas da Rainha e São Martinho, o relevo torna-se praticamente plano, enquanto que para o lado do mar Salir está delimitado por um conjunto de elevações, embora de pouca altura, que se estendem desde a barra que delimita a baía, continuando para a Serra do Bouro.
É nessa zona limite da freguesia que existem as colinas mais elevadas, estando o marco geodésico de altitude máxima situado numa elevação que serve de abrigo às grutas de Salir do Porto, local a visitar, pois encontra-se no seu interior estalactites com muitos anos e mantêm as formas originais de grande beleza. Pode também encontrar algumas espécies de animais que predominam nesta zona de Reserva Natural.
A grande superfície de pinhal da Serra do Bouro, acompanhando toda a costa até a Foz do Arelho, permite usufruir de boas sombras e de vários locais de paragem onde pode contemplar a magnífica paisagem. 

 Praias
Localmente, estas praias têm o nome de Quebradas. As mais conhecidas são a Quebrada da Maria da Serra, especialmente indicada para a pesca; a Quebrada dos Batos, com o chão composto por milhões de pequenos seixos redondos; e a Quebrada de São Romeu, que está situada imediatamente a seguir à barra que delimita a baía do lado de Salir, e que é excelente tanto para banhos, como para a pesca, para a prática de mergulho e para a pesca desportiva.

Actividades Económicas

Pesca, agricultura, comércio, exploração de madeiras e serviços, 


especialmente o turismo.




Artesanato

Cerâmica





Gastronomia

Canja de perdiz

Cataplana de peixe

Massinha de peixe

Rosbife a S. Rafael

Tornedó à S.Rafael

Arroz de marisco



Arroz de Marisco

Ingredientes: 

500 grs de mexilhão
 400 grs de arroz
 500 grs de amêijoas
 500 grs de camarão
4 bocas de sapateira
 4 colheres de sopa de azeite
 1 cebolas médias picadas
 50 grs de margarina
 2 dentes de alho picados
 1 molhinho de coentros
 picante q.b.
sal q.b.
1 dl. de vinho branco
Modo de Preparo

1.   Limpe bem e lave todos os mariscos.
2.   Coza e descasque-os, aproveitando a água de todos eles.
3.   Não se esqueça de deixar alguns camarões inteiros para decoração final.
4.   Com as cascas e cabeças do camarão faça um bom caldo. 
5.   Refogue os alhos picados e as cebolas no azeite e margarina, sem deixar queimar.
6.   Junte o caldo, e o vinho e deixe levantar fervura. 
7.   Junte o arroz (4 chávenas de caldo para 1 de arroz) e deixe cozer por cerca de 12 minutos, junte os mariscos e os coentros picados e deixe ao lume por mais 3 minutos.
8.   Por fim retire o tacho do lume e decore com alguns camarões inteiros que deixou no inicio.
Sirva de imediato. 


Desporto e Lazer

O Centro Recreativo e Cultural de Salir tem sido uma grande fonte de apoio social aos 770 habitantes da freguesia, tem inclusivamente um centro de apoio a idosos com distribuição de refeições e tratamento de roupa. O CRC é também o responsável pelo parque polidesportivo de grande qualidade, pela gestão da piscina municipal oceânica e pela gestão do centro equestre de Salir do Porto. Está projectada para a freguesia a construção de uma pista de motas de água.

Este equipamento lúdico será único na Europa e irá atrair turistas de todo o mundo. Em Salir do Porto pode desfrutar da sua paisagem bem como de várias actividades desportivas que se realizam durante todo o ano na Baía de S. Martinho do Porto: canoagem, pesca, provas de vela, nas encostas de Salir, as provas de quad crosse (moto 4), de BTT peddy paper e visitas pedestres.
Salir do Porto tem também as festas e romarias que são tradição da aldeia, principalmente nos meses de verão: a feira anual de S. António, padroeiro de S. Martinho, que se realiza a 10 de Junho e que traz muitos visitantes, desde emigrantes que estão de férias em S. Martinho e Salir do Porto. A festa da padroeira de Salir do Porto, Nossa Senhora da Conceição, realiza-se na primeira semana de Agosto.

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