segunda-feira, 23 de julho de 2012

BRUNO TALENTINO - SEGUNDO MOVIMENTO

Segundo Movimento
Mas vem o amor, o amor que faz tão doce 
o travo em que circula à flor do instante, 
e entre resíduos vai como se fosse 
suficiente, plácido e constante...
Mas se é amor é muito mais cortante 
e em lâmina tão leve disfarçou-se 
que por melhor alar seu golpe pôs 
cintilações de ganho em cada instante.
E a alma se insurge, cobra a amor que abrande 
seu ginete malsão tonto de posse, 
esse peso de corpo que a alma torce
e não doma, esse breve, esse bastante
soluço da vontade no imperfeito —
mas a alma cede, a alma sucumbe ao peito...
Bruno Talentino

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