PALACIOS
Palácio de Monserrate
Sintra é um dos lugares de Portugal
classificados como Património da Humanidade. Para isso muito contribui o
ambiente mágico que conjuga a paisagem natural com os seus vários monumentos.
Um desses monumentos é o Palácio
de Monserrate, produto do romantismo com fortes influências inglesas.
Conheça neste artigo a história do
Palácio de Monserrate e seu estado de preservação.
No lugar onde hoje encontramos o Palácio de Monserrate, havia
vivido outrora um cavaleiro moçárabe.
Quando esse cavaleiro morreu, foi
sepultado nesse lugar e passou a ser venerado com fervor.
Então, durante o século XII, foi
construído um santuário sobre o seu túmulo.
Quatro séculos mais tarde, o Padre
Gaspar Preto reconstruiu aí uma capela em homenagem a Nossa Senhora de
Monserrate.
No início do século XVIII, esta
quinta pertencia ao 36º Vice-Rei das Índias, o nobre Caetano de Melo e Casto,
continuando a pertencer aos seus descendentes até meados do século seguinte.
Em 1790, a sua neta arrendou a quinta
de Monserrate ao inglês Gerard Devisme.
Nessa altura, existia aí um edifício semelhante a um castelo,
com duas torres, sendo uma delas uma torre de menagem, e com uma cobertura
cónica.
No entanto, em 1794, Gerard Devisme
partiu para Inglaterra e subarrendou a Quinta de Monserrate a William Beckford,
que promove alguns restauros no edifício e investe principalmente a sua
imaginação na envolvente paisagística, dando ao local um ambiente que combinava
de forma perfeita com a atmosfera romântica que o próprio lugar já possuía.
Quando o contrato de arrendamento
terminou, Beckford regressou a Inglaterra e a casa acaba por cair num abandono
progressivo.
Palácio de
Monserrate na Atualidade
Em 1856, a quinta foi adquirida por Sir Francis Cook, um
milionário inglês ligado ao comércio.
Dois anos depois, Sir Francis Cook
trouxe para Sintra, com o objetivo de recuperar a quinta, o arquiteto James
Knowles Jr., que se rodeou ainda de três homens talentosos: William Stockdale –
paisagista, Francis Burt – jardineiro, e William Nevil – botânico.
Estes homens, inspirando-se nos
ideais do romantismo,
criaram jardins mágicos, cheios de surpresas tais como clareiras, relvados,
bosques e vegetação exuberante trazida dos mais variados lugares do mundo, num
total de mais de mil espécies conjugadas sabiamente.
Quanto ao edifício, ele foi projetado
de uma forma particularmente interessante, num estilo neogótico, combinando
elementos retos com uma torre circular e cúpulas bolbosas.
A sua decoração interior é uma
decoração eclética com folhagens relevadas, bustos, arabescos, rendilhados
finíssimos e arquiteturas de estilo indo-persa.
A galeria mourisca com as sua colunas
em mármore rosa possui arcos polilobados que para quem os observa parecem não
ter fim. A pedra acaba por se desmaterializar em bordaduras e rendilhados
acompanhados pelo exotismo dos estuques de alguns artistas do Norte do país. A
sala da música possui uma cúpula repleta de extravagância, combinando o branco
da pedra com o dourado dos pormenores esculpidos delicadamente
Após as obras estarem concluídas, foram colocadas no Palácio de
Monserrate obras belíssimas e raras que serviriam como adornos mas que,
infelizmente, nos nossos dias se encontram desaparecidas.
Quanto à hisórica capela, pouco resta
da mesma, encontrando-se hoje perdida no meio da vegetação. Em 1870, Sir
Francis Cook foi agraciado com o título de Visconde de Monserrate. Já no século
XX, o seu bisneto, Sir Francis, vendeu o palácio a um particular (1946). Mais
tarde, o Estado Português adquiriu a quinta e, desde 1978, o Palácio de
Monserrate está classificado como Imóvel de Interesse Público.
Nos nossos dias, e após cerca de meio
século de encerramento, o público pode visitar de uma parte do interior do
Palácio de Monserrate.
Nesta visita, o turista tem à
disposição um guia que o ajudará a conhecer melhor, tanto o edifício como
também os jardins. Assim, hoje, qualquer pessoa pode desfrutar da magia eromantismo que este lugar emana.
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