quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CASTELOS - CASTELO DE OUGUELA


Castelo de Ouguela

 O Castelo de Ouguela está localizado no Alentejo, no distrito de Portalegre, em Portugal, na zona fronteiriça com a Espanha, fazendo parte da Primeira Linha defensiva desta região junto com as fortificações de Elvas, Campo Maior, Olivença e Juromenha.
Vestígios arqueológicos conservados estabelecem a ocupação desta zona pelos romanos, que construíram um castro designado como de Budunua e que logo foi reforçado com a invasão visigótica, transformando-o em Fortaleza de Niguela.
 Posteriormente seria fortificada pelos muçulmanos até a retomada no ano de 1255, no período compreendido de Reconquista Cristã da Península Ibérica, com ajuda de tropas castelhanas e leonesas, sendo integrada ao território português em 1297, pelo Tratado de Alcanices.
No ano seguinte ao Tratado, o Rei D. Dinis outorga-lhe a Carta de Foral, determinando também a reconstrução da fortaleza.
Os monarcas subsequentes, D. Fernando e D. João I ordenam a construção da cerca da vila, além da ordem deste último no ano de 1420, de conceder à povoação o privilégio de couto de homiziados, fato que instituía sua imunidade perante a justiça e os impostos reais.
Guerra de Restauração e o Castelo de Ouguela
O Castelo de Ouguela foi protagonista da luta portuguesa durante o século XVII, quando houve a tentativa de invasão por parte do exército espanhol comandada por um traidor da causa lusitana, João Rodriguez de Oliveira. A defesa do castelo resistiu ao assalto obrigando a retirada dos espanhóis.
Já no século seguinte, o Castelo de Ouguela ganhou o reforço de suas defesas, incluindo a construção de um baluarte, um meio-baluarte e um revelim, contribuições que, junto com as linhas abaluartadas edificadas no século XVI, determinaram a resistência sob o comando do Cavaleiro Brás de Carvalho perante os novos ataques espanhóis de 1762.
Características do Castelo de Ouguela
O castelo possui uma planta hexagonal irregular, com mistura de elementos próprios da arquitetura militar medieval como as muralhas em pedra de granito e de xisto e os torreões adossados, junto com a arquitetura moderna, os baluartes, as escarpas e os revelins.
O adarve medieval se encontra conservado em sua totalidade, enquanto as ameias e merlões do mesmo período foram substituídos pelas barbetas e pelas canhoeiras na torre de menagem. Um fosso envolve toda a fortificação abaluartada, fazendo desta um local isolado, modelo exemplar de praça forte fronteiriça.
Intervenções no Castelo de Ouguela
Nos inícios do século XVI, sob o reinado de D. Manuel I, foi encarregado ao escrivão e escudeiro Duarte De Armas o levantamento das fortificações raianas com Castela.
Como resultado deste mandato, ele apresenta ao Rei o chamado Livro das Fortalezas, onde o castelo e a vila se encontram considerados.
Estes dois códices proporcionam em detalhe o estado das construções militares portuguesas de Castro Marim a Caminha, incluindo desenhos das edificações em planta e panorâmicas, notas explicativas, medidas e cartografia.
No desenho do Castelo de Ouguela, Duarte de Armas o desenha como uma fortaleza medieval, defendida por sete torres quadrangulares.
Um desenho posterior do castelo, datado entre os séculos XVIII e XIX mostra a edificação acrescida com uma atalaia, fossos e estacaria, tendo sido projetadas mais reformas nos anos posteriores. Contudo, a recuperação do castelo foi interrompida em 1840, com a desmilitarização da praça.
No século XX, o Castelo tem sido objeto de intervenções e obras de conservação, restituição, consolidação e beneficiação em numerosas oportunidades.
O conjunto da vila e do castelo foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei de 1943, desenvolvendo-se hoje um projeto de salvaguarda e valorização dos núcleos urbanos de Ouguela em Portugal e Albuquerque na Espanha e suas respectivas fortificações.
Este projeto visa constituir a criação de uma área museológica, num plano interativo entre as duas fortalezas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário