Soneto
Travado
O que será que ela me ama,
se a impudência da ternura,
o quando vou, a volta escura,
esse parir quando me chama?
se a impudência da ternura,
o quando vou, a volta escura,
esse parir quando me chama?
O que terá que assim me odeia,
por que se faz de alegre e raiva,
sendo a distância que desmaia,
por que me aranha em sua teia?
O que faria se me esquece
e já me fere da esquivança,
senão me erra o que padece:
e já me fere da esquivança,
senão me erra o que padece:
a manhã cedo em cada prece,
a fúria azul dessa lembrança,
o calendário que enlouquece.
Reinaldo Jardim
Nenhum comentário:
Postar um comentário