CASTELOS
Castelo de Abrantes
O Castelo de Abrantes, também conhecido como Fortaleza de
Abrantes, fica situado no Ribatejo, nas freguesias de São João e São Vicente,
concelho de Abrantes, distrito de Santarém, em Portugal.
A silhueta das muralhas do Castelo de
Abrantes domina uma elevação da cidade e vigia atentamente a proximidade do
extenso caudal do rio Tejo.
História do Castelo
Há quem diga que a antiga fortaleza pré-romana terá sido
conquistada no ano de 130 a. C. pelo cônsul romano Décio Júnio Bruto.
Nessa época, Abrantes havia se tornado num ponto estratégico
fundamental, dado que esta cidade estabelecia a confluência de várias redes
viárias.
A cidade de Abrantes foi conquistada
por D. Afonso Henriques aos muçulmanos em 1148. Mais tarde,
seria alvo de dois longos e desgastantes cercos que foram levados a cabo pelos
Almorávidas, tendo o primeiro ocorrido 21 anos mais tarde, em 1169. No entanto,
as forças cristãs sob o comando do primeiro rei português defenderam valentia e
destreza este castelo.
Já no século XIII, o rei D. Afonso
III de Portugal procedeu a melhoramentos substanciais nas muralhas da cidade.
No entanto, foi D. Dinis quem cumpriu a tarefa de concluir o perímetro
defensivo, ao mesmo tempo que terminava a remodelação da Torre de Menagem.
Durante a crise de 1383 a 1385, o
mestre de Avis, futuro D. João I de Portugal, recebeu o apoio desta
praça-forte, tendo sido aí tomada a decisão de enfrentar o exército castelhano
em Aljubarrota.
Porém, na segunda metade do século
XVI, a fortaleza de Abrantes entrou em acentuada decadência, principalmente
durante a dinastia filipina pois,
ao longo da ocupação espanhola, o seu interesse estratégico foi considerado
nulo.
No entanto, em finais do século XVII, D. Pedro II mandou reedificar a praça-forte de
Abrantes, pois as Guerras da Restauração tornariam a colocá-la no centro da
estratégia defensiva do território nacional.
Nessas grandes obras de remodelação
foram acrescentados ao castelo medieval dois meios-baluartes, sendo que, ao
mesmo tempo, procedia-se à adaptação e alargamento das muralhas, preparando-as
para os impactos destruidores da pirobalística.
Castelo de Abrantes na Atualidade
Durante o
século XVIII, as instalações do Castelo de Abrantes foram adaptadas a quartel,
para poderem dar guarida a um regimento de cavalaria real.
Alguns anos mais tarde, entre 1792 e 1799, o
Castelo de Abrantes foi ampliado e ocupado pela legião comandada pelo marquês
de Alorna.
Assim, já
no virar do século, Castelo de Abrantes seria um dos palcos da denominada
Guerra das Laranjas, conflito luso-espanhol que arrastou para a guerra algumas
localidades portuguesas.
Em 1807,
pelas mãos de Junot, as tropas napoleónicas invadiram Portugal, sendo que, com
ele estendeu-se todo um cortejo de violência e humilhações.
O marechal
francês ocupou a cidade de Abrantes , a 22 de novembro, atribuindo a si próprio
o título de duque de Abrantes.
No
entanto, menos de um ano depois, a cidade foi recuperada por um grupo de
militares portugueses e também de populares.
Apesar
disso, no decurso da terceira invasão francesa, Abrantes voltou a ser reocupada
e martirizada pelas tropas comandadas por Massena, após a derrota deste nas Linhas de Torres Vedras.
Em nossos
dias, apesar de desativado em termos de aquartelamento militar, o castelo de
Abrantes continua a conservar a beleza dos volumes castrenses do seu passado.
Rodeada por um parque elegante e verdejante, a fortaleza deixa ver dois
distintos panos de muralha, encontrando-se o primeiro reforçado por cilíndricos
torreões e rasgado por algumas aberturas retangulares.
A porta principal
foi rasgada no ângulo nordeste da fortaleza.
O elemento
que mais se destaca neste conjunto arquitetónico é a extensa Loggia do
Paço dos Marqueses de
Abrantes,
uma varanda de grandes e poderosos arcos de volta perfeita, ladeada por dois
torreões cilíndricos.
No
interior da praça de armas existem ainda as antigas dependências palacianas, marcadas
pela grandiosidade das suas estruturas arquitetónicas.
A emergir
destas construções, encontra-se a antiga Igreja de Santa Maria do Castelo,
que foi convertida em museu e onde se expõem belas coleções de escultura
romana, escultura tumular dos século XV e XVI, e ainda de notáveis painéis de
azulejos sevilhanos.
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