Palácio de Sant’Anna
O Palácio
de Sant’Anna é um
edifício construído em meados do século XVIII, mais precisamente em 1740, que
fica situado bem no centro de Lisboa, no cimo da Calçada de Sant’Anna e que faz
gaveto com a Travessa onde outrora existia o antigo Convento de Sant’Ana, junto
ao Campo de Sant’Anna.
Passados apenas 15 anos da construção
do Palácio de Sant’Anna, deu-se o terramoto de Lisboa de 1755, sendo que, nessa
altura, com excepção das fachadas Norte e Poente, todo o interior do Palácio de
Sant’Anna foi gravemente afectado dando-se assim início, a partir daí, a
um período de reconstrução.
Em 1795, foram mandados fazer os
azulejos neoclássicos da Real Fábrica do Rato, que foram colocados na escada e
no andar nobre do Palácio de Sant’Anna.
Então, no ano seguinte, deu-se início
à elaboração dos tetos e sancas em tela pintada a têmpera, tendo estes sido
pintados, muito provavelmente, por Jean Baptiste Pillement, que se encontrava a
viver em Portugal devido às obras que lhe foram encomendadas no Palácio Real de
Queluz.
Em 1800, foram acrescentados aos
chãos palacianos os belíssimos parquets franceses dos salões e do vestíbulo do
Palácio de Sant’Anna, elaborados com madeiras exóticas e formando diferentes
desenhos em cada uma das salas do andar nobre.
As obras e melhoramentos do edifício
pararam no ano de 1807, devido às invasões francesas em Portugal, tendo os
exércitos franceses permanecido em Portugal até 1810.
Só em 1830 se voltou a fazer obras no
Palácio de Sant’Anna, sendo que, a partir desse ano e até 1840, se procedeu ao
enriquecimento dos interiores do Palácio com molduras trabalhadas nas paredes
dos salões. 1867 – Na Casa instala-se a Embaixada do Império Austro-Húngaro em
Portugal.
Em 1867, instalou-se neste edifício a
Embaixada do Império Austro-Húngaro em Portugal, sendo relatado pelo Conde de
Mafra, no livro “Memórias do Conde de Mafra”, de sua autoria, que a certa
altura foi convidado pelo Embaixador para ir almoçar ao Palácio de Sant’Anna e
ficou deveras encantado com a beleza da Casa.
Palácio de Sant’Anna do Século XX e
Até aos Nossos Dias
Em 1914, rebentou a 1ª Guerra Mundial, que durou quatro anos, e
no final da qual, em 1918, foi dissolvido o Império Austro-Húngaro. Por esse
motivo, foi encerrada a Embaixada Autro-Húngara em Portugal, que aí funcionava.
Assim, o Palácio de Sant’Anna acabou
sendo adquirido no princípio do século XX, mais precisamene, em 1919, pelo
Professor Doutor António Lino Netto, com o objetivo de fazer deste a sua
residência famliar.
Este homem, eminente Advogado no seu
tempo, era Professor e Reitor do Instituto Superior de Economia, Vice-Reitor da
Universidade Técnica de Lisboa, Presidente da Assembleia Nacional (durante o
governo de Sidónio Pais) e foi ainda Presidente do Centro Católico Português.
António Lino Netto foi um acérrimo
opositor de Afonso Costa e também um grande defensor da Igreja durante a
primeira República, tendo sido por esse motivo agraciado com a Grã-Cruz de São
Gregório Magno, sendo essa a mais alta condecoração civil da Santa Sé.
Nessa altura, as respectivas
insígnias foram-lhe entregues pelo Sr. Cardeal Patriarca D. António Mendes
Bello que falou em nome de todos os Bispos de Portugal.
1940 – 1998 – A Direcção Geral de
Viação arrenda a Casa e os seus serviços, assim como os da Polícia de Viação e
Trânsito, passam aí a funcionar.
Alguns anos mais tarde, em 1940, o
Palácio foi arrendado à Direção Geral de Viação, que aí passou a funcionar em
conjunto com a Polícia de Viação e Trânsito, tendo aí permanecido até ao ano de
1998.
Já no final do século XX, o Palácio
de Sant’Anna acabou por ser adquirido na sua totalidade aos restantes herdeiros
por uma neta do anterior proprietário, a Srª D. Maria de Jesus Patrício Lino
Netto da Motta Guedes, e pelo seu marido, o arquiteto João Teixeira da Motta
Guedes.
A 10 de Abril de 2000 deu-se início a
algumas obras de restauro no Palácio de Sant’Anna, tendo as obras ficado
concluídas em 2 de Novembro de 2002.
Ainda assim, nestas obras esteve
sempre patente a preocupação em se conservação e respeitar os elementos
construtivos, arquitetónicos e decorativos que constituem e caraterizam o
Palácio de Sant’Anna, preocupação essa que sempre existiu nas intervenções que
o edifício sofreu ao longo dos séculos e que servira para completar e
enriquecer a sua personalidade.Após a conclusão do restauro, o Palácio de Sant’Anna foi aberto ao público para que aí passassem a ser realizados eventos e também para o aluguer de espaços para escritórios
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