Palácio
da Rosa
O Palácio
da Rosa é um
solar oitocentista, construído com alguns traços quinhentistas, que fica
situado no Largo da Rosa, no local que é mais conhecido como a Mouraria, na
freguesia do Socorro, no Concelho e Distrito de Lisboa. Atualmente, está
classificado como Imóvel de Interesse Municipal.
A sua história já longa teve início a
16 de Dezembro de 1393, quando foi dada autorização por parte da Câmara
Municipal de Lisboa a Afonso Anes Nogueira, marido de Joana Vaz de Almada, que
era filha de Vasco Lourenço de Almada, distinto cavaleiro e alcaide-mor, que
morava na mesma cidade de Lisboa, para derrubar umas velhas construções que aí
existiam e fechar as ruas que davam acesso à Igreja de São Lourenço, também
chamada de Igreja do Socorro.
O objectivo era que aí fossem construídas algumas casas e um
edifício que traria maior honra à cidade de Lisboa. A este edifício veio mais
tarde a dar-se o nome de Palácio da Rosa.
Em 1755, no terramoto de Lisboa, o
edifício ficou destruído quase na totalidade, vindo a ser reedificado ainda no
mesmo século.
O palácio da Rosa fazia parte do
chamado morgado de S. Lourenço, mas acabou por passar a fazer parte da casa dos
Marqueses de Ponte de Lima, por casamento.
Mais tarde, e também por casamento, o
Palácio da Rosa passou a pertencer aos bens dos Marqueses de Castelo Melhor.
É por isso que este edifício é
atualmente conhecido por muitos como o Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima e
dos Castelo Melhor.
Já no século XX, entre 1927 e 1942 o
Palácio da Rosa pertenceu ao escritor e poeta, Afonso Lopes Vieira, que aí
residiu durante esse período.
Mais tarde, em meados da década de
60, o Palácio da Rosa passou a pertencer à Câmara Municipal de Lisboa,
acabando, no entanto, por ser vendido já no final do século.
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Atualmente, o Palácio da Rosa pertence a um grupo hoteleiro madeirense, tendo sido adquirido em hasta à Camara municipal de Lisboa.
Já depois de ter sido vendido, o
Palácio foi classificado como imóvel de interesse municipal, no âmbito de uma
proposta aprovada, por unanimidade, pelo executivo da Câmara Municipal. Não
deixa de ser curioso que, o pedido feito pela Unidade de Projecto da Mouraria
(UPM), tenha apenas surgido quando já havia decorrido mais de um ano sobre a
sua venda.
Visto que aquando da compra do imóvel
pela Olissibona, uma empresa madeirense de empreendimentos turísticos, ficou-se
a saber que o objectivo da compra era transformar o Palácio da Rosa num hotel
de charme com cerca de 60 quartos, o pedido de classificação deste como imóvel
de interesse municipal surgiu com o objectivo de salvaguardar estéticos que a
futura intervenção sobre o edifício poderia provocar. No entanto, como é óbvio,
esta classificação deveria ter surgido anteriormente à venda pois, com este
ato, foram mudadas as regras do jogo a meio do mesmo.
Apesar da venda do Palácio da Rosa,
esta não contemplou a Igreja de São Lourenço, que integra o conjunto edificado,
mas que permaneceu nas mãos da autarquia.
Já há algum tempo, era objectivo da
Câmara Municipal de Lisboa disponibilizar o Palácio da Rosa, por um determinado
período de tempo, a um grupo hoteleiro que o recuperasse e usufruísse dos
dividendos, já que a autarquia não tinha dinheiro para tal. No entanto, com o
executivo actual, as prioridades mudaram e foi resolvido proceder-se à venda.
Apesar do objectivo de aí se instalar
um hotel de charme, a verdade é que o futuro do Palácio da Rosa é um tanto incerto
pois, para que tal acontecesse, seria necessário que aí fosse construído um
Parque de Estacionamento, tal como é obrigatório por lei. No entanto, segundo o
Plano de Ordenamento do Território, nesse local será impossível a construção do
dito Parque de Estacionamento.Como tal, resta-nos esperar para ver o que o futuro reserva para este imóvel que se encontra em estado adiantado de degradação.
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