EU
Até agora eu não me conhecia.
Julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.
Mas que eu não era eu não o sabia
E, mesmo que o soubesse, não o dissera...
Olhos fitos em rutila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!
Andava a procurar-me - pobre louca! -
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!
E esta ânsia de viver, que nada acalma,
É a chama da tua alma a esbracejar
As apagadas cinzas da minha alma!
Florbela Espanca
Grande Poetisa portuguesa, cada vez mais esquecida...É a nossa herança cultural,literária, que temos o dever de transmitir às novas gerações. Leiam poesia,esta não cansa e alimenta o espírito. Eu mesma, faço poesia. Foi a maneira que encontrei para sublimar a realidade. Beijinhos...
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