REGIÃO CENTRO |
SUB-REGIÃO OESTE
DISTRITO LEIRIA
CIDADE ALENQUER
FREGUESIA CABANAS DE TORRESHERÁLDICA
Brasão
Escudo de prata, dois cachos de uvas de púrpura, folheados de verde, acompanhados em chefe de uma armação de moinho de negro, vestida e cordoada de azul e em ponta de três montes de verde, carregado cada um de uma pinha de ouro. Coroa mural de três torres de prata. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: "CABANAS DE TORRES".
Bandeira -
Azul. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de Ouro.
Historia
Freguesia situada nas abas da serra de Montejunto, no limite do concelho com o de Cadaval, Cabanas de Torres dista cerca de 16 quilómetros da vila de Alenquer.
Com uma área de 6,79 quilómetros quadrados, Cabanas de Torres é a mais pequena freguesia do concelho. O seu termo apresenta desníveis de altitude que vão dos 107 metros junto do lugar da Paúla até aos 666 metros na capela de S. João no alto da serra. Uma das suas principais características é a profusão de moinhos que se estendem por uma linha de cumeadas que marca o limite da zona povoada e assinala o início das vertentes da serra de Montejunto.
A antiga freguesia de S. Gregório Magno de Cabanas de Torres esteve anexa à freguesia de Abrigada, segundo uns, ou, conforme outros, foi um curato anexo ao prior de Ventosa no termo da vila de Alenquer e era sua donatária a Casa da Rainha. O pároco tinha uma renda anual de um moio de trigo e um tonel de vinho, fora o pé-de-altar. Nas “Memórias Paroquiais” de 1758, o Pe. José Luís Pereira informa que a sua freguesia era constituída pelos lugares de Cabanas de Torres e Paúla, o primeiro com “cinquenta e oito vizinhos em que há cento e oitenta e duas pessoas maiores e vinte e uma menores”, e o outro com “vinte e um vizinhos”.
É tradição que nesta freguesia, no cume da serra de Montejunto, onde se faz a separação entre os concelhos de Alenquer e de Cadaval, existiu a primeira habitação dos frades de S. Domingos. É tradição também que esta povoação foi fundada no século XIII por habitantes de Torres Vedras, fugidos desta vila em consequência de uma terrível epidemia que por ali grassou. O povo, levando o pároco à frente, ocupou os terrenos chamados Monte Santo, onde se formou a povoação, primitivamente só de cabanas. Fez-se então um tosco altar de toscas pedras e celebrou-se uma missa, cessando de imediato a feroz mortandade que até ali tantas vidas ceifara. Pouco tempo depois edificou-se uma pequena capela onde foi colocada a imagem de S. Roque, trazida de Torres Vedras.
Património cultural e edificado:
Chafarizmosteiro dominicano
A igreja matriz da freguesia, cuidadosamente restaurada há cerca de dez anos, é um edifício de arquitectura muito simples. Rodeada por um muro baixo, o acesso faz-se por alpendre abobadado. O campanário é de concepção arquitectónica bastante antiga e de um modelo pouco vulgar. O interior apresenta uma capela-mor e uma nave com tecto em abóbada de berço. A decoração é muito sóbria sendo de destacar o forro das paredes da capela-mor em azulejos azuis e brancos enxaquetados, do século XVII. Na parede lateral da nave e numa edícula, um bom painel de azulejos historiados, do século XVIII, representa “S. Miguel pesando as almas”. O púlpito, de calcário, é de desenho simples e apresenta na base uma data: 1690. A pia baptismal de modelo bastante antigo não tem qualquer decoração. Em 1758, o pároco informava que a igreja tinha “três altares, o Altar-mor onde está colocado o Sacrário e dois colaterais, um do Mártir S. Sebastião e o outro de Nossa Senhora da Conceição”.
Outro dos edifícios religiosos desta freguesia é a Capela da Senhora do Ó, em Paúla. Segundo a tradição, esta ermida é das mais antigas do concelho. Tem festa na última semana de Agosto. O templo é de arquitectura muito simples ainda que alterada por sucessivos restauros. No terramoto de 1755 foi a única ermida da freguesia que “teve alguns rombos na abóbada”, como diz o Pe. José Pereira. O acesso à capela é feito através de uma pequena galilé com abóbada de berço. No altar-mor tem uma imagem, de roca, de Nossa Senhora do Ó.
Numa das cotas mais elevadas da serra da Neve, junto do marco separador dos concelhos de Alenquer e de Cadaval, ergue-se a capela de S. João Baptista. É uma pequena construção de arquitectura muito rude e monolítica, de paredes grossas e como que agarradas aos penedais da serrania. No seu interior é digno de referência o frontal do altar de azulejos policromados do século XVII com elementos animais e florais. A decoração do templo é completada com painéis de azulejos figurativos do século XVIII, com temas da vida de S. João Baptista. Pena é que muitos destes azulejos estejam colocados fora do seu lugar. O retábulo do altar é em mármore de cores rosadas, provavelmente dos finais do século XVII. Quase ligadas a esta ermida estão as ruínas de um velho convento. COLECTIVIDADES |
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