sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

FREGUESIA DE ODELEITE

REGIÃO                    ALGARVE
SUB-REGIÃO            ALGARVE
DISTRITO                 FARO
CIDADE                   CASTRO MARIM
FREGUESIA             ODELEITE

Heráldica
Orago – 
Nossa Senhora da Visitação

 
Ordenação heráldica do brasão e bandeira
Publicada no Diário da República, III Série de 25/10/2002
Armas - Escudo de ouro, duas armações de moinho de vermelho, cordoadas do mesmo e vestidas de verde e uma bilha de leite de verde, gotada de prata; campanha ondada de azul e prata de cinco tiras. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: " ODELEITE
Bandeira –
De verde. Cordões e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro. 


Justificação dos Simbolos

Armações de Moinho
Duas armações de moinho de vermelho, cordoadas do mesmo e vestidas de verde.
Representam a agricultura e os locais de maior interesse turístico da freguesia.





Bilha de Leite e Burelas Ondadas



Aldeia Histórica de Odeleite
O espaço da aldeia resulta da relação do núcleo edificado com a várzea agrícola, onde a ribeira, para além da condição de génese, encerra a importância de elemento de suporte da aldeia enquanto sistema e estabelece a relação da mesma com o exterior.O topónimo da freguesia de Odeleite, terá a sua origem no árabe "wdi al-laban", que quer dizer "rio de leite". A origem do povoamento é muito antiga, dada a sua localização entre as quatro altas serras, numa área muito explorada por povos antigos e que beneficia da passagem da ribeira que, no tempo da ocupação árabe, era um rio denominado Leite, bem mais caudaloso do que é a ribeira actualmente.

HISTORIA
 Considerada a maior Freguesia do Concelho de Castro Marim, ocupa uma superfície de 140,8 km2, que correspondem a 46,9% da área total do mesmo.
Em 1991 residiam na Freguesia 1260 habitantes (concentrava 18,5% da população do Concelho) e em 2001 estes passaram a ser 934 ( o que representa 14,2% da população dos Concelho), verificando-se assim um decréscimo populacional de 25,9%. 
Relativamente aos grupos etários da Freguesia, os jovens em 2001 eram 48 ( apenas 5,8% dos jovens do Concelho), os activos 396 (9,8%dos activos do Concelho) e os Idosos 490 (28,4% do idosos do Concelho). Nesta Freguesia residem 6,6 habitantes por Km2, o que indica o seu despovoamento.
A perda de população na última década e ao longo da anterior reflecte o forte envelhecimento demográfico da freguesia, o­nde o Índice de envelhecimento atinge o valor mais elevado, 1021 idosos por cada 100 jovens, superando mesmo o índice de Envelhecimento do Concelho, e a saída dos efectivos para outras zonas do litoral, em busca de melhores condições de vida devido às características rurais da freguesia.
Esta Freguesia contribuiu, na última década, fortemente para o Envelhecimento Demográfico do Concelho.







DESENVOLVIMENTO E TURISMO
Esta freguesia do concelho de Castro Marim conta com diversas associações para preservar e divulgar as tradições e a cultura locais:



            Associação Social da Freguesia de Odeleite


    Clube Desportivo Recreativo e Cultural de Odeleite
Clube de Caçadores e Pescadores Amigos da Natureza

Clube de Pescadores e Caçadores de Odeleite
Clube de Caçadores de Entre Barragens
Clube de Caçadores da Corte Pequena
Clube de Caçadores e Pescadores das Furnazinhas
Clube Desportivo de Caça e Pesca do Guadiana
Cooperativa Agrícola e Rega de Odeleite
Cooperativa Agrícola e Rega de Corte Pequena Cooperativa Agrícola e Rega das Furnazinhas



ARTESANATO
A freguesia de Odeleite tem, desde há séculos, o título de "Capital da Cestaria de Cana e da Condessa", pois, devido à abundância de cana junto à ribeira, este povo dedicou-se à cestaria. Infelizmente, cada vez há menos pessoas a dedicarem-se a estas manufacturas.
Outro artesanato ainda visível em Odeleite é a execução de tapetes de retalhos e miniaturas em madeira. Para além deste artesanato, as senhoras da terra fazem para os seus filhos e netos lindas rendas e meias de lã e linha.


PATRIMONIO ARQUITETONICO
No domínio do património edificado, a freguesia de Odeleite integra diversas obras de relevo:

Igreja Matriz


Igreja da Nossa Senhora da Visitação


A Igreja da Nossa Senhora da Visitação encontra-se envolta em mitos e contos sobre as visitações que recebia, originando assim o seu nome. A Igreja faz parte integrante da paisagem que se tem sobre a aldeia de Odeleite, freguesia de N. Sra. da Visitação, que desde 1534 faz parte dos livros de história e do concelho de Castro Marim.
Este lugar era então denominado Lugar de Oeleite, onde se situava uma encosta que olhava de frente para a Igreja de Nossa Senhora da Visitação.
Esta igreja foi visitada por duas Visitações, a de 1534 e a de 1565, que a descreveram na sua forma inicial. As lendas dizem que este templo terá sido construído após a Visitação anterior de 1518, daí deriva a sua tipologia interna de Igreja Mendicante, ou seja, referente ao período gótico.
A Visitação de 1534 refere que o tecto da igreja estava forrado a madeira de castanho com canas, e o campanário existia sobre o portal principal, e era de vão único.
A Visitação de 1565 relata-nos que esta igreja estava aredada da aldeia, e descrevem-na da seguinte maneira: referem que o tecto da dita igreja estava madeirado de tesoura e forrado de cana; em cima do arco triunfal existia um crucifixo de vulto; a pia baptismal era à esquerda junto à entrada e estava cercada de grades. Esta Igreja é das mais belas Igrejas de Odeleite.





Castros Romanos






Estes vestígios da passagem romana por esta região situam-se nos lugares de Corte Velha, Corte Nova e das Furninhas.









Moinhos
Nesta freguesia do concelho de Castro Marim ainda é possível apreciar diversos moinhos de água e de vento, actualmente desactivados. Os moinhos de água eram movidos pela força da água da Ribeira e os de vento, de modo a aproveitarem melhor a energia eólica, eram construídos no alto dos montes. Estes moinhos eram usados para moer o cereal, mas com o passar do tempo foram substituídos pelos novos mecanismos.
PATRIMONIO NATURAL
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A freguesia de Odeleite é detentora de um valioso património natural: os montes, a ribeira, a fauna e a flora deliciam qualquer amante de Natureza.
 
 A freguesia de Odeleite é detentora de um valioso património natural: os montes, a ribeira, a fauna e a flora deliciam qualquer amante de Natureza.
A freguesia de Odeleite é detentora de um valioso património natural: os montes, a ribeira, a fauna e a flora deliciam qualquer amante de Natureza.

Os passeios pedestres, de BTT, de cicloturismo, de 4x4 e de trekking, assim como os desportos náuticos e a fotografia, cativam um grande número de pessoas que, desta forma, alcançam momentos de descontracção e divertimento.

Nesta povoação o visitante tem à sua disposição uma zona de merendas e de banhos onde muita gente se encontra e passa um alegre dia de convívio.

O principal acesso a esta freguesia, que lhe permite visualizar todas as belezas da região, é efectuado pela Estrada Nacional 122, a cerca de quinze minutos da Via do Infante. A deslocação também pode ser efectuada pelo transporte rodoviário diário, que faz a ligação a Lisboa e a Vila Real de Santo António.




Barragem

 A barragem de Odeleite, construída entre maio de 1992 e setembro de 1998, situa-se perto de Tavira, no concelho de Castro Marim, separada de Espanha apenas pelo rio Guadiana.O aproveitamento hidráulico do conjunto das barragens Odeleite-Beliche tem como objetivos o fornecimento de água para abastecimento público a todo o Sotavento Algarvio e o fornecimento de água para a agricultura.
Odeleite é uma barragem de enrocamento, com uma cortina de impermeabilização em betão localizada no paramento de montante. A sua altura é de 65 metros, possui um volume total de armazenamento de água de 130 000 x 103 m3 e uma capacidade útil de 117 000 x 10m3, e apresenta uma superfície inundável ao NPA (Nível Pleno de Armazenamento) de 720 hectares. 

 As cotas de água na albufeira são: NPA de 52,00 metros, NMC (Nível Máximo de Cheia) de 52,90 metros e NmE (Nível Mínimo de Exploração) de 22,00 metros.
Nesta barragem podem ser encontrados dois sistemas de medição de deslocamentos diferentes - um para a medição dos deslocamentos horizontais, localizado na estrutura da barragem, e outro para a determinação de deslocamentos e medições das tensões instaladas no interior do maciço rochoso de assentamento da estrutura da barragem.
A barragem de Odeleite inclui os órgãos hidráulicos, constituídos pela galeria de desvio, pelos descarregadores de cheias e pelas descargas de fundo. Para a execução destes trabalhos houve necessidade de proceder à exploração de uma pedreira.
As escavações subterrâneas retiraram 16 400 m3 de terra, enquanto as escavações a céu aberto retiraram 49 200 m3. A barragem ocupa 375 462 m3 e a portela ocupa 67 016 m3.
É de salientar que a barragem de Odeleite e a barragem do Beliche estão ligadas através de um túnel que une as albufeiras de Odeleite e de Beliche, apresentando um comprimento total de 2950 metros.
Gastronomia

Sopa de Fedeus de Odeleite
Autoras: Amália da Conceição
Ingredientes
250 gr de farinha de trigo,
 sal  
água q.b.
150 gr de grão de bico,
1 osso de presunto,
100 gr de toucinho,
1 chouriço caseiro,
2 punhados de fedeus e
folhas de hortelã.
Modo de preparação
1.   Mistura-se a farinha com a água e o sal e
2.   esfrega-se até fazer pedaços pequenos que depois são separados fazendo pequenos grãos.
3.   Colocam-se ao sol a secar durante 3 horas e ficam prontos para cozer.
Modo da preparação da sopa:
1.   Coloca-se ao lume a cozer numa panela de barro, o grão, o toucinho, a chouriça.
2.   Depois de tudo cozido juntam-se os fedeus e deixa-se cozer durante cinco minutos.
3.   Depois de cozida e antes de servir enfeita-se a sopa com uma folhinha de hortelã.
Dados complementares:
Os ingredientes utilizados nesta receita eram todos produzidos em Odeleite, o presunto, o chouriço, e o toucinho era de criação, o grão era cultivado nos serros e depois moído nos moinhos de água e de vento. Esta receita tem pelo menos 200 anos e pensa-se ter origem árabe. Em épocas de grandes carências e dificuldades os fedeus substituíam o arroz e a massa e eram feitos em casa para o aproveitamento dos restos de massa do pão. Esta sopa fazia-se durante todo o ano, mas especialmente no tempo quente, porque era necessário secar os fedeus ao sol.
Açorda de Galinha
Autora: Maria Emília Cavaco

Ingredientes:

1 galinha caseira,
1 lt de grão de bico demolhado,
3 dentes de alhos,
q.b. de azeite,
 pão,
hortelã,
2 ovos e
q.b. de água.

Preparação:

1. Coloca-se a galinha caseira, o grão, o sal, e azeite dentro de uma panela,
2. junta-se água, tapa-se e deixa-se cozer.
3. Batem-se os ovos dentro de uma terrina e depois da galinha cozida juntam-se os ovos e mexe-se com rigor para engrossar o caldo sem deixar o ovo coalhar.
4. Corta-se o pão às fatias para dentro de um alguidar de barro, deita-se o caldo e a galinha e junta-se a hortelã.
Creme Leve de Odeleite

Autora: Paula Pinto

Ingredientes:
1 litro de leite,
6 colheres de sopa de farinha,
1 casca de limão,
200 gr de açúcar,
4 ovos e
amêndoas torradas lascadas.
Preparação:
1.   Num tacho coloca-se o leite, as gemas de ovo, a farinha e o limão.
2.   Mexe-se tudo muito bem até as gemas ficarem desfeitas.
3.   Leva-se ao lume e mexe-se sempre até começar a engrossar.
4.   À parte batem-se as claras em castelo.
5.   Noutro tacho coloca-se o açúcar com três gotas de água para fazer caramelo e depois junta-se ao creme mexendo sempre para se desfazer e não ficar duro.
6.   Tira-se do lume e juntam-se as claras envolvendo-as com uma colher de pau, de baixo para cima.
7.   Deita-se o creme numa travessa e enfeita-se com amêndoas torradas e lascadas por cima.
8.   Serve-se frio.

Dados complementares:
Esta receita tem cerca de 200 anos em Odeleite, “propriedade” de uma família, e era considerado um doce rico, praticamente só feito para ocasiões especiais, por exemplo para os casamentos.

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