segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

FREGUESIA DE MAÇUSSA

REGIÃO                    ALENTEJO
SUB-REGIÃO            LISBOA

DISTRITO          LIZIRIA DO TEJO
CIDADE                   AZAMBUJA
FREGUESIA             MAÇUSSA







Orago
Nossa Senhora da Conceição






  Ordenação heráldica do brasão e bandeira
A identidade heráldica e simbólica da Freguesia foi consagrada em Setembro de 2000, quando no Diário da República, III Série, de 18 de Setembro, é aprovada e publicada a heráldica, bandeira e brasão de Maçussa, assim descrita:

Brasão 


Escudo de prata, três cachos de uvas de púrpura, folhados de verde, bem ordenados; em chefe, uma flor-de-lis de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda a negro em maiúsculas : “MAÇUSSA“.




Bandeira – 
De verde, cordões e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Bandeira para hastear em edifícios (2x3)










Estandarte
pala cerimónias e cortejos (1x1)











História
É a mais jovem Freguesia do Concelho de Azambuja, elevada a esta categoria a 4 de Outubro de 1985. O Concelho de Azambuja viu a chegada da sua 9.ª freguesia, dotada de uma área de 7, 477 km2 onde, segundo os Censos de 2001, viviam 506 habitantes. 
Desanexada territorialmente da freguesia-mãe, Manique do Intendente, com Vila Nova de S. Pedro fizera parte da paróquia medieval de S. Pedro de Arrifana. Com as outras duas freguesias comunga uma secular relação histórica. Com elas tem em comum séculos de história eclesiástica e administrativa, cujo documento mais antigo conhecido, nos leva até ao início do século XIV.
Maçussa é palavra de origem árabe, com o significado de «fundada» ou «edificada», podendo inferir-se, pelo seu topónimo, que é remota a sua existência.
A capela de Santo António, depois consagrada também a Nossa Senhora da Conceição teve em 1675 a sua primeira grande obra de ampliação, que no século XVIII servia os 37 vizinhos do lugar. Por devoção e agradecimento ao Mártir S. Sebastião que protegeu a população no reinado de D. Pedro V (1853-1861) da cólera-morbus, com maior incidência no ano de 1856, este Santo protector da peste e da guerra começou a ser venerado na Freguesia por alturas do Natal e não no seu dia – 20 de Janeiro.
Honra-se esta Freguesia de nela ter nascido, em 1887, o Eng.º João Camilo Rodrigues, que em 1911, foi eleito deputado por Luanda à Assembleia Constituinte, da recém-implantada República, tinha então apenas 24 anos. Grande amigo do Dr. António José de Almeida, faleceu em Cabo Verde em 1971.

1301 – A quinta de Alcoentrinho que pertencia a um Peres Esteves, almoxarife de Santarém passa a pertencer a João Simão, meirinho-mor de D. Dinis e sua mulher Maria Guilherme.
Pedro Álvares, Compilação das Escrituras da Ordem de Cristo, f. 113.
 1320-1321 - Para efeitos de "Bula de Cruzada" em que o Papa autorizara D. Dinis a cobrar os dízimos, a paróquia de S. Pedro de Arrifana é taxada em 400 libras.
Catálogo de todas as Igrejas, Comendas e Mosteiros dos Reinos de Portugal e Algarve, Biblioteca Nacional de Lisboa e Pereira, José António Machado (2001). Santa Maria de Azambuja, p. 76.
 1339 - João Simão, meirinho-mor de D. Dinis e sua mulher Maria Guilherme, fazem doação por escambo com Vasco Fernandes, Mestre dos Templários, da quinta de Alcoentrinho pela granja de Odivelas. Alcoentrinho passa a pertencer à Ordem de Cristo.
Pedro Álvares, Compilação das Escrituras da Ordem de Cristo, f. 113 e Pereira, José António Machado (2004). Quotidianos: Recordar, Conhecer, Aprender. Catálogo da exposição permanente do Museu Municipal – Sebastião Mateus Arenque, p. 309.

1341 - D. Fernando emite sentença contra a devassa nas terras da Ordem de Cristo, feita pelos gados de moradores de Alcoentrinho e Torre Bela.
– IAN -TT, Chancelarias Régias, Chancelaria de D. Fernando e Pedro Álvares, Compilação das Escrituras da Ordem de Cristo, f. 113 V.º e 114.
 1503 – Foi a 5 de Dezembro que D. Manuel I, na qualidade de Grão-Mestre da Ordem de Cristo mandou fazer o “Tombo” dos bens da Ordem e dos de Alcoentrinho constavam em título «Casas e casais, vinhas e arrendamentos vassalos, foros, possessões e pertenças com entradas e saídas e montes rompidos e por romper». Alcoentrinho foi descrito como sendo todo da Ordem, pagando os nove fogos que nele havia e cujas casas também eram da Ordem, os quintos do pão, vinho, linho, alhos e cebolas, fogaças e foros.
- Pereira, José António Machado (2004). Quotidianos: Recordar, Conhecer, Aprender. Catálogo da exposição permanente do Museu Municipal – Sebastião Mateus Arenque, p. 309-310.
 1527 - O "numeramento" da população atribui à "aldeia d'Arrifana" 19 vizinhos e 61 fogos nas outras aldeias e quintas.
Anselmo Braamcamp Freire, Povoação da Estremadura no XVI Século, p. 262.
 1576 - D. Diogo de Gouveia – O Moço, morre em Palmela, onde era Prior-Mor da Ordem de Santiago da Espada. Nascera em S. Pedro de Arrifana, estudou no Colégio de Santa Bárbara – Universidade de Paris, onde também foi Reitor. É considerado um dos maiores humanistas do Renascimento do século XVI.
- Pereira, José António Machado, D. Diogo de Gouveia, o Moço, em O Povo do Cartaxo, Novembro de 2001.
 1579 - A 11 de Outubro tem início o Livro 1 dos Mistos (Baptismos, Casamentos e Óbitos) de S. Pedro de Arrifana, dando cumprimento às directrizes saídas do Concílio de Trento. É no seu género, o livro mais antigo destes assentos do Concelho de Azambuja.
– IAN -TT, Registos Paroquiais, Lisboa, Azambuja, S. Pedro de Arrifana (Manique do Intendente).

1712 - Segundo a Corografia Portugueza, o território de S. Pedro de Arrifana dispunha do serviço de cinco juízes de vintena.
António Carvalho da Costa, Corografia Portuguesa... t. III, p. 249.






 1724 - Felícia Maria em súplica de 1 de Agosto dirigida a D. João V pede para seu filho, Manuel Coelho, os cargos de "juiz ordinário" em Zambujeira e juiz de vintena em S. João da Ribeira e S. Pedro de Arrifana.
– IAN -TT, Chancelarias Régias, Chancelaria de D. João V, Livro 65, f. 142.
 1733 - A 3 de Outubro nasce Diogo Inácio de Pina Manique, filho de D. Helena Inácio de Faria e de Pedro Damião, cavaleiro e escrivão da Ordem de Cristo.
José Norton, Pina Manique – Fundador da Casa Pia de Lisboa, p. 10.
 1758 - Vicente Coelho da Silva, prior encomendado de S. Pedro de Arrifana, redige com data de 2 de Abril as "Memórias Paroquiais" de S. Pedro de Arrifana. Segundo esta fonte, a paróquia tinha duzentos e trinta e cinco fogos, sendo 37 os vizinhos de Maçussa.
– IAN -TT, Memórias Paroquiais de 1758, v. V, n.º 12, f. 621-626.
 1775 - D. Inácia Umbelina Brito de Nogueira de Matos que casara dois anos antes com Diogo Inácio de Pina Manique, é legitimada como herdeira única de seu pai, monsenhor da Sé Patriarcal.
José Norton, Pina Manique – Fundador da Casa Pia de Lisboa, p. 18-19.
 1791 - Alvará de mercê de D. Maria I ao Doutor Diogo Inácio Pina Manique, datado de 11 de Julho, tendo em atenção os seus altos serviços e cargos, autoriza, mediante a reunião de certas condições populacionais, que Alcoentrinho se passe a chamar Manique do Intendente, para se tornar cabeça de paróquia e concelho do seu Intendente Geral da Polícia.
– IAN -TT, Chancelarias Régias, Chancelaria de D. Maria I, L. 39, f. 209.
- A 13 de Agosto, um segundo "Alvará" de D. Maria, concede ao Intendente Pina Manique e a Manique do Intendente, o privilégio de "sede" de "senhorio" de solar, complementando as mercês do Alvará de 11 de Julho.
– IAN -TT, Chancelarias Régias, Chancelaria de D. Maria I, L. 39, f. 257.
 1798 - O cômputo da população do concelho de Manique do Intendente era de duzentos e sessenta e sete fogos.
- Joaquim Veríssimo Serrão, A População de Portugal em 1798, p. 8.


 1805 - Morre a 26 de Abril, em Lisboa, o 1º senhor de Manique do Intendente, Doutor Diogo Inácio Pina Manique, ficando sepultado na igreja de Nossa Senhora da Penha de França.
- J. M. L. Subtil, O Desembargo do Paço, p. 506.
 1836 – As sucessivas reformas administrativas da monarquia constitucional liberal, de ordenamento administrativo, a começar na aprovação do Decreto de Mouzinho da Silveira de 16 de Maio de 1826, o Decreto de 16/05/1832 e o de 06/11/1836, especialmente o Decreto de 18/07/1835 que regulamenta a Carta de Lei de 25/04/1835, extingue os municípios de dimensões reduzidas e o concelho de Manique do Intendente de que Maçussa era um dos lugares principais foi extinto, passando a integrar como paróquia de S. Pedro de Manique do Intendente o concelho de Alcoentre.
- Colecção de Decretos e Regulamentos - 1829-1834, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1.ª, 2.ª e 3.ª Série; - Colecção de Leis e Outros Documentos Oficiais, Imprensa Nacional, Lisboa, 1.ª a 11.ª séries; Colecção Oficial da Legislação Portuguesa de 1842 em Diante, Imprensa Nacional, Lisboa; Luís Nuno Espinha da Silveira, Território e Poder – Nas Origens do Estado Contemporâneo em Portugal, Patrimónia Histórica, Cascais, 1997, p. 150.
- Pereira, José António Machado (2008). Alcoentre: História, Administração, Sociedade e Território, p. 312-377.
 1844 – Segundo o recenseamento para fins eleitorais, a paróquia de S. Pedro de Manique do Intendente tinha 48 cidadãos eleitores, sendo 10 os residentes na Maçussa.
- Pereira, José António Machado (2008). Alcoentre: História, Administração, Sociedade e Território, p. 312-377.
 1851 – No recenseamento para fins eleitorais, a paróquia de S. Pedro de Manique do Intendente tinha 64 cidadãos eleitores, sendo 17 na Maçussa, fazendo dela o aglomerado com maior número de eleitores da freguesia.
- Pereira, José António Machado (2008). Alcoentre: História, Administração, Sociedade e Território, p. 359.

1855 - Nova reforma da Monarquia Constitucional Liberal, integra o concelho de Alcoentre no de Azambuja, por força do Decreto de 24 de Outubro e Manique do Intendente como freguesia.
– Colecção Oficial da Legislação Portuguesa de 1842 em Diante, Imprensa Nacional, Lisboa, e Luís Nuno Espinha da Silveira, Território e Poder – Nas Origens do Estado Contemporâneo em Portugal, Patrimónia Histórica, Cascais, 1997, p. 150.
 1916 - Na noite de 1 de Setembro, D. Diogo Pina Manique, neto do Intendente Pina Manique, aparece assassinado em Alcoentre.
Jornal O Libertador, (série), Outubro de 1927 e A. Tomé Vieira, 1934, Porque Mataram Pina Manique? Henrique Torres, Editor, Lisboa.
 1887 – Nasce em Maçussa João Camilo Rodrigues. Depois de concluir o curso da Escola Agrícola de Santarém, seguiu para França e ali completou a sua educação profissional, em Montpellier e Gambais.
Deputado por Luanda às Constituintes de 1911 (apenas com 24 anos) acompanhou mais tarde o seu amigo e chefe Dr. António José de Almeida.
Tendo permanecido em Angola durante largo espaço de tempo, adquiriu sólidos conhecimentos acerca dos assuntos coloniais.
Faleceu na cidade da Praia – Cabo Verde, em 5 de Abril de 1971.
O Meu Jornal, Junho de 1958, N.º 66, p. 4
 1911 - João Camilo Rodrigues nascido em Maçussa em 1887, é eleito deputado por Luanda às Constituintes de 1911 (apenas com 24 anos), tendo acompanhado mais tarde o Dr. António José de Almeida.
Tendo permanecido em Angola durante largo espaço de tempo, adquiriu sólidos conhecimentos acerca dos assuntos coloniais.
Faleceu na cidade da Praia – Cabo Verde, em 5 de Abril de 1971.
O Meu Jornal, Junho de 1958, N.º 66, p. 4
 1918 – No dia 12 de Julho é feita no cartório do notário Eugénio Carvalho da Silva, a escritura de habilitação de herdeiros do malogrado D. Diogo Pina Manique em favor da sua viúva, D. Urbina Maria de Andrade e de sua filha menor, Alexandra de Andrade Pina Manique.
- Pereira, José António Machado (2008). Alcoentre: História, Administração, Sociedade e Território, p. 425-445.
 1924 - Desanexada da Freguesia de Manique do Intendente, é criada uma nova freguesia com sede no lugar de Vila Nova, com o nome de Vila Nova de S. Pedro.
Por Terras de Azambuja, Patrimónia Histórica, n.º 8, p. 13.
 1927 - Em defesa dos direitos dos antigos foreiros de Manique do Intendente, é publicado em livro "A Questão dos Foros de Manique do Intendente" e residiam em Maçussa José Lourenço e Maria Marcolina, sendo os restantes de Manique do Intendente.
A. Tomé Vieira, 1934, Porque Mataram Pina Manique? Henrique Torres, Editor, Lisboa.

1963 – Deve-se ao dinamismo do padre Joaquim Coelho Suzano e a um grupo de habitantes, a criação da Associação Recreativa e Cultural de Maçussa.


1971 - Faleceu na cidade da Praia – Cabo Verde, em 5 de Abril, o eng. João Camilo Rodrigues, que nasceu em Maçussa em 1887. Depois de concluir o curso da Escola Agrícola de Santarém, seguiu para França e ali completou a sua educação profissional, em Montpellier e Gambais. Foi deputado por Luanda às Constituintes de 1911 (apenas com 24 anos) e acompanhou mais tarde o seu amigo e chefe Dr. António José de Almeida. Tendo permanecido em Angola durante largo espaço de tempo, adquiriu sólidos conhecimentos acerca dos assuntos coloniais.
O Meu Jornal, Junho de 1958, N.º 66, p. 4
 1985 - Desanexada de Manique do Intendente a 4 de Outubro, a Maçussa passa a ser oficialmente a 9.ª freguesia do Concelho de Azambuja.
Por Terras de Azambuja, Patrimónia Histórica, n.º 8, p. 13.







1990 – É criada a Associação de Caçadores da Freguesia.



Património
 Capela de Maçussa.


Dedicada a Santo António e posteriormente consagrada a Nossa Senhora da Conceição, já em 1675 teve obras de restauro, estando também documentadas as de 1957 e referida nas Memórias Paroquiais de 1758 da Paróquia de S. Pedro de Arrifana com o respectivo capelão.



Moinho de Vento.
Situado no ponto mais alto sobre o aglomerado urbano, tornou-se o símbolo por excelência da Freguesia.
Movido a energia eólica, força utilizada para a moagem de cereais, a sua tipopologia foi usada em Portugal a partir dos séc. XVII-XVIII.
É composto por um corpo de alvenaria de pedra argamassada com quatro a seis metros de altura e sensivelmente o mesmo diâmetro e cuja forma, embora se assemelhe a um cilindro, é na verdade um tronco de cone. Em torno do topo deste corpo central existe uma calha, denominada frechal, sobre a qual assenta uma cúpula móvel, de forma cónica e à qual se dá o nome de capelo. Tipicamente, no vértice do capelo é montado um catavento (com hifen), cujo eixo se prolonga na vertical para o interior do moinho, fazendo rodar um dispositivo indicador que permite ao moleiro (operador do moinho) determinar a direcção do vento sem dele sair.
O capelo é atravessado na diagonal por um mastroeixo ou pião de madeira, que se estende por cerca de cinco metros para o seu exterior. Nesse prolongamento exterior, encontram-se fixadas em forma de cruz as varas ou braços, onde se fixam asvelas de pano com formato triangular. Dois dos vérticas das velas estão fixos a uma vara, o que permite que estas sejam enroladas na respectiva vara quando o moinho de vento se encontra imobilizado, ou então estendidas sendo o terceiro vértice atado à vara que sucede aquela onde a vela está fixa. Esta situa-se mais atrás e  uma inclinação á vela a qual permite que ao ser actuada pelo vento faça imprimir ao moinho um movimento de rotação. Estas varas de auxílio à armação e esticagem das velas, são denominadas vergas, e estão colocadas de forma a dividirem a meio o ângulo formado pelas varas.
Dado que assenta sobre o frechal o capelo possui mobilidade rotacional, possibilitando ao moleiro orientar as velas na direcção do vento. A rotação do capelo é feita utilizando um dispositivo existente no seu interior ao qual se dá o nome desarilho. Este dispositivo, que se assemelha ao cabrestante de um navio, é composto por um eixo horizontal e em torno do qual se enrola mecanicamente uma corda, com o auxílio de duas manivelas colocadas em posição oposta em cada uma das extremidades. Uma das pontas da corda está fixa no eixo do sarilho e na outra existe um gancho que se prende a uma de várias argolas fixadas perto do topo do corpo do moinho. Enrolando o sarilho, a corda estica e obriga o capelo a rodar sobre si mesmo, para a direcção conveniente.
A imobilização do moinho era feita rodando o capelo para uma posição em que o vento não propulsionasse as velas, fazendo com que o mastro perdesse velocidade. Quando imobilizado, as velas eram enroladas nas varas e estas últimas presas a algum de diversos marcos dispostos em torno do moinho através de uma corda denominada cabresto.
Fixada no mastro existe uma grande roda dentada, normalmente com os dentes dispostos na lateral, denominada entrosa. Ao centro do moinho existe um eixo vertical, no topo deste eixo existe um carreto no qual engrenam os dentes da entrosa, de tal forma que fazem rodar o carreto independentemente da posição do capelo. Deste modo, a energia cinética de rotação gerada no mastro devido à propulsão dada pelo vento ao ser captado pelas velas, é transmitida pelo eixo central até à base do moinho onde faz rodar as mós que móem o cereal sendo assim a energia eólica aproveitada. Todas estas estruturas e engrenagens móveis descritas eram talhadas em madeira rija (tipicamente carvalho, sobreiro, ou azinheiro), por artífices especializados nesse tipo de trabalho, a quem se dava o nome de engenheiros (ou seja, os homens que fabricavam os engenhos).
Neste caso do moinho de vento de Maçussa, a energia que chegava à base do moinho através do seu eixo central era utilizada para fazer rodar uma mó. Uma  é uma pedra maciça, esculpida em forma de anel cilíndrico achatado, de faces sulcadas e a cujo centro vazio se chama olho da mó. Numa instalação para moagem existem duas mós, sendo uma delas estática, denominada poiso, e assente no chão do moinho, sobre a qual se coloca uma segunda mó com uma folga ligeira de modo a que não impeça o movimento de rotação, denominada corredor, com raio idêntico ao do poiso mas com altura inferior (em moinhos de vento da região do Ribatejo um poiso pesava tipicamente 1200kg, enquanto que um corredor pesava 800kg).
O corredor está suspenso no eixo vertical, sendo fixa a este através de um suporte metálico regulável em altura, e de seu nome segurelha. A necessidade de regular a altura do corredor deve-se ao facto ao desgaste em altura das faces, a que ambas as mós estão sujeitas com o desenrolar da actividade de moagem, por efeito da fricção. Quando os sulcos das mós desaparecem, cabe ao moleiro criar novos sulcos para que a moagem do cereal seja possível, acto ao qual se chama o picar da mó e que é realizado com o auxílio de ferramentas cuja forma e função se assemelham à de uma picareta, de seu nomepicão e picadeira.
A moagem do cereal é feita depositando-o em grão na folga existente entre o poiso e o corredor. A rotação do corredor fricciona os grãos contra o poiso esmagando-os repetidamente até que lentamente se transformam em farinha, sendo este o nome atribuído ao pó a que se reduzem os cereais moídos. O cereal em grão é depositado numa caixa com fundo em cone ou pirâmide invertida, denominada tegão à qual se liga uma calha ou quelha que conduz o grão para o olho do moinho e o deposita na folga entre o poiso e o corredor. A energia centrifuga provocada pela rotação do corredor faz com que o grão (e o produto da sua moagem) se desloque desde o olho até à circunferência da mó onde é recolhido já em farinha.






Festas e Romarias: 
Mártir S. Sebastião (25 de Dezembro).










O queijo francês de Maçussa


 É na pequena aldeia de Maçussa, Azambuja, que se produz o queijo francês Chèvre de forma artesanal. O sociólogo Adolfo Henriques, que há uns anos deixou a capital e regressou às origens, é o único em Portugal a dominar o processo de fabrico da pasta.

Um rebanho de cabras de raça Saanen passeia-se na encosta verde da Maçussa, uma das freguesias mais rurais do concelho de Azambuja. É este núcleo de cerca de 300 animais que abastece a queijaria que Adolfo Henriques explora há mais de 20 anos.
 As antigas instalações agrícolas da família servem de espaço à produção totalmente artesanal do “Granja Moinhos”, um queijo de origem francesa. Na casa de Adolfo Henriques já se fabricava o tradicional queijo de cabra, mas um curso do Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (LNETI), em Lisboa, permitiu-lhe dominar o processo de fabrico do famoso Chèvre.
Foi o pioneiro da produção deste queijo em Portugal. Houve quem tentasse o fabrico da especialidade em terras portuguesas, mas só o produto de Adolfo Henriques vingou. “É um queijo especial que requer algum maneio. Não é fácil trabalhar com bolores, com uma coisa que não se vê”, explica o produtor.
O Lneti fornece desde o início os fermentos lácteos à queijaria, mas Adolfo Henriques teve que importar as cabras de origem suíça para arrancar com a actividade. Hoje, parte do rebanho que abastece a queijaria está distribuída por criadores locais, a quem Adolfo Henriques compra o leite.
A mãe ajudou-o a criar a pequena empresa familiar, onde trabalham actualmente três pessoas a tempo inteiro. Implementar o queijo num país que desconhecia o produto revelou-se também uma tarefa difícil. Uma entrada de queijo de cabra frito passado por ovo e pão ralado, preparada pelo chefe Michel, em Lisboa, ajudou a tornar famoso o produto.
Na queijaria de Adolfo Henriques respeita-se o ciclo da natureza. É na Primavera que as pastagens permitem criar o queijo de melhor qualidade. A produção sazonal ajuda por outro lado a criar alguma apetência no mercado, como reconhece o produtor. Em alturas normais a fábrica produz cerca de cem unidades.
O produtor distribui os queijos em algumas grandes superfícies nacionais, hotéis e os mais reputados chefes portugueses já não dispensam o Chèvre nas suas mesas.
Mas o queijo também pode ser saboreado ali mesmo ao lado, no Baile, com uma salada de rúcola, acompanhado de abóbora ou mel ou como recheio de crepes nas noites de sexta-feira e sábado e nas tardes de domingo.
O espaço não é um restaurante, mas uma “tertúlia alargada”, como gosta de lhe chamar Adolfo Henriques. Um ponto de encontro para grupos de amigos onde também há lugar para a fruição da arte.

Gastronomia


Sopa de Batata à Moda da Maçussa
Colaboração do Mário Alves - Lisboa
 
Ingredientes:
 
  • 1,5 kg de pão caseiro
  • 1 kg de batatas
  • 6 ovos
  • 2 cebolas, medias
  • 2 tomates, maduros
  • 6 chicharros
  • 3 dentes de alho
  • azeite q b
  • sal q b
  • salsa
  • hortelã
  • [ há quem utilize bacalhau demolhado em vez do chicharro]
Confecção:
1.  Num tacho deite o azeite as cebolas, cortadas às rodelas, os alhos a salsa e os tomates.
2.  Deixe refogar.
3.  A seguir junte ao refogado 1.5 l de agua e tempere com sal,
4.  assim que esta começar a ferver junte as batatas, cortadas às rodelas, o peixe este depois de arranjado, cortado em postas não pequenas e temperado com sal. 
5.  Sete minutos depois, deite os ovos [ para escalfar].
6.  Numa Terrina corte o pão em fatias finas, deite por cima 2 ramos de hortelã e reserve.
7.  Quando tudo estiver cozido deite todo o conteúdo na terrina sobre o pão.
8.  Sirva 5 minutos depois.

2 comentários:

  1. A fotografia do Castro é na Freguesia de Vila Nova de S. Pedro, assim como a foto da capela de Santo António fica na Freguesia de Manique do Intendente, quem não conhece fica mal informado. Ao publicar-se um artigo sobre um qualquer assunto deve-se sempre confirmar os factos. De resto os meus parabens

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  2. obrigado pela correção
    as fotos são retiradas da internet e as vezes ha equivocos
    Minhas desculpas e continua informando as falhas
    o importante e homenagear Portugal e as suas freguesias
    abraços

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