quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

FREGUESIA DE RAMALDE

REGIÃO                    NORTE
SUB-REGIÃO            GRANDE PORTO
DISTRITO                PORTO
CIDADE                   PORTO
FREGUESIA             RAMALDE


Brasão:


As massarocas de milho –
 Alusão à tradicional produção de milho, desde tempos imemoriais destinada ao abastecimento da cidade do Porto e que evidência a ancestral propensão agrícola da freguesia, foi escolhida versão de Milho-Rei, isto é, com as maçarocas de vermelho e as folhas de verde, por ser a mais rara e, consequentemente, a mais valiosa.
A roda dentada de negro –
Representa a industria, que nos tempos mais recentes, tem vindo a constituir uma realidade dinâmica de indesmentível significado económico para a autarquia, optou-se por uma representação sóbria e tradicional, de leitura imediata, de negro, em alusão ao rigor desta actividade.
Escudo de ouro –
Metal, que sugere a riqueza e o progresso económico dos seus habitantes.


NASCIMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA FREGUESIA

 A freguesia de S. Salvador de Ramalde é mencionada pela primeira vez com o nome arcaico de Rianhaldy, nas Inquirições de D. Afonso III, em 1258. Porém, já aparece citada anteriormente, como lugar, num documento de 1222 em que a rainha D. Mafalda faz uma doação ao Mosteiro de Arouca.
A origem e crescimento do povoado de Rianhaldy perde-se nos tempos, antes da fundação da monarquia portuguesa, provavelmente entre 920 e 944, data em que chegaram ao território os monges de S. Bento. 
Assim começaria a história do julgado de Bouças e do seu antiquíssimo mosteiro beneditino. Este território pertenceu ao Padroado Real de D. Sancho I que depois o doou, em 1196, a sua filha D. Mafalda.




Na época de D. Sancho II o território denominava-se Ramunhaldy e era constituído por cinco lugares: Francos, Requezendi, Ramuhaldi Jusão e Ramuhaldi Susão (actualmente Ramalde do Meio).


Entre 1230 e 1835 pertenceu ao concelho de Bouças, o qual integrava também S. Mamede de Infesta, Matosinhos, Foz do Douro e um conjunto de vinte povoações.
Em 1895 foi integrado no concelho do Porto, como freguesia. Os seus limites eram assim definidos: a Norte o concelho de Matosinhos (Bouças); a Sul Lordelo do Ouro; a levante Paranhos e Cedofeita e a poente Aldoar.


EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA


É muito difícil caracterizar demograficamente com precisão esta freguesia no período anterior aos finais do século XIX. No entanto, pode dizer-se que em épocas anteriores Ramalde comportava uma população considerável, pois em 1757 possuía 407 fogos e em 1855 cerca de 600 fogos. Por outro lado, o forte crescimento da natalidade e a baixa taxa de mortalidade indiciam um incremento populacional.
No período que medeia entre os finais do século XIX até 1991, e devido à recolha de dados do "Census", já é possível fazer uma análise mais rigorosa da evolução demográfica.
Temos, assim, dois períodos: até aos finais do século XIX, fase que se caracteriza pela inexistência de "Census", e a partir dos finais do século XIX até à actualidade em que já existem "Census" para o estudo dessa evolução. Entre 1864 e 1981, S. Salvador de Ramalde manteve sempre um crescimento populacional positivo, sendo até muito elevado em certos períodos. No entanto, os "Census" preliminares de 1991 apontam, pela primeira vez, para uma taxa de crescimento populacional negativa. Analisando o segundo período, temos o seguinte quadro evolutivo:
Entre 1864 a 1900 um crescimento para mais do dobro. Este facto pode explicar-se pelo arranque do sector industrial e pela mobilização de uma crescente mão-de-obra que veio fixar-se em Ramalde.
Entre 1940 e 1950 e de 1960 a 1970, a população apresenta ritmos de crescimento que variam entre os 38,7% e os 44,5%, respectivamente. No período correspondente a 1940 - 50, este acréscimo pode talvez ser explicado pelo afluxo migratório das zonas rurais para as zonas urbanas.
Para o período de 1960 - 70, pode estabelecer-se uma relação de crescimento populacional e o desenvolvimento industrial que terá conduzido à fixação de mão-de-obra junto das unidades industriais. Porém, não deve ser alheia a este crescimento a implantação de grande número de bairros de habitação social a fim de fornecer alojamento a franjas de população deslocadas do centro do Porto, que apresentava, nesta fase, indícios de saturação.


ACELERAÇÃO DO URBANISMO NA ACTUALIDADE


 O modo de vida de S. Salvador de Ramalde reflecte um processo de descaracterização sócio-cultural, em grande parte devido à aceleração da urbanização, nomeadamente a partir da década de 60.






 Hoje o número de indivíduos que trabalham no sector primário é praticamente nulo (nos "Census" de 91 eram apenas 55) e os traços culturais dessa ruralidade quase se perderam, sendo desconhecidos entre a população mais jovem. Actualmente, 61,7% da população trabalha no sector terciário, seguindo-se 38,4% no sector secundário.
Nota-se, também, uma quebra de sociabilidade e relação de vizinhança, o que poderá ser explicado, em grande parte, por uma percentagem significativa da população activa trabalhar fora da freguesia, mantendo, assim, contactos privilegiados em diferentes espaços. A abertura de importantes ligações rodoviárias - que interessam mais ao Grande Porto do que propriamente às populações da freguesia - também não favorece, pelo contrário, as tradicionais relações de vizinhança e solidariedade.


HABITAT E URBANISMO


 No início da industrialização da freguesia, a habitação operária designava-se por "ilha", alojamento muito precário, mas que permitia fixar mão-de-obra a baixo custo. Por outro lado ao patronato industrial vinha associado o crescente desenvolvimento de uma burguesia portuense industrial.
Os Planos indicados fizeram evoluir o centro da cidade para uma progressiva terciarização enquanto as zonas periféricas, como a freguesia de Ramalde, passaram a funcionar como espaços residenciais e de crescimento do sector secundário.


No que diz respeito aos espaços residenciais surgem novas realidades habitacionais que, de certo modo, pretendem substituir as "ilhas" da primeira fase: as habitações sociais. Este tipo de habitação pretende dar resposta ao aumento populacional da cidade numa época em que se põe em prática uma política de transferência administrativa de sectores de população do centro da cidade para a periferia, especialmente os que provêm de zonas degradadas.


A habitação social marca profundamente a ocupação na freguesia de Ramalde que se organiza fundamentalmente a partir da década de 60. Em contrapartida, e sem explicação, embora tenha sido Ramalde um território rural, parece não ter havido então a preocupação de criar espaços verdes. Na realidade, em toda a freguesia apenas existe uma zona de lazer e que não é pública. Trata-se do parque de campismo da cidade, ou parque da Prelada, que ocupa a quinta que pertenceu ao antigo solar dos Senhores da Prelada. 
A entrada principal abre-se para a rua do Monte dos Burgos, na saída para a Maia e Viana do Castelo já do lado Norte da Via de Cintura Interna.
Existe cerca de uma dúzia de bairros de habitação social, como os de Pereiró, Campinas, Ramalde, Viso, Francos, Ramalde do Meio, Bairro de Santo Eugénio...
Encontramos também a habitação privada mas degradada, as "ilhas" nas zonas de Pedro Hispano e João de Deus, Francos, Ramalde do Meio, Requesende, Pedro de Sousa e Pereiró.
A par deste tipo de habitação, aparecem as áreas residenciais de luxo: Avenida da Boavista, Zona Residencial da Boavista (Foco) e Avenida de Antunes Guimarães. Repare-se que as três zonas se situam nos limites da freguesia, a Sul e Leste.

Pode considerar-se que outro tipo de urbanismo está representado pela cidade cooperativa da Prelada inaugurada em 22 de Julho de 1993. Trata-se de uma união de cooperativas: "As Sete Bicas", "Ceta", "Hazal", "Portocoop", "Santo António das Antas", "Santo Ildefonso", "Solidariedade e Amizade", tendo como vizinha uma outra urbanização cooperativa, a "Nova Ramalde". O grande surto da habitação cooperativa surgiu após a revolução de 25 de Abril de 1974.



PATRIMONIO
Casa de Ramalde
Obra de Nicolau Nasoni é também conhecida por “Casa da Queimada”, por ter sido incendiada em 1809 pelas tropas francesas. Em 1747 sofreu remodelações imputadas pelo mesmo, acrescentando-lhes uma torre e o portal de entrada, pela Rua da Igreja. O seu aspecto inicial era quinhentista no entanto, o aspecto actual data do séc. XVIII.
Hoje está instalada nesta casa o Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico (IPPAR). Nos ainda terrenos da Casa passa o ribeiro que se dirige da Quinta do Rio, passado por Lordelo, até ao Douro no qual desagua frente à “Ilha do Frade”, junto ao Largo do Calém.
Nas imediações da Casa Queimada, existe uma pequena aldeia de casas rústicas nas Rua e Travessa do Outeiro.




Quinta da Prelada

Residência setecentista dos Noronha e Meneses, com um belo portal barroco de traça de Nasoni, é uma quinta que já nas Inquirições do século XIII aparece mencionada com o nome de Pedra Lata.
 Edificação do italiano Nicolau Nasoni que as palavras do padre Agostinho Rebelo da Costa caracterizaram de “majestosa em grandeza, obeliscos, jardins, cascatas, pirâmides, labirintos e um grande lago que rodeia uma casa acastelada que está no seu centro firmada sobre uma pequena ilha.”
 

 A alameda da Quinta media mais de 400 metros e integrava-se num conjunto de paisagem construída de que faziam parte os obeliscos da entrada (que estão no Passeio Alegre), 










onde Nasoni utilizou, como ornamento, caracteres extraídos dos brasões dos donos da obra - as torres de Noronha e as alianças dos Menezes. No extremo da antiga alameda, no terreiro da casa, avulta o famoso chafariz do cágado.






Casa e Capela da Quinta do Rio

É outro do património arquitectónico da freguesia. Já em ruínas, localiza-se junto ao regato da ponte de pedra e da Casa do Moinho, mostrando vestígios de uma construção agrícola com alguma importância, com habitação, eira, instalações de produção e secagem. É ponto de confluência de vários ribeiros oriundos do Padrão da Légua, de Arca d’Água, com passagem pela Prelada e outro, ainda, do Seixo. Na respectiva capela existe uma inscrição que diz:
“Esta capela a mandou fazer o Capitam Manuel da Silva Guimarães no de 1764…”.
A ponte de pedra, que junto destas ruínas se encontra, tem pouco mais de um metro de largura e meia dúzia de extensão. É a última ponte rural ainda dentro da cidade.



Igreja Matriz de S. Salvador de Ramalde

Datada do séc. XVIII, possui um adro que mantém uma certa “atmosfera” do passado, mas nestas novas freguesias portuenses, tem por “paisagem” as “torres” dos bairros modernos.





Fundação Eng.º António de Almeida

Instituição com fins artísticos, educativos e de carácter social.
Dela fazem parte um museu e salas de conferências. É palco de cursos, concertos e inúmeras exposições que vão da pintura à numismática, artes gráficas, desenho, gravura, aguarelas e fotografia. Entre 1891 e 1968 o edifício sede da Fundação foi residência do
 Engenheiro António de Almeida. O “Museu Eng. António de Almeida” é “expositor” de colecções de mobiliário, pintura, tapeçaria, porcelana e colecções de moedas de ouro de origem grega, romana, bizantina, francesa e portuguesa.



Nova Igreja S. Salvador de Ramalde

Construída por vontade e fé do povo de Ramalde e sob o ministério pastoral do Pe. António Almiro Mendes, a nova Igreja de Ramalde foi dedicada a S. Salvador pelo Bispo D. Armindo Lopes Coelho.
 Inaugurada em 16 de Junho de 2002, esta Igreja é obra do Arq. Vasco Marais Soares. Edificação Moderna em betão maciço, granito, tijolo, e com o tecto em madeira, apresenta um forte aproveitamento da iluminação natural, tornando-se numa referência ao nível da estética e da acústica.
 O painel de azulejos do seu exterior, obra do mestre Rogério Ribeiro, retrata a história do Homem.





Igreja de S. Paulo do Viso

Aqui é também de se admirar uma escultura de Cristo crucificado, realizada sob a “tutela” de Júlio Resende.




 Igreja da Paróquia 
da Nossa Senhora da Boavista

Igreja da Paróquia N.ª Sr.ª da Boavista é uma obra que marca um período na moderna arquitectura religiosa e arte sacra, em geral, em Portugal, e em particular, na cidade do Porto. Agradecemos, antes de mais, o precioso contributo de inúmeros artistas que ajudaram a realizar tão ambicioso projecto.

A Igreja foi construída pela Cooperativa dos Pedreiros, sendo o projecto apresentado pelo arquitecto Agostinho Ricca Gonçalves. O enquadramento da Igreja no complexo do Parque Residencial da Boavista – zona circundante – foi um sucesso.
O artista que praticamente decorou toda a Igreja foi o Mestre Júlio Resende, coadjuvado pelo escultor Zulmiro de Carvalho e pelo pintor Manuel Aguiar. Mais tarde, associou-se a esta equipa o pintor Francisco Laranjo. Há uma grande unidade estética em todo o conjunto: dos vitrais ao sacrário, da via-sacra ao crucifixo da capela do Santíssimo Sacramento. O tapete que desce do presbitério reflecte as cores dominantes dos vitrais.



Gastronomia
POLVO A LAGAREIRO

Ingredientes:

1 polvo limpo
1 cebola
Batatas pequenas q.b.
Sal q.b.
Alho q.b.
Azeite q.b.

Modo De Preparo


1.   Lave muito bem as batatas.
2.   Num tabuleiro de ir ao forno disponha de uma boa camada de sal.
3.   Coloque sobre o mesmo as batatas já lavadas e disponha de outra camada de sal sobre as batatas. (não tenho medo de colocar bastante sal porque as batatas não vão ficar salgadas).
4.   Leve as batatas ao forno na temperatura máxima.
5.   Lave o polvo e coloque-o na panela de pressão com água temperada com sal e a cebola inteira.
6.   Leve ao lume durante 25 minutos em pressão (se tivesse deixado 20 minutos tinha sido suficiente).
7.   Assim que o polvo estiver pronto, corte-o ao pedaços e coloque numa travessa.
8.   As batatas, sacuda-as ligeiramente e dê um murro em cada uma delas e junte ao polvo.
9.   Entretanto aqueça bastante azeite com bastante alho e regue o polvo e as batatas.
Sirva!


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