Soneto nº 4
Por que dor, ou destino, só o pé
avança contra si, traz ao lugar
de pedras e de terra de andar
a circunscrita volta, se até
a casa que se houve não desloca?
E assim vai: dobrando, sem resposta,
a ferro qualquer passo, -- se aposta
o sonho nesse canto ou invoca
a porta que outrora foi medida.
Nenhum termo, agora, dá à boca
o som que mal concebe: desviado
do sulco onde colhe dom e vida.
E a noite que vê aí o toca:
no peito, -- ou no centro do seu lado.
DIOGO ALCOFORADO
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