ONDE NÃO ME CONFORTO
Conforto as dores que na esperança vertem
os rudes trabalhos dos homens
na compunção da pátria.
Conforto os olhos nas violetas agitadas
pelo ruído das colmeias.
São densas as vozes dos passantes
mas esmaecem como o pano
cruas da palidez de outrora
das dores violadas que não conforto
e não me confortam.
E esfolho o fumo sem jóias
da aurora insulsa
próxima despedida ingénua
do virginal desgosto escrito sobre o mar.
E esparzo as inúteis espadas
os cemitérios das palavras gélidas
órfãos troncos do reino
onde não me reconheço
onde não me conforto.
FERNANDO ALVES DOS SANTOS
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