REGIÃO CENTRO
SUB
REGIÃO PINHAL INTERIOR
DISTRITO LEIRIA
CIDADE LEIRIA
FREGUESIA Souto da Campanhosa
Heráldica
Brasão
Escudo de ouro, dois castanheiros de
vermelho, arrancados e frutados do mesmo e folhados de verde, alinhados em
faixa; em chefe, flor-de-lis de azul. Coroa mural de prata de três torres.
Listel branco, com a legenda a negro: “ SOUTO DA CARPALHOSA “.
Bandeira –
De verde, cordões e borlas de ouro e
verde. Haste e lança de ouro.
Bandeira para hastear em edifícios
(2x3)
Estandarte
para cerimónias e cortejos (1x1)
Historia
O ano de criação da freguesia de
Souto da Carpalhosa é desconhecido. Existem documentos datados de 1211 e 1218
que apontam a existência da freguesia do Souto, hoje Souto da Carpalhosa.
Contudo, não é encontrada qualquer referência à constituição efetiva desta
freguesia.
Sabemos, através de "O
Couseiro" ou "Memórias do Bispado de Leiria", que em 1218 já era
freguesia. Pertencia ao Bispado de Coimbra e tinha como cura o cónego Estevão
de Santa Cruz.
Consta desta obra a transcrição da
doação que certifica a existência desta freguesia."Pedro Mendes, e
Pedro Vieira, e outros moradores fizeram doação duma propriedade, que tinham no
lugar do Souto, ao prior e religiosos de Santa Cruz para nela se fazerem igreja
e cemitério", lê-se.
Mas, se em 1218 o Souto já era um
curato, pode-se perfeitamente admitir que a instituição paroquial era do início
de século XIII ou até dos fins do século anterior. Tanto que, segundo o número
especial de Leiria-Fátima (Órgão Oficial da Diocese) publicado a propósito do
450º Aniversário da Diocese de Leiria garante que a igreja de S. Salvador do
Souto foi fundada em finais de 1180 e entregue a sua administração aos cónegos
de Santa Cruz, com a obrigação de ali construírem um cemitério. Tudo isto
denuncia a sua funcionalidade como igreja paroquial, ou então que se pretendia
que funcionasse como tal.
Outro elemento que corrobora esta
tese é a existência de uma convenção, datada de Dezembro de 1211, entre o
mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e os clérigos de Leiria, que definia a
repartição dos rendimentos no termo leiriense. Neste documento são
referenciadas dez paróquias, cinco urbanas e cinco rurais, onde nesta última
categoria figura a paróquia de S. Salvador do Souto.
Evolução...
A existência desta freguesia data do século XIII, mas, atualmente, a sua área não corresponde à sua dimensão inicial. Resultante da dinâmica da população, bem como da reorganização episcopal, foram-se destacando novas freguesias.
Em 1589 foi desanexada a freguesia
de Monte Redondo, que atualmente corresponde a três freguesias: Monte Redondo
(1589), Coimbrão (1636) e Bajouca (1971).
Já no século XX surgem duas novas
freguesias: a da Ortigosa em 1962 e a da Carreira em 1989.
A freguesia de Souto da Carpalhosa situa-se na região do Pinhal
Litoral, quinze quilómetros (15km) a norte da cidade de Leiria.
Esta antiquíssima freguesia estende-se sobre uma superfície de
30,3 quilómetros quadrados (30,3km2), sendo hoje a sexta maior freguesia em
área e a nona em população. As freguesias vizinhas são, na maioria,
ex-território da mesma. Assim, a Norte confronta com as freguesias de Carreira,
Monte Redondo e Bajouca, a Sul com a freguesia da Ortigosa, a Nascente com a
Bidoeira de Cima e a Poente com a freguesia de Monte Real.
Esta freguesia localiza-se próximo dos 32.º de latitude Norte e
dos 0º 20' de longitude Oeste, numa área em que o ponto mais alto se encontra
próximo dos 160 metros.
O território da freguesia de Souto da Carpalhosa, apesar de se
inserir numa região de relevo pouco acentuado, é caracterizado pela existência
de outeiros, montes, colinas pouco acentuadas entrecortadas por vales onde
situam ribeiros afluentes do Rio Lis.
Podemos identificar como principais ribeiras: a Ribeira da
Assenha, que atravessa o lugar do Souto e posteriormente as Várzeas; o Ribeiro
da Carpalhosa, ao qual se juntam os ribeiros de São Bento e Camarneira e do
Vale da Amieira, e também a Ribeira de Monte Agudo - limite de freguesia.
As características de relevo da freguesia justificam muito o
espírito de "capelinha" existente entre as localidades. As ribeiras
dividem, claramente, a freguesia em três partes que em tempos idos constituíam
barreiras naturais entre as várias comunidades. Antes da abertura dos
principais caminhos municipais, quando as chuvas aumentavam consideravelmente
os caudais dos ribeiros, tornava-os impossíveis de transpor. As deslocações à
sede de freguesia eram limitadas a carreiros. O isolamento era um facto. A
inexistência de vias de comunicação entre os vários lugares centrais da
freguesia foi uma realidade até aos anos 60 do século XX.
Esta freguesia é constituída por 23 lugares. Podemos identificar
nove localidades que se destacam. São lugares centrais que apresentam uma
dinâmica social muito demarcada e independente dos lugares limítrofes.
São lugares onde se constituíram colectividades e onde existe
uma igreja ou capela. Assim, consideramos:
- Arroteia
- Chã da Laranjeira (Assenha, Atalho, Camarneira e Pega)
- Conqueiros
- Moita da Roda
- Picoto
- S. Miguel (Penedo)
- Souto da Carpalhosa
- Vale da Pedra (Carpalhosa, Casal Telheiro, Estremadouro, Jã da
Rua, Marinha da Carpalhosa, Outeiro, Relvinhas, S. Bento e Sargaçal).
- Várzeas
Património
Ermida de Santo António de invocação de N. Sra da Portela
Ermida de São Martinho feita no ano de 1516
Mata Nacional da Charneca do Nicho
Residência Paroquial
Igreja Senhor Jesus dos Aflitos (Vale da Pedra)
Nascentes de Água Doce e Água Salgada (Vale do Lis)
Eventos Culturais (Festas populares e religiosas)
São Bento (1 de Janeiro)
Santo António (Junho)
Senhora da Saúde (Setembro)
S. Sebastião
N.S. da Conceição
Senhor dos Aflitos (1 de Novembro)
N. Senhor dos Remédios (1 de Dezembro)
Santo Ildefonso (Junho))
S. Pedro (Junho)
Gastronomia
Broa de milho
1. Trazia-se a
farinha do moinho, (o moleiro trazia a farinha e levava o milho) depois
peneirava-se a farinha, era escaldada com água a ferver e levava um pouco de
sal. Amassava-se e
2. levava fermento
(este era um bocado de massa que se tinha guardado da semana anterior com sal
para não se estragar - era chamado crescente).
3. O fermento era
preparado com água quente, isto é, era amassado para mais tarde se juntar à
massa.
4. A massa, depois de
escaldada, era amassada e,estando quase pronta, levava o fermento, acabando de
se amassar e deixava-se a levedar (± trinta minutos de repouso).
5. Quando uma pessoa
estava muito tempo sem cozer broa ia pedir fermento a um vizinho.
6. Depois da massa
amassada aquecia-se o forno e aí se colocava a mesma deixando-a cozer.
7. A quantidade e a
periodicidade do cozer da broa eram condicionadas pelo número das pessoas da
casa.
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