MARÉ VASA
Expulsos do governo da cidade,
Descalços, pela noite, vimos todos
Restituir-te, à flor dos nossos lodos,
A dádiva suprema da verdade.
Nós, o amor, ou antes: a pureza.
Nós, a virtude, ou antes: o sorriso.
Expulsos do terreno paraíso
E com a carne, para sempre, acesa.
E não foi mais que sonho o nosso crime!
E não foi mais que sopro o nosso abraço!
Mas todos Te seguimos, passo a passo,
À espera do remorso que redime...
Expiação de quê? De que pecados,
se demos rumo eterno e tantas vidas?
Ó capitão das tropas esquecidas
Que, assim, deixas de morrer os teus soldados!
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