domingo, 8 de abril de 2012

FREGUESIA DE SANTIAGO DE FIGUEIRO



REGIÃO             NORTE
SUB REGIÃO      TAMEGA
DISTRITO          PORTO
CIDADE             AMARANTE
FREGUESIA       SANTIAGO DE FIGUEIRÓ

BRASÃO 
ESCUDO VERMELHO
Coroa Mural 
Com três torres - aldeia
Cacho de Uvas – 
Representa a agricultura, nomeadamente a vitivinicultura, como sendo uma das principais actividades da freguesia
Roda Dentada – 
Representa a indústria, sector em expansão na freguesia






Vieira (concha) – 
Representa o orago da freguesia, S. Tiago, pois constitui um dos ex-libris da nossa gente


A FREGUESIA


Actualmente Figueiró Santiago é uma freguesia que dista 12 km da sede do concelho e está situada a cerca de 4,5 km da margem direita do Rio Sousa.

Confina com várias freguesias: limita a nascente com a freguesia de Mancelos, a sul com a de Santa Cristina, a Norte com vila Cova da Lixa – Felgueiras e a noroeste com a de Freixo de Cima. É separada pela EN 15 da freguesia de Santão – Felgueiras; 

Figueiró foi, outrora, uma vigararia da representação do Marquês de Penolva, no antigo concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega, ao qual pertenceu até à sua extinção, em 24 de Outubro de 1885. Pertence desde essa data ao concelho de Amarante.


No ano de 1701 foi feita uma delimitação da freguesia. Tal iniciativa coube aos seus habitantes. Estes, em conjunto com o seu pároco, juntaram as pessoas mais antigas da freguesia e de freguesias vizinhas, para que fosse possível, da forma mais fiável, tal delimitação.

Nesse documento que, actualmente, se encontra na Torre do Tombo em Lisboa, constavam 15 marcos fixados aquando do inventário e os lugares onde se situavam esses marcos. 

Assim, temos perto da chamada "Casa do Reinuco" até à Ventosela, fazendo assim partilha da freguesia com a de Vila Cova; separando Figueiró da freguesia de Santão encontra-se um marco junto da Fábrica de Metalúrgica "Ferfor", na Serrinha. 


Outro marco passa pelo Ribeiro e vai até ao Bairro, Penedo do Lobo, separando assim esta freguesia da de Santa Cristina. Para separar Mancelos de Figueiró existe um marco que vai da Serra Água e Leite até ao Alto do Rato. Do Alto do Rato até ao Marcos de Pereira e deste até Carão de Montoso existe um marco que separa Figueiró com Freixo de Cima.

Antigamente, Figueiró possuía terras que hoje pertencem a outras freguesias, nomeadamente Santa Cristina, mas também possui, actualmente, terras que outrora pertenciam a outras freguesias.

Existe até uma lenda alusiva ao "Roubo" de Santa Cristina a Figueiró. Conta-se que, antigamente, se faziam procissões de Figueiró a Santa Cristina e vice – versa, mas, para que a Santa ao entrar na Igreja de Santa Cristina tivesse direito de sair teria de entrar de traseiras. 


Como o povo de Figueiró e o de Santa Cristina não se entendiam, aproveitaram o facto da Santa numa dessas procissões ter entrado virada para a frente e então nunca mais a deixaram sair de lá, ficando Santa Cristina a ser também uma freguesia independente de Figueiró.


Figueiró Santiago é uma freguesia cuja densidade populacional é das mais elevadas do concelho de Amarante. Tem 4.000 residentes, com de 2500 eleitores que estão distribuídos pelas 144 ruas existentes. 

Podemos considerar a nossa população jovem: crianças 25%; adolescentes 18%; adultos 46%; idosos 11%.

É uma freguesia onde se nota alguma emigração embora já sido mais acentuada, assim temos 25% de emigração e 35% de imigração.
Em industrialização constante, a sua economia distribui-se pelos seguintes sectores económicos:
- Primário: 9.10%
- Secundário: 62%
- Terciário: 28,90%

A par do desenvolvimento industrial está a apostar-se no desenvolvimento turístico estando a efectuar-se a recuperação de algumas casas ilustres para o turismo de habitação.
Aos que passam de visita, Figueiró Santiago oferece, além da hospitalidade e bairrismo da sua gente, uma paisagem marcadamente verde e um rico património histórico.


Agustina Bessa Luís, uma das mais ilustres escritoras portuguesas de todos os tempos, que em Figueiró viveu algum tempo e de quem muito nos orgulhamos, classifica esta freguesia da seguinte forma: "Terra de convivência e portanto de condescendência e de perdão, gosto de imaginar Figueiró com uma capela e bordadeiras sentadas às portas puxando a linha…".



Património construído

Freguesia rural, nem por isso Figueiró Santiago deixa de ter um rico e diversificado património. 

Pelas ruas estreitas e íngremes, pelas ruas em paralelo de granito ou ainda pelas mais recentes em alcatrão, pode visitar-se vários lugares de interesse: pela sua história, pela sua arquitectura antiga e pela importância que têm para o povo desta freguesia. 
Igreja Paroquial
Esta freguesia possui uma Igreja Paroquial que foi construída em 1727, no entanto, a sua torre apenas foi concluída em 1791, em substituição de um antigo “torrão que tinha umas escadas por fora para se ir tocar o sino”. 

Tipologia
Igreja de uma nave e capela-mor rectangular, ambas com tectos de madeira.
Tem torre sineira e sacristia adossadas pelo lado norte, e escada de acesso ao coro (e, através deste, aos sinos), pelo lado sul. 
Obras de restauro muito recentes abriram uma passagem directa da nave para a base da torre sineira, e nesse espaço foi instalado o baptistério.
Simples e linear na sua concepção geral, o estilo geral é “chão”. Porém, exibe algum ornato, tanto no exterior (fachada e coroamento da torre) quanto no interior (altares, coro e tectos), elementos que de algum modo remetem para a dinâmica do barroco.

Esta Igreja foi já restaurada e, por isso, portas e chão não são os originais. Porém, o tecto mantém-se ainda intacto, em madeira pintado à mão, representando os doze apóstolos, seis de cada lado e cada um com um dos objectos que representa (por exemplo: S. Pedro com duas grandes chaves). A meio do tecto está outra imagem de S. Tiago (igual à da parte frontal do exterior da Igreja), uma vez que este é o padroeiro desta freguesia.


 Cemitério
O cemitério foi construído em 1782 no monte de S. Miguel, o Anjo. Aí foi feita uma capela que já sofreu várias remodelações. 

Capela de Sampaio




Esta capela é assim designada porque está situada no lugar de Sampaio, sobre grandes penedos. Foi construída no século XII. É a única capela pública da freguesia.





Património natural

Além do verde dos campos, típico de uma freguesia rural, existem algumas matas por onde é possível passear.

A mais referenciada é a Mata de Cabeceiras, pertencente ao Solar de Cabeceiras, onde, aos domingos, é frequente ver-se grupos e famílias a fazerem piqueniques.


A arte de bordar remonta à mais alta antiguidade e é praticada um pouco por todo o país. Também por todo o país, ao longo dos tempos, as diferentes regiões tentaram ganhar um estilo próprio e assim dar um nome aos seus bordados, que era, por vezes, o nome da região.
Os bordados de Figueiró tiveram, também eles, um percurso. Segundo contam as vozes do povo, assim começa a história dos bordados de Figueiró...
Era uma vez uma família abastada de Figueiró, à qual pertencia uma senhora chamada Ana Pinheiro de Vasconcelos, menina educada em convento e que mais tarde se dedicaria à comercialização de bordados. Do seio desta família cresceu uma indústria artesanal familiar que levaria longe o nome de Figueiró e dos seus bordados. 


Reza a história do povo que D. Aninhas Pinheiro se deslocava, a pé, a Guimarães para aí vender os bordados de Figueiró, chegando mesmo, mais tarde, com o alargamento do negócio, a exportar para a Europa, nomeadamente para a França e a Inglaterra.
Os bordados eram feitos em linho de boa qualidade, branco, e, mais tarde, em linho de cor (azul, rosa e amarelo). O linho era bordado a linha de cor branca e a tons suaves de linha de seda. Estes bordados eram utilizados em toalhas de mesa, lençóis de noivado, toalhas de mãos, entre outras peças de adorno cuja posse era considerada um luxo.
De facto, o que distingue os bordados de Figueiró não são, como em outras regiões do país, os riscos, as cores, os pontos utilizados, mas sim a técnica. As mulheres de Figueiró apuraram uma técnica que não existe em mais parte nenhuma do país. É uma forma de trabalhar única. O que identifica o bordado é o fazer perfeito. Em Figueiró faz-se de tudo um pouco, mas a técnica é diferente.
E devido à fama conquistada a nível nacional e no estrangeiro bordava-se em Figueiró os enxovais mais requintados, inclusivé o enxoval encomendado por D. Duarte Nuno para oferecer a seu filho D. Duarte, actual pretendente ao trono de Portugal. 
A arte de bordar alargou-se a outras famílias da freguesia que expandiram os bordados de Figueiró. À família Pinheiro, que ainda hoje se dedica à comercialização dos bordados de Figueiró, coube o papel de divulgação e difusão.
A população de Figueiró dedicava-se, essencialmente, à agricultura e aos bordados até que as indústrias de calçado começaram a proliferar, oferecendo emprego. A população aderiu. O gosto pela arte permaneceu, mas os empregos fabris apresentavam-se como mais seguros, mais prometedores.
Os bordados de Figueiró, que em tempos levaram longe o nome da freguesia e enriqueceram famílias, são hoje pouco lucrativos. No entanto, ainda hoje, se encontram facilmente bordadeiras sentadas num pequeno banco à porta de suas casas a executar o trabalho com qualidade e mestria.



Gastronomia
Pratos Típicos:
- Cozido à Portuguesa
- Feijoada
- Arroz de Cabidela

Vinhos:
- Vinho Verde Branco
- Vinho Verde Tinto
- Vinho Verde Espadeiro


Doces Regionais:
-
Pão-de-ló
- Cavacas
- Biscoito da Teixeira
- Papas de Abóbora
Ingredientes:

1,200 kg de abóbora menina descascada
75 g de farinha de trigo
25 g de farinha de milho
1 limão
1 pau de canela
açúcar a gosto
sal q.b. (1 colher de chá)

Preparação:


1.   Cozer a abóbora com sal e em pouca água, aromatizada com o pau de canela e com a casca de limão (pode ser cozida a vapor).
2.   Depois de cozida, escorrer a água, tirar o pau de canela e a casca de limão e começar a juntar as farinhas que se vão misturando com uma varinha mágica, para desfazer os grumos.
3.   Nesta altura, também se junta o açúcar.
4.   Enquanto se vão misturando todos os ingredientes, manter a panela em lume brando.
5.   Estão as papas preparadas quando a colher se mantém de pé dentro delas.
6.   Colocam-se em tacinhas e polvilham-se com canela em pó.


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