MIRAGEM
Seios fartos em lençol translúcido pousados.
Cabelos como leves correntes, fios d' água caindo.
Pele fina, alva, húmida, reluzindo.
Visão aérea de olhos femininos transtornados.
Figura desenhada no escarlate céu.
Pesadelo sonhado no meu poente
persistindo sempre em voltar, indolente,
enrolando-me no seu diáfano véu.
Corpo lânguido e manso que já foi meu.
Amor profundo que nunca se rendeu,
escondido em nuvens altas, inacessíveis.
Vulto depositado em aurora boreal.
Aragem que não voltarei a sentir.
RODOLFO MIGUEL MEGALHA
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