O Pão |
Não é ainda um seio Mas quase. Na brancura. Porém, onda de leite A branca levedura. Um mecanismo incerto De ferro e madrugada. A fome e o excesso Futuros. Na seara. A fome e a carência De sol(o) para a boca. Não é ainda um campo De areia. Ou terra solta. Um campo descampado Um canto com bolor. É arte que se move Minéria como a água. Engenho de palato. Alvéolo de pulmão. Respira-se o exemplo De sol. Oxigénio Não é ainda um círculo Branco por toda a mesa Manchado na toalha De sombra e aspereza. Não é ainda uma ave Descendo sobre a pele: Um mecanismo triste Movendo a boca breve. NUNO GUIMARÃES |
quarta-feira, 11 de abril de 2012
NUNO GUIMARÃES - O PÃO
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