domingo, 2 de dezembro de 2012

SALOMÃO ROVEDO


Cantares do Ilheu
 Reconheci a mesma janela
que teu rosto emoldurava:
era na Rua da Paz,
quando de manhã passava.

Tua expressão arredia,
quase louco me deixava.
Tua boca carnuda pedia,
eu mil beijos implorava.

Os cabelos negros luzidios,
o vento leve esvoaçava.
Eu diminuía os passos,
volta e meia até parava.

Azulejo azul e branco,
o portal da cor mais alva.
Teu rosto pálido sorria,
e louco me atarantava.
Gardênia, Gardênia, Gardênia,
teu nome mudo eu rezava...

(Hoje o quadro está vazio,
nem vi que o tempo passava...)
Salomão Rovedo

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