REGIÃO NORTE
SUB-REGIÃO MINHO LIMA
DISTRITO VIANA DO CASTELO
CIDADE CAMINHA
FREGUESIA DEM
Brasão:
Escudo de prata, um monte de três cômoros de verde, carregado de uma fachada de espigueiro de prata, lavrado de negro, entre duas picaretas de prata, encabadas de ouro e postas em pala; em chefe, dois ramos de carvalho de vermelho, glandados de ouro, alinhados em faixa. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "DEM - CAMINHA".
Bandeira:
De vermelho. Cordão e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.
Selo:
Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Dem - Caminha".
História
ASPECTOS GEOGRÁFICOS
Dem, estende-se numa área de cerca de 649 ha., quase toda ela inserida na Serra de Arga. Aproximadamente 11 km, separam Dem da vila de Caminha, a sede do Concelho. Esta freguesia é a mais nova do município caminhense.
Até à década de 60, integrou as freguesias de Orbacém e de Gondar, sendo, Lugar de Dem (Freguesia de Orbacém) e Lugar da Aldeia (Freguesia de Gondar). Desanexou-se por altura da sua elevação a freguesia, através do Decreto Lei nº 48 590 de 26 de Setembro de 1968.
RESENHA HISTÓRICA
Apesar do seu estatuto de "nova freguesia" não se pode deixar de considerar que, como território, albergou civilizações muito antigas que deixaram as suas marcas de ancestralidade como a arqueologia o tem comprovado bem como os seus topónimos Alto do Crasto e Crasto do Germano.
Reconstruída em 1970, a partir da capela de S. Gonçalo, a Igreja Paroquial apresenta planta rectangular, com dois corpos nave e capela-mor ligados por um arco triunfal de meia volta, apoiado na parede. A sacristia fica do lado norte.
A capela da Senhora da Serra, ou Senhora das Neves é um dos santuários mais característicos do concelho de Caminha. Situa-se no cume da Serra por cima das Freguesia de Argela e Venade pelo lado poente e, pelo lado oposto, por cima da Freguesia de Gondar.
Oferece a todos um panorama deslumbrante, pondo à vista o estuário do rio Coura com o rio Minho, ali no seu encontro junto à vila de Caminha. É digno de se observar as aldeias portuguesas e galegas numa e na outra margem do Minho.
A Igreja Paroquial
Reconstruída em 1970, a partir da capela de S. Gonçalo, a Igreja Paroquial apresenta planta rectangular, com dois corpos nave e capela-mor ligados por um arco triunfal de meia volta, apoiado na parede. A sacristia fica do lado norte.
Saliente-se que esta igreja foi reconstruída aquando da elevação do lugar de Dem a freguesia.
Romaria da SENHORA DAS NEVES
Há muito tempo, vivia nas fraldas da Serra D'Arga, no local onde hoje está a capela da Senhora da Serra, um pobre monge, metido na toca de um sobreiro velho, fazendo penitência e rezando pelos pecados do mundo. Toda a sua atenção ia para Deus, prometendo grandes privações ao corpo, na comida e na bebida. Vivia o santo do frade sozinho, tendo como única companhia uma pequena imagem de Nossa Senhora, que carregara consigo do convento de onde viera.
Todos os dias o frade confidenciava com a Virgem os seus pensamentos e as suas orações. Havia-a colocado num altar improvisado dentro da cavidade onde morava, para melhor a homenagear e louvar, confiando na sua intercessão para conseguir a purificação total para si, e a salvação para os homens.
Ora aconteceu que um dia, no maior pico do verão, no mês de Agosto, o frade sentiu uma sede terrível que lhe afogueava a garganta. Bem queria o pobre do frade aguentar a sede, dando assim testemunho da capacidade de sofrimento e de penitência com que queria presentear continuamente a Virgem e seu bendito filho. Mas era de tal forma quente o dia, que resolveu suspender a dura penitência, para ir ali perto, junto de um fonte bem fresca, apagar a secura que lhe afligia a garganta.
Quando regressou ao seu poiso, notou, com extrema surpresa, que a Virgem já lá não estava! Entristecido e aflito, pensou logo que a Virgem o tinha abandonado, por não ter resistido à sede. Ajoelhou-se com o rosto por terra, e suplicou à Senhora: - Ó Virgem, Santa Mãe de Deus! Perdoai a minha falta de sacrifício! Por amor do vosso Santo Filho, meu Salvador, não me abandones!
Nisto, ouviu um grande estrondo! Temeroso do poder de Deus, tapou o rosto com as mãos, até que o silêncio voltou. Levantou lentamente a cabeça e olhou então para o alto.
O sobreiro estava desfeito e envolto em brancura! Era a imagem da Virgem rodeada de neve, fitando-o com extrema doçura! E se aquele era um dia esbraseado de Agosto, logo se transformou em dia fresco e acolhedor, que nem a mais suave Primavera.
Vendo tão grande milagre, pegou o frade na imagem da Senhora, e aí lhe construiu um lindo nicho de pedra para a colocar. A partir daquele dia começou a chamar-lhe Nossa Senhora das Neves!O sobreiro estava desfeito e envolto em brancura! Era a imagem da Virgem rodeada de neve, fitando-o com extrema doçura! E se aquele era um dia esbraseado de Agosto, logo se transformou em dia fresco e acolhedor, que nem a mais suave Primavera.
A Capela da Senhora das Neves
Oferece a todos um panorama deslumbrante, pondo à vista o estuário do rio Coura com o rio Minho, ali no seu encontro junto à vila de Caminha. É digno de se observar as aldeias portuguesas e galegas numa e na outra margem do Minho.
Património
Como patrimónios da freguesia, encontra-se a Igreja Paroquial a Capela de Santa Luzia, situada no lugar de Carejos, os nichos e alminhas situados junto à igreja e a já referida Capela da Senhora das Neves.
Arqueologia
Insculturas na costa do Carvalho
O P. Artur Coutinho, que quando paroquiava esta freguesia, descobriu num penedo, situado na costa do Carvalho, uns sinais característicos.
Visitado o local estavam esses sinais, ainda bem conservados! Foram fotografados e os relatórios publicados no Notícias de Viana (Ano I, 4a série Nº,° 12.
O penedo de configuração redonda, medindo, na parte superior, no sentido nascente-poente 6,80 m de diâmetro e no sentido norte-sul 5 m. É de granito granulado, de cor esbranquiçada. A partir da base vai aumentando de volume, atingindo na parte mais bojuda um perímetro de 25 m.
Há, pelo menos duas séries de insculturas. Um conjunto é fácil de identificar e quase todas elas se referem a manifestações antropomórficas; o outro conjunto, muito delido, embora se note bem, não é fácil individualizá-lo.
Além dos antropomorfos, há outros sinais como podomorfos, suásticas, fossetes, etc.
A poucos metros deste penedo, na direcção do poente, foram descobertas em 1983, por um grupo de estudantes do Liceu de Viana, sob a orientação do P. Artur Coutinho, outro conjunto, sendo uma figura facilmente identificada como serpentiforme.Castro do Germano
Fica situado no centro da freguesia, a uns 800 m a sudeste da igreja paroquial, numa pequena elevação, no lugar de Boucinha. Para nascente, levanta-se a costa do Carvalho, onde existem vestígios pré-históricos. A poente, estende-se uma paisagem rude, entremeada de campos de cultivo, casas e pinheirais. Ao fundo, na linha do horizonte, divisam-se, de maneira difusa, os montes galegos, fronteiriços a Caminha.
O castro do Germano está limitado a nascente, pelo regato do Cubanco, a sul e poente pela estrada municipal e a norte, pelo caminho de servidão. A altitude eleva-se a mais de 300 m.
Não se notam vestígios de muralhas ou de fossos. Do lado nascente, como é terreno declinado, a altura do castro eleva-se à mesma altura do terreno adjacente. Seguindo na direcção sul-poente, o relevo vai-se acentuando, até atingir um talude bastante íngreme, do lado norte.
É possível que as defesas do castro fossem formadas por taludes.
Foi recolhido bastante espólio, numa prospecção feita há anos: mós redondas, pedras de vários feitios, uma delas exibindo um simulacro de inscrição não identificada; restos cerâmicos, pedaços de tégula, etc.
Fundado em 1950 pelo Dr. Alfredo Moreira em colaboração com o etnógrafo Pedro Homem de Mello e mais tarde com o Dr. Desidério Afonso.
O seu traje à lavradeira, tipicamente usado nas romarias, para além do fato de trabalho, domingueiro, de dó, mordoma e noiva, representam o que ali se usou ao longo de séculos reflectindo cada um deles o uso e costume de uma época e de um povo outrora comunitário.
Alto do Crasto
Está este montículo, na confluência da estrada que vai para Gondar e para a Montaria. Apesar da configuração do monte nos sugerir a existência dum castro, não se encontraram quaisquer vestígios ou indícios de construções ou de testemunhos cerâmicos.
No entanto, aqui fica o topónimo para que algum investigador mais apurado possa estudar, se achar tarefa fácil e rentável, no campo científico, é claro.
Etnografia
O sino dos mouros
Segundo nos informou uma velhinha, trata-se de um local onde os mouros vinham dizer missa. Esse penedo tem dois sinos — um de ouro e outro de peste. Se alguém, um dia, tentar rachar o penedo, para encontrar o sino de ouro e o achar, efectivamente, ficará rico; mas se, em vez deste, lhe surgir o de peste, ficará tudo empestado.
É curioso que num penedo, situado mais abaixo uns metros, onde existem também sinais rupestres, andaram lá a tentar rachar o penedo, talvez com essa intenção, já que pedra melhor e detalhe mais fácil não falta junto da povoação.
Feiticeiras
Também não faltaram, noutros tempos, nesta freguesia. Há a Cruz de Valdante. Perto dela, apareciam as feiticeiras com fachoqueiras. Se alguém se atrevia a incomodá-las, nas suas reuniões, atiravam-lhe com as fachoqueiras à cara e partiam a rir em estrídulas gargalhadas.
Coisas do outro mundo e procissões dos defuntos só as fica a ver o indivíduo cuja madrinha tenha omitido algumas palavras no credo, no dia do baptismo.
Quando este mal se manifesta, fazem-se defumadouros, segundo o rito da Serra d'Arga : num caco põem arruda, palhas alhas, incenso, etc., e vão colocá-lo numa encruzilhada de noite.
RANCHO FOLCLÓRICO
Fundado em 1950 pelo Dr. Alfredo Moreira em colaboração com o etnógrafo Pedro Homem de Mello e mais tarde com o Dr. Desidério Afonso.
Este Grupo representa o Folclore do Alto Minho concretamente Dem – Serra D’Arga.
O seu traje à lavradeira, tipicamente usado nas romarias, para além do fato de trabalho, domingueiro, de dó, mordoma e noiva, representam o que ali se usou ao longo de séculos reflectindo cada um deles o uso e costume de uma época e de um povo outrora comunitário.
Na sua forma organizada editou vários discos e levou a sua etnografia a todo o Portugal, Espanha, França, Holanda e Inglaterra através de danças como o vira minhoto, a cana verde, a noiva, o velho, o malhão, a chula, a gota, etc., sempre ao som das concertinas, dos ferrinhos, das castanholas, dos cavaquinhos, do reque-reque, do bombo, entre outros.
Hoje, como há décadas atrás, deixa um currículo fruto de um trabalho rigoroso e persistente para que os vindouros, dele reconheçam a arte popular que também os caracteriza e que será importante continuar a preservá-la.
Só assim recordarão o uso e costume, a velha tradição de um povo.ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA RECREATIVA E CULTURAL
Fundada na década de oitenta, esta associação renasceu em 2007 por iniciativa de um grupo de deenses que se propôs a perpetar os usos e costumes da nossa terra, bem como a levar a cabo diversas actividades de carácter cultural ao longo do ano.
E assim tem sido. A ADRCD tem, actualmente, mais de uma centena de sócios que, ao longo do ano, beneficiam de desconto nas diversas iniciativas organizadas pela mesma, nomeadamente Baile de Natal, Passeio dos Alegres, Percursos Pedestres...
Integrado nesta associação, surge o Grupo de Bombos de S. Gonçalo de Dem que além dos vários espectáculos em que tem participado em solo português, conta já com várias internacionalizações, como é o caso de Espanha e França. GASTRONOMIA
Cabrito estufado à moda da Serra D'Arga
Vinha de alho:
Parte-se o cabrito aos pedaços.
Faz-se a vinha de alho com
vinho branco,
sal,
alho,
pimenta doce,
pimenta picante,
pimenta branca e
loureiro.
Mete-se o cabrito dentro e fica assim durante 24 horas.
A vinha de alho tem de cobrir o cabrito por completo.
Preparação para o estufado:
1. Numa panela baixa e larga deita-se cebola picada, alhos picados, loureiro, pimenta doce, pimenta branca, sal, vinho branco e banha de porco.
2. Leva-se a estufar em lume brando para que a carne fique mais suculenta.
3. Atenção: o vinho branco da vinha de alho, não serve para o estufado; a calda da vinha de alho não se reutiliza.
Fonte: Receita cedida por Dulcelina Pires - Freguesia de Dem
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