quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

FREGUESIA DE QUINTELA DE AZURARA


REGIÃO             CENTRO
SUB REGIÃO      DÃO LAFÕES
DISTRITO    VISEU
CIDADE             MANGUALE
FREGUESIA         QUINTELA DE AZURARA
HERALDICA


Brasão
Escudo de vermelho, ponte de um arco de prata, lavrada de negro, firmada nos flancos, entre uma forquilha e uma enxada, ambas de ouro, encabadas de prata e passadas em aspa; em ponta, uma bilheta de prata, deitada. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "QUINTELA de AZURARA".



Bandeira
Amarela. Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro 
Selo
Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Quintela de Azurara - Mangualde".





História
 Quintela de Azurara é uma freguesia pertencente ao concelho e comarca de Mangualde, no distrito de Viseu; dista cerca de 6 quilómetros da 


sede de concelho e o seu orago é S. João Baptista, celebrado anualmente a 24 de Junho.
Os vestígios arqueológicos encontrados na freguesia indicam a sua antiguidade; existe em Quintela de Azurara, um grande espólio pré e proto-histórico, colhido nestas imediações e pelas fortificações castrejas do monte onde ainda no século XIII se erguia o Castelo de Zurara; o monte, situado entre a actual cidade de Mangualde e a freguesia de Quintela de Azurara, é coroado por uma ermida ainda hoje conhecida como Nossa Senhora do Castelo. 
O referido castelo foi a origem do julgado medieval de Zurara, a que Quintela pertenceu. A atestar a época da romanização na freguesia, encontra-se a ponte romana, em pedra e de um só arco.
Eclesiasticamente, Quintela pertencia a S. Julião, cujo abade, Martim Gonçalves, foi preso por D. Sancho II, por razões desconhecidas; após a prisão, o monarca deu a igreja ou curadoria das almas em Mangualde, incluindo Quintela,a Mem Euniges, cónego de Coimbra, do qual passouposteriormente, para a posse do também cónego de Coimbra, Afonso Mendes e, mais tarde, para Salvador Peres, clérigo de D. Sancho II. 
Em 1758, segundo o Padre José Leão de Cabral Teixeira, abade de Quintela, os moradores da freguesia pagavam 33 mil réis de foro à "antiga casa dos Cabrais", fidalgos de Belmonte, cuja quantia se reparte anualmente pelas justiça aos moradores do dito termo, com respeito à possibilidade de cada um", ou seja, de acordo com as posses de cada família. 
O foro era então, reminiscência do antigo senhorio de Quintela, que foi possessão de Pedro Álvares Cabral, o célebre navegador. Em 1758 a freguesia abrangia já o lugar de Canelas e, apesar de corresponder aos domínios da igreja de S. João de Zurara, nas Inquirições de 1258 não era paroquial, pois a freguesia de Quintela ainda não existia no século XIII, não obstante a existência do templo, actualmente denominado de S. João da Quintela.
Nesta freguesia existe uma mina de estanho, denominada "Porto", assim como algumas pedreiras, sendo a extracção de granito e a agricultura as actividades económicas que servem de base à economia local.
O topónimo da freguesia é de origem germânica e alude a uma velha instituição medieval, a "quintana", pelo seu diminutivo "quitanella", que deveria ser originalmente, um apêndice da remota "Manoaldu(s)", origem da actual cidade de Mangualde. O segundo elemento toponímico faz recordar os tempos em que esta terra fez parte do antigo julgado medieval de Zurara.



GEOGRAFIA


 A freguesia de Quintela de Azurara situa-se na extrema Norte do concelho de Mangualde com o de Penalva do Castelo. É atravessada pela ribeira de Ludares e vê parte do seu limite Norte ser definido pelo rio com o mesmo nome. Pertence administrativamente ao concelho de Mangualde, Distrito de Viseu.
Em toda a área da freguesia abundam os afloramentos graníticos, que desde sempre foram sendo explorados para os diversos fins. Ainda hoje na localidade de Canelas se encontra uma importante exploração de inertes.
Existem granitos de grão fino, essencialmente biotitico ante-tectónico, numa zona muito circunscrita que se localiza a Oeste da Quinta do Espinhal, e granitos porfiroides de grão grosseiro, essencialmente biotitico, aplogranito granodioritico de grão fino a médio, essencialmente moscovitico e granitos de grão médio de duas micas, com esparsos megacristais, todos pós-tectónicos.
Como já dissemos a área em estudo é marcada pelo vale de dois cursos de água em cuja mesopotâmia se localiza a principal zona de ocupação humana, com as aldeias de Quintela de Azurara, na encosta sobre a ribeira de Ludares, e de Canelas, esta na encosta oposta daquela sobre o rio Ludares. De notar que a encosta sobre a ribeira de Ludares é mais suave que a encosta onde se implanta a aldeia de Canelas.

A altitude máxima atinge-se no cemitério a Norte da Igreja Paroquial e num ponto a Norte da Quinta do Espinhal, num enorme afloramento granítico, com cerca de 534 m.







PATRIMONIO

ANTA DO MONTENEGRO


No sítio do Montenegro na confluência da freguesia de Quintela de Azurara com as de Real e Freixiosa, temos informações da existência de uma anta. Contudo uma deslocação recente ao local, apenas podemos ver alguns monólitos tombados, que poderão ou não ter pertencido à referida anta. O local encontra-se extremamente revolvido devido ao plantio de eucaliptos.


FRAQUEIRO

Num morro, de granito porfiroide de grão grosseiro pós-tectónico, denominado "Fraqueiro", cerca de 300m a sudeste da capela da Sr.ª da Esperança.
De forma antropomórfica trapezoidal, cabeça em arco de volta perfeita, ombros em arco, lados rectos paralelos, com uma ligeira curvatura do lado direito junto aos pés. Pertencente a um adulto.
Apresenta na zona dos pés, ao centro, uma saída de drenagem.

Quadro metrológico da sepultura escavada na rocha de Fraqueiro

O.
C.
C. c.
C. m.
C. p.
L. c.
L. o.
L. m.
L. p.
P.1

S1

260º
180
---
---
---
28
40
49
25
30
Nota: Dados metrológicos segundo Marques, 2000b, p. 87.
Legenda: O-Orientação; C-Comprimento;  C.c.-Comp. da Cabeça; C.m.; Comprimento do tronco e pernas; C.p.-Comp. dos pés; L.c.-Larg. da cabeça; L.m.- Larg. a meio do corpo; L.p.-Largura do pé; P.-Profundidade.

Em toda a encosta entre a capela da Sr.ª da Esperança e a Quinta dos Linhares, a Oeste do “Fraqueiro”, há muitos fragmentos de cerâmica de construção e doméstica romana/medieval.


VESTIGIOS ROMANOS

Como já referimos por toda a área limítrofe da aldeia têm-se achado inúmeros vestígios romanos como fragmentos cerâmicos, uma mó e vários pesos de tear, um dos quais com a seguinte inscrição:
AVITVS RVF[I]NIVS RVFIVS (Avito Rufinio Rufio).
Desta aldeia também são provenientes três aras:
Uma funerária exposta na extensão territorial do I.P.A. em Viseu e pertencente à colecção do Dr. José Coelho (JC-79-05) com a seguinte inscrição:
MA · RC  / AVG · L(ibertae vel iberto) · / AAN(orum) IIX (octo) / S(it) T(errae) L(evis) · S(uo) P(ater) · / FA(ciendum) K(uravit).
A Marc..., liberto(a) de Aug..., de oito anos.  Que a terra seja leve. Seu Pai mandou fazer.
Uma votiva depositada no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, (n.º 16366) com a seguinte inscrição:
IOVI / OP(timo) M(aximo) / AVENT(inus vel ina) / [A(animo)] L(ibens) V(otum) P(ossuit).
A Júpiter Óptimo Máximo, Aventino ou Aventina de animo leve o voto colocou.
Outra votiva que se encontra na igreja paroquial1, fracturada, mas onde se lê:
I(upiter vel ovi) O(ptimo) M(aximo) / ALBINVS.
A Júpiter Óptimo Máximo, Albino ...
Para além destas inscrições há notícia de outras inscrições latinas que servem de sustentáculo a vários prédios.
Pela área da freguesia e inclusive em associação com cerâmica romana existem sepulturas escavadas na rocha.
Boaventura de Noronha (1957e) num seu artigo no Noticias da Beira refere que encontram-se com frequência à superfície do solo, na Freguesia de Quintela de Azurara, vestígios de cerâmica romana em várias zonas, na vertente Sul da margem direita do Lodares. Estendem-se estas, principalmente, desde os Vilares e vizinhanças, passando pela povoação, até aos Pousadoros. Algumas propriedades intermédias, situadas próximo da ermida de N.ª Sr.ª da Esperança, como a Lama, Espinhal, Vinha de D. Ana e outras, evidenciam maior densidade de fragmentos de tijolos e tégulas (1)2. A faina agrícola vai descobrindo-os e escaqueirando cada vez mais, vendo-se muitos deles intercalados nas paredes de pedras soltas que delimitam a Lama. Pedacinhos de cerâmica, de pasta fina vermelha, alguns com decoração incisa, revestidos de verniz já pouco consistente, podem aparecer entre estes detritos, sobretudo nas cotas mais baixas do terreno arrastados pelas águas pluviais. Naquela zonas castreja romanizada têm-se encontrado ainda cacos de dólios (dolia) utilizados outrora como recipientes pata vinho, mais duma dezena de pedras de mós manuárias (2)3 e uma moeda de bronze (3)4. Aí (Lama, Vanzadas, Senhora da Esperança) recolhemos por diversas ocasiões nove pesos de tear (pondera), de barro grosseiro, perfurados, com o formato mais vulgar e dimensões de 7 a 15cm de alto por 5 a 8,5 de largo. Na povoação existe um fragmento de coluna toscana; outro serve de suporte a uma parreira na Aveleira.


1Encontrada em Agosto de 2004 na Igreja Paroquial, durante o inventário, a servir de base para altear um jarro de flores no altar mor. *Poderá ver o seu estudo na Bibliografia (Nóbrega, 2004)
2Nota do autor: O Museu Etnológico de Belém, possui um exemplar (N.º 16359 do Inevnt.º) de tégula, proveniente de Quintela.
3Nota do autor: Em Canelas existiu uma pedra de mó sobre a parede onde se apoiava uma parreira e outra na Ponte no quintal da casa de Inácio Nunes que no-la ofereceu.
4Nota do autor: Achou-a em 1955 António Coelho, nos Curtinhais.


PONTE DE CANELAS 

No limite da freguesia de Quintela de Azurara com a freguesia de Germil, do concelho de Penalva do Castelo, no sítio denominado Cômaro, no lado de Canelas, existe um troço de via romana e uma ponte, do mesmo período, sobre o Rio Ludares. Outrora existia uma semelhante do lado de Abegões, no sítio da Formiga, mas foi coberto recentemente por saibro. A ponte tem um arco de volta perfeito e dois olhais rectangulares, apresentando a montante um talha-mar.


MALHADAS

 No meio de um pinhal, estão uma sepultura isolada e outras duas a par um pouco mais a Sul. Situam-se a cerca de 1,5 Km da povoação de Quintela de Azurara, numa encosta suave, virada a Sul, sobre um pequeno afluente da ribeira de Ludares. Zona de granitos porfiroides de grão grosseiro pós-tectónicos.
Três sepulturas antropomórficas, destinadas a adultos.
A sepultura  tem uma forma ovalada, com cabeça em arco de volta perfeita e ombros em arco.
As sepulturas têm uma forma sub-rectangular, apresentando uma a cabeça em arco peraltado e ombros em arco, e a outra a cabeça rectangular vertical e ombros em ângulos rectos.

Quadro metrológico das sepulturas escavadas na rocha das Malhadas

O.
C.
C. c.
C. m.
C. p.
L. c.
L. o.
L. m.
L. p.
P.

S1

220º
176
25
151
---
35
50
58
---
29
S2
40º
180
29
151
---
27
48
47
---
40
S3
40º
180
28
152
---
29
46
46
---
40
Nota: As sepulturas estão ordenadas de Norte para Sul, sendo 1 a sepultura isolada.
Legenda: O-Orientação; C-Comprimento;  C.c.-Comp. da Cabeça; C.m.; Comprimento do tronco e pernas; C.p.-Comp. dos pés; L.c.-Larg. da cabeça; L.m.- Larg. a meio do corpo; L.p.-Largura do pé; P.-Profundidade.

Nos terrenos agrícolas a Este das campas verifica-se o aparecimento de cerâmica de construção e doméstica. Jorge Adolfo Marques (2000b, p. 88) recolheu um fragmento de mó movente circular.

VINHA DO SILVA 

Núcleo constituído por um trio de sepulturas e por uma outra isolada, localizando-se junto ao muro delimitador da antiga Quinta do Vilar. Zona de granitos porfiroides de grão grosseiro pós-tectónicos, num planalto ligeiramente virado a Sul.
Existiam mais sepulturas destruídas aquando da transformação da Vinha do Silva em lixeira municipal. Por isso pensamos que aqui se localizaria uma necrópole.
O conjunto das três sepulturas encontra-se a 17,6 m. do portão de ferro da antiga quinta, encontrando-se a 3,5 m. da sepultura isolada.
A sepultura isolada (1) tem uma forma ovalada com cabeça em arco de volta perfeita e ombros em arco. A sepultura 2 tem uma forma rectangular com cabeça de arco ultrapassado e ombros com ângulo recto. A sepultura 3 apresenta uma forma sub-rectangular com cabeça em arco peraltado e ombros de ângulos rectos. A sepultura 4 também apresenta uma forma sub-rectangular mas com cabeça em arco de volta perfeita e ombros em arco. As sepulturas são todas antropomórficas e de adultos.

Quadro metrológico das sepulturas escavadas na rocha da Vinha do Silva


O.
C.
C. c.
C. m.
C. p.
L. c.
L. o.
L. m.
L. p.
P.1

S1

350º
173
25
148
---
25
46
50
---
27
S21
N
168
---
---
---
27
44
46
41
37
S3
250º
182
34
148
---
31
45
48
---
20
S4
262º
186
20
166
---
25
53
48
---
27
Nota: As sepulturas foram ordenadas
Legenda: Nota: As sepulturas foram ordenadas de Oeste para Este.
Legenda: O-Orientação; C-Comprimento;  C.c.-Comp. da Cabeça; C.m.; Comprimento do tronco e pernas; C.p.-Comp. dos pés; L.c.-Larg. da cabeça; L.m.- Larg. a meio do corpo; L.p.-Largura do pé; P.-Profundidade.

Não se regista o aparecimento de quaisquer vestígios arqueológicos na zona.


QUINTA SRA DA ESPERANÇA

Estas duas sepulturas estão localizadas sob a parede exterior da casa da Quinta da Sr.ª da Esperança, perto da capela com o mesmo nome. Embora este facto, as sepulturas não foram danificadas, sendo actualmente utilizadas como floreiras. Situam-se numa zona aplanada, de aplogranitos granodioriticos de grão fino a médio pós-tectónicos, no alto de uma encosta, voltada a Sul.
As campas são antropomórficas, ambas com cabeceira em arco de volta perfeita (Marques, 2000b, p. 89).

Quadro metrológico das sepulturas escavadas na rocha da Quinta da Sr.ª da Esperança1

O.
C.
C. c.
C. m.
C. p.
L. c.
L. o.
L. m.
L. p.
P.1
S1
260º
188
---
---
---
30
44
39
18
35
S2
260º
185
---
---
---
28
45
47
38
---
Nota: Dados metrológicos segundo Marques (2000b, p. 89) que ordenou as sepulturas de Norte para Sul.
Legenda: O-Orientação; C-Comprimento;  C.c.-Comp. da Cabeça; C.m.; Comprimento do tronco e pernas; C.p.-Comp. dos pés; L.c.-Larg. da cabeça; L.m.- Larg. a meio do corpo; L.p.-Largura do pé; P.-Profundidade.

Em toda a encosta entre a capela da Sr.ª da Esperança e a Quinta dos Linhares, a Sudoeste da “Quinta da Sr.ª da Esperança”, há muitos fragmentos de cerâmica de construção e doméstica romana/medieval. No pátio ao lado da casa da Quinta, por cima do coreto, encontra-se uma mó manuária, cuja proveniência se desconhece.

QUINTA DO ESPINHAL

Sepultura localizada junto à casa da Quinta do Espinhal, a Noroeste da Capela da Sr.ª da Esperança. Localiza-se numa zona de granitos porfiroides de grão grosseiro pós-tectónicos, a meia encosta, voltada a Sul.
Estamos perante uma sepultura antropomórfica de forma sub-trapezoidal, com cabeça em arco de volta perfeita e os ombros em arco

Quadro metrológico da sepultura escavada na rocha da Quinta do Espinhal

O.
C.
C. c.
C. m.
C. p.
L. c.
L. o.
L. m.
L. p.
P.
S1
280º
140
20
120
---
22
37
47
22
22
Legenda: O-Orientação; C-Comprimento;  C.c.-Comp. da Cabeça; C.m.; Comprimento do tronco e pernas; C.p.-Comp. dos pés; L.c.-Larg. da cabeça; L.m.- Larg. a meio do corpo; L.p.-Largura do pé; P.-Profundidade.

Não se regista o aparecimento de quaisquer vestígios arqueológicos na zona.
FRAQUIERO

Num morro, de granito porfiroide de grão grosseiro pós-tectónico, denominado "Fraqueiro", cerca de 300m a sudeste da capela da Sr.ª da Esperança.
De forma antropomórfica trapezoidal, cabeça em arco de volta perfeita, ombros em arco, lados rectos paralelos, com uma ligeira curvatura do lado direito junto aos pés. Pertencente a um adulto.
Apresenta na zona dos pés, ao centro, uma saída de drenagem.

Quadro metrológico da sepultura escavada na rocha de Fraqueiro

O.
C.
C. c.
C. m.
C. p.
L. c.
L. o.
L. m.
L. p.
P.1

S1

260º
180
---
---
---
28
40
49
25
30
Nota: Dados metrológicos segundo Marques, 2000b, p. 87.
Legenda: O-Orientação; C-Comprimento;  C.c.-Comp. da Cabeça; C.m.; Comprimento do tronco e pernas; C.p.-Comp. dos pés; L.c.-Larg. da cabeça; L.m.- Larg. a meio do corpo; L.p.-Largura do pé; P.-Profundidade.

Em toda a encosta entre a capela da Sr.ª da Esperança e a Quinta dos Linhares, a Oeste do “Fraqueiro”, há muitos fragmentos de cerâmica de construção e doméstica romana/medieval.


PESADOIROS

Localizada numa zona de encosta, voltada a Sul, de granitos porfiroides de grão grosseiro pós-tectónicos, entre a Capela da Sr.ª da Esperança e a Quinta dos Linhares.
O monólito onde se encontra a sepultura foi deslocado da sua posição original, o que provocou a destruição da cabeceira. Por isso apenas apresentamos alguns dados metrológicos.
Trata-se de uma sepultura antropomórfica isolada.

 Quadro metrológico da sepultura escavada na rocha de Pesadoiros

O.
C.
C. c.
C. m.
C. p.
L. c.
L. o.
L. m.
L. p.
P.

S1P

---
161
---
161
---
---
---
40
---
33
Legenda: O-Orientação; C-Comprimento;  C.c.-Comp. da Cabeça; C.m.; Comprimento do tronco e pernas; C.p.-Comp. dos pés; L.c.-Larg. da cabeça; L.m.- Larg. a meio do corpo; L.p.-Largura do pé; P.-Profundidade.

Em toda a encosta entre a capela da Sr.ª da Esperança e a Quinta dos Linhares, onde se localiza os “Pesadoiros”, há muitos fragmentos de cerâmica de construção e doméstica romana/medieval.


CAPELA DE SÃO PEDRO
Hoje já pouco resta desta capela, sendo ainda reconhecível o seu local no actual Largo do Rolo.
Esta capela deverá ter sido benzida em 1714 data em que foi dada a respectiva licença1 por D. Jerónimo Soarez, bispo de Viseu, aos 13 de Março.
Esta licença tinha sido requerida por Pedro Inácio de Albuquerque, sua mulher D. Maria Ignácio e sua mãe sogra, D. Maria do Amaral, tendo como justificação o facto de terem família e ser suplicante sua mulher e sogra já velha, que muitas vezes não podia ir à missa à igreja.
A capela estava num pátio mas com porta para a rua, e segundo o pároco que a inspeccionou estava provida com os ornamentos necessários para nela de poder celebrar.
Segundo as Memórias Paroquiais de 1758, esta capela pertencia aos administradores das suas fazendas.

CAPELA DE SÃO VICENTE


Se da capela de S. Pedro ainda subsistem as paredes, desta Capela já só subsistem ruínas e a lembrança na toponímia. Esta Capela localizava-se no actual beco de S. Vicente, por onde passava dantes o caminho em direcção à Ribeira. No local ainda podemos ver restos de um brasão que poderia corresponder às armas dos instituidores da capela.
O Abade de 17581 refere que esta capela ficava dentro do povo, a quem pertencia a fábrica, ou seja, era o povo de Quintela de Azurara que administrava a capela.

CASA DA QUINTELA
Localizada no Lg Francisco de Tavares, antigo proprietário e presidente da Câmara de Mangualde, encontra-se este belo edifício classificado como Imóvel de Interesse Público1.
Delimitada por um muro, cujo portão ostenta as armas dos Morais e Pintos, a propriedade é composta por vários corpos (jardim, casa principal, casa dos caseiros, celeiros, estábulos, adega, etc.). Casa principal orientada a Noroeste com dois pisos.
Na generalidade trata-se de um edifício simétrico com escassa decoração. As cantarias mantém vestígios das construções anteriores, nomeadamente na zona da torre arruinada e da loggia. Alçado tardoz com entrada através de pequeno átrio, sobre o qual se ergue pequena loggia. Manutenção das dependências agrícolas. Pequena sacada prolonga algumas das janelas de peitoril.(Matias e Carvalho, 1997 e 2000).
Na época medieval ter-se-ia verificado a construção de um edifício neste local, sendo o actual edifício construído no século XVI, que foi reconstruído no século XVIII. Relatos familiares referem, inclusivé, a existência de uma torre que caiu em 1717. (Cardoso, 1994, p. 45)
Actualmente a casa encontra-se transformada em Turismo de Habitação, por iniciativa do Eng. João Carlos de Ataíde e Arriaga Cunha Cabral, pai do actual proprietário, Eng. Joaquim Miguel Vasconcelos Melo Arriaga Tavares.

FONTE DOS LINHARES

Localiza-se na Quinta dos Linhares, na periferia da povoação da Quintela de Azurara, na encosta entre a Ribeira de Ludares e a actual capela da Sr.ª da Esperança. Num terreno de cultivo, debaixo de uma frondosa árvore, estava enterrada uma fonte que foi posta a descoberto pela lavra da terra, o que provocou o seu desmantelamento.
Trata-se de uma fonte de chafurdo com uma estrutura em pedra aparelhada, com um frontispício constituído por um nicho encimado por uma cruz, ambos ladeados por duas volutas. O acesso fazia-se por dois patamares de pedra, que formavam uma pequena escada. Na pedra que se encontra tombada lêem-se as seguintes inscrições: “ 1773” e “QUINTA DOS LINHARES...

ALMINHAS
Desde os tempos mais remotos que a pedra tem sido utilizada pelo ser humano para materializar as sua crenças religiosas e homenagear os semelhantes desaparecidos. Conhecidas como alminhas ou cruzes das almas, encontram-se presentes em quase toda a Beira Interior. Estes singelos monumentos estão directamente relacionados com a profunda devoção religiosa das populações rurais.
Apesar da evolução da sociedade e da perda de grande parte do seu significado religioso, estes monumentos não deixaram de possuir um grande significado artístico e patrimonial.
Poderá ser esta a razão de existirem muitas lendas relacionadas com as alminhas. Em Quintela de Azurara também existem!
Normalmente, erguem-se estes monumentos juntos dos caminhos, nas encruzilhadas ou nos caminhos secundários que cortam os pinhais, e tinham como função sacralizar os cruzamentos e áreas perigosas, protegendo os viajantes de encontros malignos. Por outro lado, recordavam aos viajantes que vinham da missa, do cemitério, do campo ou da feira da necessidade da oração diária.
Os altos pinhais com mato cerrado, os caminhos distantes da povoação e pouco frequentados e também o medo de isolamento, poderão igualmente ter patrocinado o desejo de se erguer alguma protecção divina.
Algumas são verdadeiras obras de arte!

Gastronomia
BOLO DE AZEITE


Ingredientes:
ovos  -  6
acúcar  -  300g (pus 280G)
farinha  -  550 g
azeite  - 2 dl  
leite  -  3 dl 
1 colher (sobremesa) de fermento
raspa e sumo de duas laranjas 

Modo de Preparo
1.   Bater as gemas com o acúcar ,
2.   Juntar o azeite e o leite e continuar a barter,
3.   adicionar a  farinha e o fermento, alternando com as  as claras em castelo.
4.   Por fim, juntar  o sumo e raspa da laranja.
5.   Untar uma forma e polvilhar,
deitar a massa e levar ao forno cerca de 40 minutos.

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