quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

FREGUESIA DE VAGOS



REGIÃO             ALENTEJO
SUB REGIÃO   ALTO ALENTEJO
DISTRITO    PORTALEGRE
CIDADE             MONFORTE
FREGUESIA         VAGOS
HERALDICA



BRASAO: -


De ouro. No coração do campo dois pés de milho, de verde, passados em aspa, representando as actividades agrícolas que continuam a ter um peso significativo na economia familiar dos cidadãos desta comunidade. Em chefe, cruz de Sant'Iago, de vermelho, símbolo do Santo que dá nome ao Orágo da freguesia. Em posição nos cantões do contra-chefe, duas rodas dentadas, de azul, representam a industria que se encontra instalada nesta freguesia em sectores, como as porcelanas, cerâmicas e matalurgia. Três borelas ondadas, de azul e prata significam a relação de Vagos com a Ria.
Coroa mural de três torres de prata. Listel branco, com a legenda a negro '`Freguesia de Vagos".

BANDEIRA: -
 Azul, Cordão e Borlas de ouro e azul. Haste e Lança de ouro.

SELO: -
Nos termos da Lei, com a legenda:
- "JUNTA DE FREGUESIA DE VAGOS"



HISTORIA
A importância de Vagos vem já desde a Idade Média, dado o facto de denominar-se de Vagos a porta das muralhas de Aveiro, e ter pertencido à antiga comarca de Esgueira, mais tarde, recebeu foral de D. Manuel I, datado de Lisboa, a 14 de Agosto de 1514,(Livro de Forais Novos da Estremadura, fl. 77 v., col. I), assim como  chegou a fazer parte do extinto concelho de Sosa em 1840. 
 Diz o Padre Carvalho (1708), que para além da ermida de N. Sra. De Vagos, existia a ermida de S. Sebastião, do Espírito Santo e casa da Misericórdia. No século XVIII Vagos era abundante em milho, feijão, cebola, bons melões e melancias, possuía um juiz ordinário, vereadores, um procurador do concelho, escrivão da Câmara, tinha também um juiz dos órfãos com o seu escrivão, dois tabeliães do judicial e notas, um alcaide e uma companhia de ordenança.    
 Foi D. Fernando quem fez a primeira doação da vila de Vagos a Alice Gregório, tendo passado a breve trecho esta doação para senhorio dos Silvas, descendentes do rico homem Gonçalo Gomes da Silva, 1º senhor de Vagos, 
 alcaide-mor de Montemor-o-Velho, embaixador ao Papa Urbano VI, tendo falecido em 1386, e dele e sua mulher D. Leonor Coutinho, descenderam todos os senhores de Vagos, assim como João Gomes da Silva o qual recebeu doação da vila de Vagos por parte do 
Mestre de Aviz quando ainda era defensor do reino em reconhecimento dos serviços por ele prestados, e quando já era rei, D. João I, converteu aquela doação de temporária em perpétua,. e destes Silvas, saíram muitas outras casas  ilustres,  tais como, os marqueses de Alegrete e de Nisa, os condes de S. Lourenço, de S. Tiago, de Unhão e de Tarouca, e em Espanha os duques de Hijar e de Pastrana. 
 Destes antigos donatários ou senhores de Vagos, chegou-se a Diogo da Silva, e este casou com D. Margarida de Meneses, senhora de Aveiras,
untando-se deste modo as duas casas de Vagos e Aveiras. Deste consórcio matrimonial nasceu João da Silva Telo Meneses, a quem foi confirmada a doação de vagos por Alvará de 18 de Fevereiro de 1650, tornando-se no 11º senhor de Vagos, e foi 1º conde de Aveiras por carta de 24 de Fevereiro de 1640, governador do Algarve e de Mazagão, do Conselho de Estado, Regedor das Justiças, tendo este casado com D. Maria de Castro, irmã do 1º conde de Unhão, e segundo o Cadastro da Estremadura, tinha a vila de Vagos, 100 vizinhos dentro dela e 18 no termo, na aldeia de Covão do Lobo, e o seu termo estendia-se duas léguas para a parte de 
 Cantanhede, “e dois tiros de besta” para o lado de Sosa, e o termo partia com o mar e com o rio que o cercava.  Foram estes condes, 4ºs avós de Francisco da Silva Telo Meneses, que obteve do Príncipe Regente o título de 1º marquês de Vagos (carta de 14 de Novembro de 1802), atendendo aos serviços por ele prestados em vários postos militares até ao de general de artilharia e conselheiro de guerra, assim como o de ter sido no Paço mordomo-mor da princesa D. Maria Benedita, e também foi 6º conde de Aveiras, 16º senhor de Vagos e de Aveiras, tendo casado com D. Bárbara Mécia da Gama, filha dos 4ºs marqueses de Nisa, e segundo o Padre João Vieira Resende(1944), o 1º Marquês de Vagos e Conde de Aveiras, foi directo senhorio das quintas da Mó-do-Meio, do Marinhão, Chave e também do Preguiceiro, todas elas na Gafanha, e o duque de Lafões o foi igualmente do Preguiceiro. 
O filho deste, Nuno  da Silva Telo Meneses, 2º marquês de Vagos  e 8º conde de Aveiras, foi governador de Armas da Corte, no Rio de Janeiro, Marechal do Exército, Estribeiro-mor da rainha D. Maria I, e muitos outros cargos exerceu este nobre, tendo casado com D. Leonor  Maria da Câmara, filha dos 5ºs condes da Ribeira Grande, e deles nasceu uma única filha, D.Joana Maria José da Silva Telo Meneses Corte Real, 3ª marquesa de Vagos, 9ª condessa de Aveiras, e  herdeira de toda a restante casa de seu pai, tendo casado com D. José de Noronha. Mais ilustres descendentes se seguiram, até que em 1907 do casamento dos 6ºs marqueses de Vagos, nasceu o primogénito, D. Pedro José Maria do Rosário da Silva Telo de Noronha, usando o título de, e 13º conde de Aveiras. 






Com a implantação da República, estes nobres perderam o seu estatuto, e Vagos viu nascer de entre os seus filhos, figuras ilustres que deram o seu contributo para o desenvolvimento cultural e até político da região e do país, tal é o caso de João Grave, para não citar muitos outros.



TOPONIMO
Mesmo a designação, "Vagos" deve repousar no facto do território se encontrar despovoado, o que levou os primeiros povoadores a designa-lo de "Vacuus", significando etimologicamente "despejado". Segundo António Gomes da Rocha Madail, era costume os descendentes dos antigos fenícios terem sempre nas suas casas um recipiente com uma certa quantidade de água, uma fouce "forneira", e uma "pica". 

Eram sempre muito fiéis aos seus familiares e conterrâneos, mas eram desconfiados e pouco fiéis em relação aos de fora, pois os vaguenses como tinham andado homiziados e expatriados, tinham sempre medo de serem pilhados, e por tais razões, colocavam várias sentinelas e vigias para guardarem as suas terras e haveres, daí o nome do lugar que hoje se chama Vigia, actualmente lugar pertencente à Freguesia de Santo André de Vagos. A palavra Vagueira vem do adjectivo popular latino "Vacarius" que vingou ao lado do termo mais erudito "Vacuus" (Vazio), hoje lugar pertencente à Freguesia da Gafanha  da Boa Hora

PATRIMONIO

CAPELA DA MISERICORDIA

A origem desta capela encontra-se, segundo parece, numa confraria das Almas que sustentava o rudimentar hospital chamado S. Tiago, onde se albergavam os itinerantes pobres e doentes. Fizeram depois uma capela mais vasta a que foi dado o título da Senhora da Misericórdia e a irmandade reformou-se com o título de Senhor dos Passos. Foi reconstruída nos finais do século XIX




CAPELA DO ESPIRITO SANTO



Esta capela situa-se à saída da Vila de Vagos, para o lado norte. Em tempos, teve esta capela a invocação do Espírito Santo.
Esteve abandonada bastantes anos e correu o risco de ser demolida. A capela tem forma circular e, sendo tão pequena, tem apenas um altar.



CAPELA SÃO SEBASTIÃO


Situa-se na saída da Vila, na estrada que liga Vagos a Soza. Tem forma circular, mas sem qualquer aparência exterior que indique tratar-se de um templo onde se venera S. Sebastião. Tem apenas um altar, onde está exposta à veneração dos fiéis a imagem deste Santo, advogado da fome, da peste e da guerra.



EDIFICIO JOÃO GRAVE
Foi construído para albergar os serviços municipais. Após a transferência destes serviços para o Palacete dos Viscondes de Valdemouro, este edifício, cujo patrono era o escritor Vaguense João Grave, passou a funcionar como estabelecimento de ensino escolar.



IGREJA DO LAMBOMEÃO
Depois da requalificação integral do edifício entre 2008 e 2009, destinada a solucionar as graves mazelas que afectavam o corpo principal do templo, esta Capela mostra-se agora  ao publico com todo o seu esplendor, com a nova  pintura e douramento dos retábulos laterais e frontal, com destaque também para a pintura da semelha que embeleza a capela-mor.



IGREJA MATRIZ

A mais de um quilómetro da vila de Vagos, situada num local campestre, pitoresco e aprazível, convidativo à oração, fica a ermida de Nossa Senhora de Vagos cheia de história e tradição. Consta que antes do actual santuário,existiu outro a dois quilómetros deste de que há apenas vestígios de uma parede bastante alta, denominada «Paredes da Torre», cercada presentemente por densa floresta mas de fácil acesso. 
 Tradições antigas com várias lendas à mistura, dizem que perto da praia da Vagueira naufragou um navio francês dentro do qual havia uma imagem de Nossa Senhora que a tripulação conseguiu salvar e esconder debaixo de arbustos que na altura rareavam no areal. Dirigindo-se para Esgueira, freguesia mais próxima, a tripulação contou o sucedido ao Pároco que acompanhado por muitos fiéis, veio ao local onde tinham colocado a imagem, mas nada encontrou. 
Dizem uns que Nossa Senhora apareceu a um lavrador indicando-lhe o sítio onde se encontrava o qual aí mandou construir uma ermida; dizem outras que apareceu em sonhos a D. Sancho primeiro quando se encontrava em Viseu que dirigindo-se ao local e tendo encontrado a imagem, mandou construir uma capela e uma torre militar a fim de defender os peregrinos dos piratas que constantemente assaltavam aquela praia. Mas parece que a primeira ermida e o culto da Nossa Senhora de Vagos datam do século doze. O que fez espalhar a devoção a Nossa Senhora de Vagos foram os milagres que se lhe atribuem. Entre eles consta a cura de um leproso, Estevão Coelho, fidalgo dos arredores da Serra da Estrela que veio até ao Santuário. Ao sentir-se curado além de lhe doar grande parte das suas terras, ficou a viver na ermida, vindo a falecer em 1515. É deste Estevão Coelho, que conta a lenda ter quatro vezes a imagem de Nossa Senhora de Vagos, sido trazida para a sua nova Capela, quando das ruínas da Capela antiga (Paredes da Torre), e quatro vezes se ter ela ausentado misteriosamente para a Capela primitiva. Só à quarta vez se reparou que não tinham sido transferidos os ossos de Estêvão Coelho, e que as retiradas que a Senhora fazia eram nascidas de querer acompanhar o seu devoto servo que na sua primeira Ermida estava sepultado; trasladados os ossos daquele, logo ficou a Senhora sossegada e satisfeita. Supõe-se que ainda hoje, à entrada do Templo existe uma pedra com o nome de Estêvão Coelho.
Outro grande milagre teve como cenário os campos de Cantanhede completamente áridos e impróprios para a cultura devido a uma seca que se prolongava há mais de quatro anos. A miséria e a fome alastrou de tal maneira por aquela região que todo o povo no auge do deserto elevava preces ao Céu, para que a chuva caísse. Até que indo em procissão à Senhora da Varziela, ouviram um sino tocar para os lados do Mar de Vagos. Toda a gente tomou esse rumo. Chegados à Ermida de Nossa Senhora de Vagos, suplicaram a Deus que derramasse sobre as suas terras a tão desejada chuva o que de facto sucedeu. 
Em face de tão grandioso milagre, fizeram ali mesmo um voto de se deslocarem àquele local de peregrinação, distribuindo ao mesmo tempo as pobres esmolas, dinheiro, géneros, etc. ... Ainda hoje essa tradição se mantém numa manifestação de Fé e Amor. Ainda hoje o pão de Cantanhede continua a ser distribuído em grande quantidade no largo da Nossa Senhora de Vagos.
Perto do actual santuário que pelas lápides sepulcrais aí existentes, remota ao século dezassete, construíram-se umas habitações onde de vez em quando se recolhiam em oração os Condes de Cantanhede e os Srs. de Vila Verde. Hoje, já não existem vestígios dessas habitações.


ORAGO – SÃO TIAGO

S. Tiago Maior era um dos doze Apóstolos, irmão de S. João Evangelista. Tinham como Pai Zebedeu, patrão de um barco de pesca no Lago Genesaré. Chama-se Tiago "Maior" para o distinguir do Tiago "irmão" do Senhor. Os sinópticos (Mr 4, Mc e Lc 5) contaram-nos a vocação de João e Tiago. Jesus chamou-os quando os dois estavam ocupados a concertar as redes. Os rapazes contratados seguem o jovem Mestre. Tiago ficou sendo um dos doze. Em Marcos, é o segundo a seguir a Pedro. Em Mateus, Lucas e o Actos, é o terceiro. Figura nalgumas circunstâncias memoráveis: na cura da sogra de Pedro, na ressurreição da filha de Jairo e na transfiguração.
O Divino Salvador chamou a Tiago e João, "filhos do trovão", por eles terem querido que fosse mandado fogo do céu sobre uma cidade hospitaleira de maneira semelhante ao que fizera Elias, mas o Senhor repreendeu-os. Quando eles subiram a Jerusalém, mandaram pedir a Jesus, por intermédio da mãe de Salomé, dois lugares de honra no futuro reino. 
O Divino Mestre respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálix que eu tenho de beber? Quanto aos lugares de felicidade, isso depende de meu Pai. Não careciam de afoiteza. Julgavam-se no direito de possuir o sinal da vinda de Jesus e do fim do Mundo. O que é certo é que, ao entrar Jesus na agonia, eles dormitavam no jardim debaixo das oliveiras prateadas pela Lua radiosa.
Tiago foi martirizado no ano de 44 em Jerusalém.

CAPELA DE SÃO JOÃO
Situa-se na saida da Freguesia, direcção a Santo António de Vagos.

TURISMO
 Repleto de paisagens magníficas dotadas de grande beleza, a Freguesia de Vagos possui uma riqueza florística e faunística imensa, estando parte desta, classificada como Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro, no âmbito da Rede Natura 2000, uma rede europeia de conservação de habitats e espécies nas suas áreas de distribuição.
Indo para Este, surge o Rio Boco, com mistura de águas das várias nascentes com as águas salgadas da Ria de Aveiro. Ao longo das várias “veias” do rio, onde outrora navios navegavam, desfruta-se a paisagem única dos sinuosos vales e a flora típica de zonas húmidas. 
A Freguesia de Vagos possui excelentes de Parques de Lazer onde poderá desfrutar de bons momentos de fruição da natureza, num ambiente tranquilo e saudável, equipados com mesas, bancos, W.C’s, churrasqueiras e estacionamento. Também a gastronomia e o artesanato da terra merecem especial destaque, onde a sensibilidade dos vaguenses para os trabalhos artesanais, muito particularmente, no campo da cerâmica são internacionalmente reconhecidas. 
Do ponto de vista religioso, a Freguesia tem para oferecer a quem nos visita um património impar, como o Santuário de Santa Maria de Vagos, Capela do Espírito Santo, Capela da Misericórdia, Igreja Matriz de Vagos, Capela São Sebastião, Palacete Visconde de Valdemouro, entre outros monumentos. 
Muitas são as manifestações culturais que ao longo do ano ocorrem na Freguesia, com especial destaque para a romaria a Nossa Senhora de Vagos (2.º Feira a seguir ao domingo de Pentecostes), visitada anualmente por milhares de pessoas. 
Visite a nossa Freguesia, somos um povo hospitaleiro que sabe receber bem os visitantes.


Gastronomia
Fritadas de Peixe
Ingredientes
1 unidade(s) de abobrinha picada(s)
1/2 unidade(s) de cebola picada(s) finamente
1/2 unidade(s) de tomate picado(s), sem pele(s), sem sementes
4 colher(es) (sopa) de salsinha picada(s)
quanto baste de sal
quanto baste de pimenta-do-reino branca moída(s)
1 colher(es) (sopa) de Queijo Ralado
4 unidade(s) de ovo
2 colher(es) (sopa) de farinha de trigo
300 gr de pescada amarela desfiada(s)
Modo de Preparo
1.   Desfie a carne de peixe, tirando as espinhas se houver.
2.   Refogue a abobrinha.
3.   Junte todos os ingredientes, menos os ovos e a farinha de trigo numa tigela.
4.   Não junte o caldo do legume refogado.
5.   Bata os ovos ligeiramente, junte a farinha de trigo, batendo bem e acrescente aos outros ingredientes.
6.   Mexa bem. 
7.   Unte um refratário e despeje a mistura.
8.   Leve ao forno médio, até que esteja bem cozido, mas com a parte de cima um pouquinho úmida.
9.   Se secar demais não fica bom.


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