domingo, 18 de dezembro de 2011

ANTONIO JOSE QUEIROS - MEMORIAS DO SILENCIO

MEMÓRIA DO SILÊNCIO
3.a ed. Amarante: Labirinto, 2007 

I

Quando te chamo
o teu nome é mais azul.

Sorris como quem espera
as promessas que chegam
penduradas no Verão.

Vens como as gaivotas
vestidas de branco
e cheias de maresia.

II

O meu caminho
são todos os teus passos.

Sigo-os serenamente
como as aves que regressam
à inocente luz do sol.

Nas minhas mãos levo rosas,
tímidas rodas por abrir,
e palavras de amor escondidas
no rumor branco do silêncio.


III

Procuro nas fontes
o sabor da tua sede.

Sou como a ave renascida
voando para o azul
que nunca conheceu.

Vou descalço, peregrino
à espera do milagre.


IV

É entre o silêncio da bruma
e o verde rumor das algas
que o meu olhar se demora.

O horizonte é um barco
que navega para ti.

Amar é descobrir.

XXXI

Aos domingos, a minha tristeza
passeia com a tua ausência.

Sinto a amargura
de um barco encalhado

a solidão
de uma praia quando chove.

Quero ir mais além
mas o caminho não tem fim.
ANTONIO JOSE QUEIROS

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