segunda-feira, 5 de setembro de 2011

SEXTYNANAL - JOAQUIM ESTEVEZ DA GUARDA


SEXTYNANAL

VENDO as rebolantes carnes
d'umas moças o poeta
sente lúbrico tormento
invadir seu senso e pica.
Canta então das belas domnas
a rósea, estreita via.

Sempre foi a grossa pica
do eu o mortal tormento.
As quentes e fundas carnes
que formam a doce via
são metas para o poeta
que goza c'a dor das domnas.

Ajoelhadas, as domnas
exibem as anais carnes
abrindo c'o dedo a via:

acostumam-se à pica
assim, prevendo o tormento
que cantará o poeta.

Mas não se compara pica
com dedo, ó tolas domnas!
O caralho, grão tormento,
entra muy feroz na via,
rebenta pregas e carnes.
"Mete mais!", grita o poeta.
Enquanto choram as domnas,
entra e sai, veloz, a pica.
O desgraçado poeta
sentia vivo tormento
por não foder o que via
fodido por outras carnes.

"Chega ao fim, cruel tormento!"
Eis a súplica das domnas.
Por fim, se retesa a pica
e de porra entope a via.
"Bundas — suspira o poeta —
glória das feminis carnes!"

Pica no eu é tormento
leve pras carnes das domnas,

Joaquim Estevez da Guarda

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