NÃO TARDA QUE A LUZ AMANHEÇA
[Granja, 1970]
São poucas as palavras.
No mapa da europa não cabem os lugares da infância.
Não tarda que a luz amanheça
e se aproxime do pátio.
As mulheres da casa acendem o lume
sem o peso das lágrimas.
Enchem os cântaros com água de nascente.
Misturam nos púcaros o sobressaltado aroma da uize.
Um homem afasta-se.
Nunca os caminhos do largo
foram tão difíceis.
Uma fronteira é o lugar que separa a fidelidade
da sua própria sombra.
Jose Carlos Barros
Nenhum comentário:
Postar um comentário