terça-feira, 27 de setembro de 2011

FREGUESIA DE CAMBRES




REGIÃO                   NORTE
SUB REGIÃO            DOURO
DISTRITO                 VISEU
CIDADE                       LAMEGO
FREGUESIA             CAMBRES

Heráldica

Ordenação heráldica do brasão e bandeira publicada no Diário da República, III Série de 12/05/1995.

Armas

Escudo de negro, fonte de prata jorrando água do mesmo, sotoposta de uma faixeta ondeada de prata e azul de três tiras e acompanhada em chefe, à dextra, de um crescente volvido e, à sinistra, de uma estrela de cinco pontas, tudo de ouro; em ponta, cacho de uvas de ouro folhado do mesmo. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro em maiúsculas: "CAMBRES".

Bandeira

De amarelo, cordões e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.

Historia


Uma Vila que tem a norte a Serra das Meadas e a seus pés o Rio DouroA 04 de Junho de 1997, Cambres era elevada a Vila. Com uma área de 11,2 km2, esta Freguesia do concelho de Lamego, distrito de Viseu, tem a norte a Serra das Meadas e a seus pés o Rio Douro.


Parte integrante da mais antiga Região Demarcada do Mundo, a vitivinicultura rege a economia da terra. Terra esta que é uma das maiores freguesias do concelho, quer em termos geográficos, quer em termos populacionais.
Segundo os dados provisórios do Censos 2001, Cambres conta com 2651 habitantes, 1308 dos quais homens e 1343 mulheres, agrupados em 889 famílias que se encontram, por sua vez, distribuídas por 48 lugares, sendo 40% de população activa, 40% de habitantes com mais de 65 anos e 20% de população com mais de 18 anos.

Economia Local

Nesta Vila predomina a agricultura, como a produção de frutas, produtos hortícolas, azeite e vinho. A subsistência depende essencialmente do Comércio e do Vinho do Porto, havendo cerca de 60 propriedades produtoras do precioso néctar.

No sector secundário existe uma fábrica de produção de queijo “PAIVA”, bem como empreiteiros de construção civil, o que gera algum emprego.
No que concerne ao sector terciário, a Vila está servida por uma Agência Bancária; um Posto de Correios com distribuição diária ao domicílio; Escolas; praça de Táxis; Centro de Dia; Salão Paroquial e um Posto Médico.

Património Arquitectónico 



Para falar do património de Cambres começamos pela sua Igreja Matriz, dedicada a S. Martinho de Tours, o Padroeiro da freguesia. Reza a história que D. João III baixou a abadia de Cambres para Reitoria e Vigararia e que D. José mandou restaurar e ampliar a Igreja ou talvez reconstruir de raiz no respeito do barroco da última fase em 1767.


Nesta Igreja pode contemplar-se os seus Altares e o Altar-Mor, todos em talha dourada, o tecto com figuras bíblicas pintado à mão, as paredes são revestidas com azulejos decorativos, e os quatro Evangelistas, S. Marcos, S. João, S. Lucas e S. Mateus, estão patenteados na Capela-Mor simbolizados pelas figuras do Leão, Touro-Homem e Águia, respectivamente, podendo ainda serem vistos os seus Púlpitos, a Pia Baptismal e o Coro.

Cambres alberga alguns solares, uns em bom estado de conservação e outros quase em ruínas.

O mais belo é talvez a Casa da Corredoura, porque ainda conserva a sua grandeza arquitectónica exterior e a salientar, também, 



a Casa da Azenha, assim baptizada por existir no seu espaço uma azenha, e que esconde alguns tesouros históricos.


As Quintas existentes na freguesia são inúmeras e ricas em histórias. A Quinta do Monsul ou do Moçulo, muito antiga, com a sua capela datada de 1599, guarda no seu interior pedras com inscrições muitos antigas e duas sepulturas. A sua casa de habitação merece uma visita demorada, com especial atenção para as duas antiquíssimas e originais Celas dos Monges Cistercienses. O mobiliário, as suas peças antigas, os livros e os Santos da Capela, compõe os atractivos deste espaço.

A Quinta dos Varais, hoje pertença da família Girão, data do Século XVII, situada mesmo em frente à cidade da Régua e virada para o rio Douro, está aberta ao Agro-Turismo. No início era conhecida por Casa de Balsemão por pertencer ao Convento de Salzedas. 
O nome que hoje adopta, tem a ver com o facto de se localizar no sítio onde os Barcos rabelos paravam quando viajavam do Porto para a Régua. Era em frente à Casa onde os Barcos varavam, ou seja, faziam a inversão de marcha.
A Quinta dos Tourais, foi em tempos remotos, talvez mesmo antes da nacionalidade, um pequeno Mosteiro. Alguns historiadores ligaram este nome ao de Bugalheira, para afirmarem que esta Quinta seria uma grande várzea fertilizada pelas enchentes do rio. Os Frades teriam muitos touros e vacas, cujas crias eram levadas para o Lugar da Bugalheira, que vem da palavra latina “Buccália”.

Muitas mais Quintas haveria para descrever como é o caso da de Mosteirô, que ainda guarda todos os traços e o Brasão dos Monges de S. Bernardo; a Quinta de Santo António, cuja capela recolhe o Senhor d’Aflição na noite de Sexta-feira, depois da Procissão de Penitência, para aí pernoitar, saindo no dia seguinte rumo à Igreja Matriz; a Quinta da Pacheca; S. Lourenço; S. Miguel; Salada; Fojo e Águas Férreas, para mencionar algumas.

Património Cultural

Cambres tem mais de 40 lugares habitados que, juntamente com as suas Quintas, formam esta grande freguesia.
O Lugar de Penelas, nome invulgar que, talvez, se deva ao facto de este povo ficar situado numa encosta e em tempos terem lá existido algumas árvores seculares, e do povo que faz extremo com Lamego (freguesia de Almacave), em tempos recuados pertencer ora a Lemego ora a Cambres.

Quintião e Rio Bom ficam na história devido à célebre crise do Vinho do Porto, que na Câmara de Lamego pôs frente a frente agricultores e comerciantes. Desta manifestação morreram seis pessoas de Cambres, que estão numa sepultura comum, talvez para testemunhar este facto para sempre.




Portelo e o Lugar da Portela devem o seu nome talvez ao Porto, já que por aqui era ponto de passagem para o Rio Douro e daí para a foz do rio. Pela Portela passava o caminho do rio, ainda hoje assim conhecido. Por Portelo continua a passar a Estrada Pombalina que ligava Lamego ao rio, na distância de uma légua. Ainda hoje existem os marcos da légua, ou mais conhecidos por Relógios do Sol. Nestes dois lugares era cobrada a portagem de gente e bens a que os Senhores da s terras tinham direito.


Felgueiras ou Filgueiras constitui ainda hoje lugar de referência pelo estilo das suas Casas Renascentistas, nas portas e nas janelas.
Rio Bom assinala um dos caminhos obrigatórios dos romeiros de Santiago de Compostela. Seria aqui em Rio Bom que os viajantes encontravam um lugar de repouso e de recuperação dos pés cansados, e nas suas águas (ainda hoje tão célebres), o alívio para as dores.



Festas, Feiras e Romarias

Muito embora o Padroeiro de Cambres seja o S. Martinho, é no Nosso Senhor d’Aflição que o povo deposita a sua fé. Freguesia constituída na sua maioria por campos e quintas, tempos houve em que essas vinhas foram devastadas por uma praga chamada “Filoxera”, deixando o povo a morrer à fome, e foi então em desespero que o povo se juntou e organizou uma Procissão de Penitência em honra do senhor d’Aflição. 



Procissão essa realizada à noite com o povo descalço, rezando e pedindo ao Santo que os ajudasse. Com a sua Fé as pragas cessaram e então o povo em agradecimento passou a venerar o Santo até aos nossos dias. 




Associações Culturais e Recreativas


A música está afinada na freguesia de Cambres. A Banda Marcial de Cambres, fundada em 01 de Janeiro de 1881, encontra-se no seu auge. A responsabilidade da sua dinamização é das pessoas da terra e do seu maestro. Existe ainda a Fanfarra do Grupo do Corpo Nacional de Escutas, fundada em 11 de Novembro de 1980, bem conceituada quer a nível regional, quer a nível nacional. Para além deste agrupamento, há que ter em conta outros dois grupos de escuteiros, que estão sempre presentes em cerimónias religiosas e em festas tradicionais em diversos pontos da região.


A dança, não é a tempo inteiro, mas há sempre lugar a umas voltinhas. Principalmente quando se aproximam as festas em honra da Nossa Senhora dos remédios (Lamego), em Setembro. Nessa altura aparecem alguns “bairristas” e formam um Grupo Folclórico, com pessoas dos diversos lugares da Vila, que com alegria e entusiasmo anima estas festas anuais.








À Associação da Casa do Povo cabe a tarefa de criar espaços verdes e de lazer em terrenos outrora doados pela Casa do Douro, que compreende um grande espaço para, entre outras coisas, construir piscinas, um restaurante, a sede da Junta de Freguesia, Posto Médico, Correios, Escoteiros e Banda.

Desporto
A bola é redonda e o futebol também é rei nesta Freguesia. A equipa de futebol do Sporting Clube de Cambres, fundada há mais de 20 anos, milita actualmente no Campeonato Nacional da 3ª Divisão. Esta Vila conta ainda com uma equipa de futebol de “antigos craques da bola”. Os “Quarentões” promovem vários torneios de futebol a nível concelhio, regional e nacional, que ajudou a tornar esta terra mais conhecida.




Gastronomia
O prato típico de Cambres é o carneiro ou anho assado. Antigamente só se comia esta iguaria na Festa Anual, mas agora faz parte da refeição dos domingos, utilizando-se também o cordeiro e o cabrito.





CABRITO ASSADO COM VINHO DO PORTO

Ingredientes:

·         1/2 cabrito com cerca de 1,8 kg
·         6 dentes de alho
·         sal
·         salsa
·         pimenta
·         3 colheres (sopa) banha
·         0,5 dl de azeite
·         1 dl de vinho do Porto
·        
Confecção:

1.   Limpe e lave a carne.
2.   Pele os dentes de alho e deite-os num almofariz, juntamente com uma colher de sal, duas colheres (sopa) de salsa picada e um pouco de pimenta.
3.   Pise tudo muito bem, adicione a banha e misture de novo.
4.   Barre a carne com este preparado e deixe em repouso por cerca de 1 hora já dentro de uma assadeira de barro.
5.   Regue com azeite e um copo de água.
6.   Asse no forno, virando a carne várias vezes e regando com o molho que fôr formando.

              7. Quinze minutos antes de ficar pronto regue também com o vinho do Porto.

Um comentário:

  1. Sou filho de uma senhora que nasceu em Cambres em 1913. Chamava-se Carmem Rainha, cujos pais, meus avós eram do Eiro bem ao lado de Carosa na mesma Vila de Cambres. Vieram para o Brasil e eu tive a oportunidade de conhecer essa terra tão linda !
    Fui até Lamego, e tomei um ônibus para a Régua, e no meio do caminho desci em Cambres... lugar muito tranquilo e gente muito hospitaleira... vale a pena conhecer êsse cantinho de Portugal..!
    Rubens Loureiro

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