quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

FREGUESIA DE URROS

REGIÃO                norte
SUB  REGIÃO                  trás-os-montes          
DISTRITO              bragança
CIDADE                 Mogadouro
FREGUESIA         Urrós













Brasão: escudo de prata, torre sineira de vermelho acompanhada em chefe à dextra por um cacho de uvas de púrpura, folhado de verde e à sinistra por duas espigas de trigo de ouro, folhadas de verde, com os pés cruzados em aspa; em ponta, três coticas ondeadas de azul. Coroa mural de três torres de prata. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: "URRÓS".

Situada na margem direita do rio Douro, a freguesia de Urrós encontra-se a vinte quilómetros da vila de Mogadouro.
O seu nome é de sentido topográfico, pois a freguesia assenta numa pequena chã, entre dois ribeiros, de vales pouco declivosos e pequenos.
Toda a freguesia tem as condições ideais para ter servido com eficácia as populações castrejas, necessariamente precisadas de segurança e de protecção. Urreta Malhada e Cerco são povoados abertos desse período, encontrados há alguns anos nesta freguesia. Em Meirede, foram achadas diversas moedas romanas e outros objectos, como pedaços de cerâmica e machados, da mesma época. Encontram-se actualmente, estes objectos, no Museu Regional de Bragança.



Mas o maior vestígio de povoamento castrejo em Urrós deve ser mesmo o Castelo de Oleiros. Enconta-se num alto fronteiro a Espanha, que terá sido inicialmente um castro lusitano.





A romanização não faltou, conforme se depreende dos diversos achados: lápides, esculturas, cerâmica vária (talvez daí o nome de Oleiros), tudo da época romana.














As lendas sobre mouros e mouras, nestes lugares de Urrós, abundam, como aliás em toda a região. Uma delas diz que em Tomelar, numa fraga próxima da ponte do mesmo nome, está gravada a pegada do diabo, que ali bem desempenharia o papel de um mouro amaldiçoado. Diz o povo que o tal mafarrico passou por ali quando corria atrás de Nossa Senhora, em fuga para o Egipto.


Nas Inquirições de 1258, aparece já uma referência à freguesia, embora de forma indirecta. Uma prova da sua existência anterior. Todas as suas terras pertenciam então a vilãos-herdadores e nada à coroa. Por estar junto à fronteira, sofreu sempre as consequências das escaramuças entre Portugal e Espanha.

A nível eclesiástico, Urrós foi inicialmente da paróquia de Sendim até constituir abadia independente. No entanto, o pároco de Sendim apresentou sempre o abade desta freguesia, que por volta do século XVIII tinha de rendimento anual apenas o pé de altar, caso raro, senão único, em todo o País.

Segundo o Cadastro da População do Reino, ordenado em 1527 por D. João III, Urrós pertencia ao termo de Algoso e tinha noventa fogos, a que deveriam corresponder mais de duzentos moradores. Um número importante para a época e que se explica pelo estatuto que logo a seguir à fundação da Nacionalidade adquiriu no concelho em que se integrava. Apenas na sede concelhia vivam por essa época mais pessoas.
 Curioso documento sobre Urrós é o “Tombo dos bens da comenda de Algoso”, de 1684. Nesse documento, são demarcados com clareza os limites da freguesia: “Comesa desdonde chamão ao Baceial junto ao rio Douro e core rio abaixo ao Castello de Oleiros e dahi vai rodeira asima ate as Penas de Luis Sanches e dali vai ao Péguão de Gemonde e corta por baixo da Cortinha do Marmeleiro que oje de Manoel Pires deste luguar por sima da Ribeira donde esta hum marquo com hua cruz e dahi vai as Penas da Siara e core ao piquão e quabeço do Chelrequo donde esta hum marquo entre dous penedos nos quais esta uma cruz e dahi vai a Pena donde se fazem as cartas e escrituras donde esta hua cruz e dali vai a Pena Figueira e core a Pena do Vasso e dali corta ao Quabeço do Quaguadeiro, e dahi toda a rodeira e estrada diguo em te a estrada de Brinhosinho toda a estrada e rodeira ate a estrada de Mourisquo”.

Um curioso documento e que na época deu aso a fortes polémicas entre Urrós e as povoações circunvizinhas.
É uma freguesia que tem sofrido uma considerável evolução nos últimos anos. Em meados do século, a agricultura era ainda extremamente rudimentar. No “Guia de Portugal”, Sant’Anna Dionísio referia em relação a esta realidade económica de Urrós:














“Estamos em pleno planalto mirandês, solene, desafogado e ascético. Horizontes dilatadíssimos mas indefinidos. Ao longe, para as bandas do norte, desenha-se o discreto vulto azulado da serra de Nogueira. (...)
Sucedem-se as folhas centeeiras, de pousio, entremeadas, aqui e além, de pedregulhada. São terras pobres ou depauperadas, trabalhadas ainda, em grande escala, à maneira antiga, com o velho arado mourisco puxado por dois burricos ou muares.
Os tractores já vão aparecendo, mas as seis ou oito sementes que o solo lavrado e semeado dá, no final da canseira, a custo os suporta.”
 Uma freguesia muito especial, neste concelho de Mogadouro. Para alguns, mais espanhola do que portuguesa. Por posição e por cultura.




 Pinho Leal, no “Portugal Antigo e Moderno”, chegava mesmo a dizer através de um curioso discurso: “A gente d’esta freguezia, pella sua vezinhança com a Galliza, falla mais gallego que portuguez.











Mas nem por isso detesta menos os gallegos, do que os mais arraianos portuguezes”.
 Os atractivos turísticos de Urrós podem dividir-se nas memórias ancestrais, na beleza natural e nas actividades tradicionais. Começando por um regresso ao passado, a Igreja dos Mouros é um ponto de passagem obrigatório para recordar a presença romana por terras do Alto Douro. No local de São Fagundo são ainda visíveis dois arcos, um românico e outro gótico, como nos explica um projecto levado a cabo pela Escola Básica 2,3 de Nevogilde, sob orientação da professora Ester Alves




Gastronomia


FOLAR DOCE

INGREDIENTES:

2dl leite morno
125gr manteiga amolecida
4 ovos
1 pitada de sal
1 colher (chá) canela
1 colher (chá) erva-doce
50gr açúcar
600gr farinha
2 colheres (chá) de fermento padeiro em pó ou 20gr do fresco.
gema para pincelar
4 ovos cozidos para decorar


PREPARAÇÃO MANUAL:

Caso utilize fermento fresco:

  1. Dissolver o fermento em 1dl de leite, juntar 100gr de farinha, misturar bem e deixar levedar até duplicar o volume (estas quantidades são retiradas dos ingredientes acima referidos).
  2. Deitar a farinha em cima da mesa, abrir um buraco ao meio, juntar o sal, o açúcar, a erva-doce, a canela, os ovos, o leite e a manteiga.
  3.  Adicionar o fermento (fresco, feito anteriormente, ou o seco), mexer bem e trabalhar a massa até se descolar da mesa e das mãos.
  4. Fazer uma bola, deitar dentro de uma tijela polvilhada com farinha, cubrir com um pano e deixar levedar 2 horas ou até duplicar o volume.
  5. Ligar forno a 180º e barrar ligeiramente o tabuleiro do forno com margarina.
  6. Deitar de novo a massa em cima da mesa, polvilhada com farinha, amassar bem e moldar uma bola achatada.
  7. Colocar em cima do tabuleiro, dispor os ovos cozidos à volta, pressionando um pouco, pincelar com gema batida e levar ao forno 45 minutos.


Um comentário: