Caetano da Costa Alegre - Morreu tuberculoso, quando cursava,
com Antônio Nobre, Júlio Diniz e José Duro, o 39 ano da Escola Médica do Porto.
Tinha grande desgosto em ser preto. Escreveu um livro, "Versos",
numa edição de apenas 500 volumes numerados,
destinando o seu produto à "Caixa de Socorros a Estudantes Pobres".
Dele, o soneto "Quando eu morrer" .
Não quero! Tenho horror que a sepultura
mude em vermes meu corpo enregelado.
Se no fogo viveu minha alma pura,
quero, morto, meu corpo calcinado.
Depois de ser em cinzas transformado,
lancem-me ao vento, ao seio da natura...
Quero viver no espaço ilimitado,
no mar, na terra, na celeste altura.
E talvez no teu seio, ó virgem linda,
tão branco como o seio da virtude,
eu, feito em cinzas, me introduza ainda.
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