terça-feira, 18 de janeiro de 2011

D. JOÃO DA CÂMARA - 1852-1908

D.     João da Câmara - Poeta suave e dramaturgo eminente.

Autor de dramas históricos em verso e comédias de costumes. Ocupou cargos públicos importantes.
 
Palmas a este delicado soneto:
 
Amortecera o lume da lareira;
 no pálido clarão, que o fundo esmalta,
 a minha fantasia, que se exalta,
vê passar mil visões, como em fileira.
 
Como as fagulhas correm na madeira
 e morrem, passam elas na ribalta;
 nem uma só lembrança ali me falta,
de tanto que passei na vida inteira!
 
O deixem-me sonhar um sonho infindo!
 Dormir é reviver. Quero, dormindo,
 viver o meu passado tão risonho!
 
  Não me despertes, anjo da saudade...
 Tanto sonho já foi realidade;
já foi realidade.., e agora é sonho!

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