quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

FRANCISCO RODRIGUES LOBO - 1580-1622


Francisco Rodrigues Lobo - Foi, pela pureza de sua linguagem, clássica e impecável,
 um dos melhores escritores do seu tempo, considerado "o Teócrito português".  
Dizia ele que o homem de letras há de ser "bacharel em linguagem'.
Bucolista delicado, natural e simples, sendo, nesse particular, 
um continuador da tradição de Bernardim Ribeiro.
Escreveu, em espanhol, suas primeiras poesias.
Foi o melhor poeta seiscentista de Portugal.
Sobre esse poeta, segundo observação de Fidelino de Figueiredo,
 exerceram atração "as águas vivas, os rios e os regatos, os mares e os lagos".
E, como que cumprindo uma predestinação, morreu afogado no Tejo,
 em viagem de Santarém para Lisboa.
Evoquemos o seu soneto "Formoso Tejo meu... ", que é como um diálogo com o rio que o tragaria:
Formoso Tejo meu, quão diferente
 te vejo e vi, me vês agora e viste:
turvo te vejo a ti, tu a mim triste,
claro te vi eu já, tu a mim contente.
A ti foi-te trocando a grossa enchente
a quem teu largo campo não resiste;
a mim trocou-me a vista, em que consiste
o      meu viver contente ou descontente.
Já que somos no mal participantes,
sejamo-lo no bem. O quem me dera
que fôramos em tudo semelhantes!
Mas lá virá a fresca primavera:
tu tornarás a ser quem eras d'antes,
 eu não sei se serei quem d'antes era.

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