Antônio Dinis da Cruz e Silva - fundou, em 1756, a "Arcádia Lusitana", de que foi,
com Pedro Antônio Correia Garção (1724-1772), o animador principal.
Na Arcádia, Cruz e Silva tinha o nome de "Elpino Nonacriense"; e Correia Garção o de "Coridon Erimanteu".
Também figuraram entre os fundadores da Arcádia, Gomes de Carvalho e Esteves Negrão, juristas como Cruz e Silva.
Desembargador no Rio de Janeiro, em 1776, Cruz e Silva conheceu bem o Brasil,
e aqui escreveu inúmeras poesias. Voltou para Lisboa, mas, em 1790, teve de regressar ao Rio,
para cumprir missão ingrata: julgar os réus da Inconfidência Mineira, entre os quais,
como se sabe, existiam poetas também como ele, que teve de condenar.
É seu este soneto:
- "Esse barco, que corta velozmente
do claro Tejo a veia cristalina,
ó doce mãe do Amor, bela Ericina,
todo o meu bem me leva cruelmente.
Mas já que é tão feliz, Deusa, exprimente
de tua estrela a proteção divina:
de alegres auras viração benina
ao doce porto o leve felizmente".
Isto dizia Elpino, acompanhando
com os tristes olhos um batel ligeiro,
que quase no horizonte se ocultava.
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