Diogo Bernardes - Discípulo de Sá de Miranda, foi poeta notável, principalmente no "gênero pastoril".
"Alguns de seus sonetos fazem lembrar Camões" - diz Jânio Quadros -
que acrescenta ser Diogo possuidor de "notável senso de composição do soneto".
O rei D. Sebastião, que morreu na batalha de Alcácer-Quibir,
havia escolhido esse poeta para cantar suas façanhas na empresa em que viria perder a vida.
Mostramos um de seus sonetos, que Mayer Garção incluiu na coletânea "Os Cem Sonetos" (1920):
Horas breves do meu contentamento,
nunca me pareceu quando vos tinha,
que vos visse tornadas tão asinha
em tão compridos dias de tormento.
Aquelas torres que fundei no vento,
o vento mas levou, que mas sustinha;
do mal que me ficou, a culpa é minha,
pois sobre cousas vás fiz fundamento.
Amor com brandas mostras aparece,
tudo possível faz, tudo assegura,
mas logo no melhor desaparece.
O cegueira tamanha! ó desventura!
Por um pequeno bem que desfalece
aventurar um bem que sempre dura!
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