domingo, 30 de janeiro de 2011

FREGUESIA DE PAÇÓ

REGIÃO              
norte
SUB  REGIÃO  
trás-os-montes                 
DISTRITO             bragança
CIDADE                vinhais
FREGUESIA               Paçó



BRASÃO - escudo vermelho, pelourinho de prata entre duas lebres de ouro, em cortesia. Coroal mural de prata que quatro torres. Listel branco, com legenda a negro: « PAÇÓ - VINHAIS».
Bandeira - esquartelada de branco e vermelho. Cordão e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.


 










































Freguesia constituída pelos lugares de Paço e de Quintela, é designada de Paço de Vinhais para se distinguir de outras povoa­ções com os nomes de Paçô e Passô.
No termo desta freguesia registam-se di­versos topónimos indiciadores da existência de estações arqueológicas, que depois de de­vidamente exploradas fornecerão valiosas in­dicações sobre o povoamento do actual terri­tório da freguesia. Sabe-se que os romanos andaram por aqui como atestam a ponte e o troço de estrada romana, e uma moeda de prata, com a efígie de Tibério aqui encontra­da. Numerosos sinais de romanização foram também encontrados no castro de Quintela, sendo ainda visível o fosso construído para minimizar a vulnerabilidade do povoado, do lado noroeste, e a passagem da única linha de muralha. Mas antes dos romanos, outros povos por aqui passaram e se fixaram. Disso nos parece falar o topónimo "Montão de Terra", que para o abade de Baçal era "uma autêntica anta, já violada, como mostra a de­pressão central, e tem valor especial por acrescentar aos nomes populares já tão varia­dos destes monumentos o de Montão de Terra, que agora surge pela primeira vez.
O mesmo autor fala ainda de outros to­pónimos de referências arqueológicas como "Tumbiadouro", onde há umas elevações naturais de terrenos em forma cónica, co­bertas de carvalhos, que muito bem podiam servir de anta natural", e "Fraga da Moura", onde "há uma longa galeria por um fragueiro adentro, que termina em poço fundo". Conta ainda que "há poucos anos andaram lá três homens de Vinhais à procura de te­souros; tiraram mais de trinta carros de en­tulho mas nada encontraram do que procu­ravam". Intensa pesquisa foi a que o levou a correr "uma a uma as muitas fragas do Cabeço da Pena Escrita do termo de Paço.
Antiga vila e sede de concelho extinto em 1836, o seu topónimo deriva de "paacioo", termo arcaico filiado no latino "palatiolu", morada senhorial, de senhor de Honra ou de "villa" agrária, este caso o mais provável. Teve aqui várias propriedades o Colégio dos Jesuítas de Bragança. Em Quintela pos­suiu o mosteiro leonês de Moreirola algumas propriedades de que não fazia foro à coroa. O reitor de Paço foi da apresentação da mitra com 150 mil réis de rendimento. A povoa­ção sede da freguesia teve foral de D. Dinis, dado em Lisboa a 9 de Setembro de 1310, e foral novo outorgado por D. Manuel I a 4 de Maio de 1512. Alguns anos depois foi levan­tado o pelourinho manuelino que não sobre­viveria à extinção do concelho.
Numa das suas visitas a esta freguesia, o abade de Baçal disse que "não podemos des­pedir-nos de Paço de Vinhais, apontamos no nosso canhoto de notas em 30 de Abril de 1932, numa excursão a estes sítios  sem nos referir à dor de alma que nos causou ao ver o capitel do seu pelourinho a servir de batente à porta de uma loja de bois! É de granito, oitavado, decorado por três ordens de ornatos, que se repetem, alternando em cada face do octógono. Num, uma torre com três janelas, terminada em triângulo coroado por uma cruz; no outro, um triângulo enci­mado por três círculos contínuos em linha recta e no outro uma carantonha. O centro da base apresenta o orifício onde encaixava o fuste da coluna". E o bom do abade, então, implorava: "Que a mentalidade indígena se amercie do monumento, lídimo brasão do seu povo, mandando-o restaurar, como fize­ram os de Vinhais, ou recolher a um museu, onde documentará a importância da sua ter­ra, a glória dos que, pelo seu valor mental, cívico e económico, souberam triunfar abra­çados à ideia municipalista, égide de incal­culáveis benefícios sociais. É possível que, procurando cuidadosamente, ainda apareçam as outras pedras do monumento".
Felizmente a mensagem foi escutada e compreendida. Homens de cultura como o Pde. Francisco Afonso conseguiram sensibi­lizar e mobilizar a população, tendo sido detectados alguns dos restos do antigo e nobre monumento, pelo que se promoveu o seu restauro no largo principal da aldeia. Belo e erguendo-se em toda a sua imponên­cia tem como única peça original o capitel que servia de batente na tal loja de bois.
Ali em frente ao pelourinho eleva-se a magnífica igreja matriz de S. Julião. Possui no interior um acervo patrimonial deveras assinalável: a talha barroca de es­tilo nacional no altar-mor, nos laterais e nos retábulos, para além de pinturas do sé­culo XVIII nos tectos. De grande mérito é também a igreja de Quintela, bem como a Capela de S. Lourenço, mas não se pode esquecer o Santuário de Nossa Senhora da Ponte. Ermida de construção recente, alpendrada, no seu recinto se reúne grande número de pessoas durante o segundo fim-de-semana de Julho. Munidas de suculen­tos e abundantes farnéis, repartem o tempo entre as sombras dos ramos compridos dos castanheiros e dos salgueiros das margens do rio e as manifestações religiosas e re­creativas de um bem elaborado programa que lhes é proposto.

Gastronomia
Doce de Ginjas

Ingredientes:
  • 1 kg de ginjas
  • 1 kg de açúcar

Modo de Preparo
  1. Lave as ginjas e retire-lhes os pés e os caroços.
  2. Leve o açúcar ao lume com 1/3 do seu peso em água e deixe ferver (limpando-o da espuma durante a cozedura), até fazer ponto de cabelo (32º Baumé ou 160ºC).
  3. Junte as ginjas e deixe cozer 25 minutos.
  4. Coloque o doce em frascos ou tigelas e cubra, depois de frio, com papel vegetal humedecido em álcool.

4 comentários:

  1. Lugar maravilhoso é Paçó e Quintela, graças a DEUS o ano passado pude ir conhecer esta terra de onde em 1880 saiu meu Bisavô GERMANO AUGUSTO LOPES para o Brasil.
    Só lamento não ter achado nenhum parente e os que encontrei não souberam ou não quiseram falar nada, parece que não se preocupam com seu passado.
    Mas o lugar é maravilhoso, as pessoas também, voltarei com certeza, para continuar minhas pesquisas de minha ancestralidade.
    Saudo a todos os moradores de Paçó e Quintela, e também Santa Cruz.
    Mozar Lopes - Castro-Paraná-Brasil

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    1. Cermano Augusto filho de Venâncio José Lopes e Balbina dos Santos, natural de Quintela, 24 anos de idade, solteiro, teve passaporte atribuido em 1880.06.07 levando para o Brasil, como acompanhante, seu irmão Carlos Alberto, de 19 anos e pelo qual era responsável.

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  2. A Junta de Freguesia de Paçó erra ao considerar a Fraga da Moura como pertencente ao termo de Paçó. Sempre se considerou incluida no termo de Rio de Fornos. As marras do baldio assim definem:"do marco de Cubos em linha directa à raina do moinho do Mosteiro, dali para o marco da Eira Velha, dali, pela rodeira a leste da Fraga da Moura, para a Portela d'Agrade".
    Sempre o Abade de Baçal se referiu à dita Fraga da Moura como sita no termo de Rio de Fornos.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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