Antônio Fogaça - Morreu muito jovem, ainda estudante em Coimbra.
Romântico, de tendência realista, não chegou a estrear literariamente.
Em 1887, tinha em preparo um livro, "Versos da Mocidade", que foi publicado postumamente.
Desse livro consta o seguinte soneto "Os rouxinóis":
No meu jardim, num cedro em que a frescura
e a flor da novidade vêm brotando,
pousa, por vezes, um ditoso bando
de alegres rouxinóis, entre a verdura...
Quando ali vou, tristíssimo, à procura
de sossego e de luz, de quando em quando,
sinto-os vir e pousar, ouço-os cantando
no doce idílio de uma paz obscura.
E, desditoso, eu lembro, com saudade,
último brilho do meu peito ardente,
que assim também, num íntimo vigor,
sobre o flóreo jardim da mocidade,
cantaram na minh'alma, alegremente,
como no cedro, os rouxinóis do amor!...
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