quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

RAIMUNDO ANTÔNIO BULHÃO PATO - 1829-1912


Bulhão Pato -  Amigo íntimo de Almeida Garret e Ale xandre Herculano
Segundo Nuno Catharino Cardoso, "com a morte de Bulhão Pato,
 desapareceu, em Portugal, o último representante do romantismo".

Desperta, em "Confissão", a sua crença antiga:
 
Fui na infância católico exaltado;
 tudo era para mim edificante; 
ver o altar, ver o trono cintilante, 
ouvir, na igreja, a voz do órgão sagrado!
 
Foi se apagando o amor arrebatado,
e a ciência levou-me, num instante,
com o sopro glacial e penetrante,
o      edifício de luz do meu passado!
 
Deitei-me aos pés dos grandes missionários, 
na eloqüência e na fé extraordinários;
mas nenhum me deu sombras de esperança!
 
O crenças infantis, talvez agora,
 volteis a mim, ardentes como outrora:
diz-se que um velho torna a ser criança!...

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