segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

FREGUESIA DE QUARTEIRA


REGIÃO               ALGARVe
SUB  REGIÃO       ALGARVE           
DISTRITO             FARO
CIDADE                LOULÉ
FREGUESIA               Quarteira
BRASAO: Escudo de azul, uma torre de prata aberta e frestada do campo, carregada de um escudete em ponta, de arminhos e nascente de um pé de cinco burelas onduladas de prata e verde e entre dois golfinhos de prata, postos em pala, o da dextra volvido; em chefe, à dextra, um pé de três canas-de-açúcar e, à sinistra, uma âncora, tudo de ouro; brocante sobre o ondulado, uma moeda com perfil de Carteia, de negro, realçada de prata. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco, com a legenda a negro “QUARTEIRA”.
BANDEIRA: Gironada de oito peças de azul e branco. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.
Durante séculos Quarteira foi uma modesta aldeia de pescadores, situada à beira de uma praia com 3 km de extensão e rodeada por pinhais. D. Dinis outorgou-lhe foral a 15 de Novembro de 1297. Já no século XV, D. João I mandou proceder aqui às primeiras experiências de cultivo de cana-de-açúcar.
O povoamento da área de Quarteira remonta, pelo menos, à época romana, e não falta quem pretenda identificar esta aldeia com a antiga Carteia. E há mesmo quem defenda que a povoação remonta ao período pré-romano (fenício, cartaginês).
Criada em 1916, a Freguesia de Quarteira é hoje bem conhecida dos portugueses pela magnífica praia, pelo peixe da melhor qualidade e pelos seus bosques de pinheiros mansos.




A isto acresce a vertente piscatória, potencial importantíssimo não só pela riqueza que produz, como pela tipicidade que encerra, constituindo por isso uma das atracções dos turistas. Nesta freguesia encontra-se sediado o maior empreendimento turístico privado da Europa que é Vilamoura.





 Em Quarteira realizam-se diversas manifestações de carácter sócio-cultural, como as Marchas Populares durante o mês de Junho. Quarteira é, na realidade, uma das freguesias mais importantes do Concelho de Loulé.





Gastronomia
Creme de Camarão da Quarteira
Ingredientes:
  • 400 grs de camarão da Quarteira ;
  • 100 grs de cebolas ;
  • 250 grs de tomates frescos ;
  • 100 grs de manteiga ;
  • 1 ramo de salsa ;
  • 50 grs de farinha ;
  • 3 cls de «brandy» ;
  • 1 dl de natas ;
  • 1 folha de louro ;
  • sal q.b. ;
  • pimenta q.b. ou piripiri
Modo de Preparo:
  1. Lave o camarão.
  2. Leve um tacho ao lume, coloque nele o camarão, cubra com água e deixe cozer.
  3. Retire-o depois de cozido e passe o caldo por um passador fino.
  4. Descasque a cebola e corte fina.
  5. Escalde o tomate, retirando previamente o pé, limpe de peles e sementes e corte aos dados.
  6. Lave o tacho e leve novamente ao lume.
  7. Deite dentro a manteiga, a cebola, o louro e o ramo da salsa.
  8. Deixe refogar.
  9. Entretanto, escolha o camarão, retirando os miolos para um lado e as cabeças para outro.
  10. Adicione a farinha ao refogado, mexa e deixe cozer alguns minutos, sem queimar.
  11. Junte as cabeças dos camarões, esmague com o «brandy», puxe fogo e deixe flamejar.
  12. Junte, ainda, o tomate e o caldo obtido da cozedura do camarão.
  13. Deixe cozer.
  14. Depois de cozido passe por um passador chinês, fino.
  15. Adicione as natas bem ligadas e parte da manteiga.
  16. Mexa de forma a obter um creme bastante macio.
  17. Corte o miolo dos camarões ao meio e guarneça o creme.
  18. Polvilhe com salsa picada.
Nota: Poderá igualmente guarnecer com dados de pão torrado.

Compõe-se de diversos tipos de oferta turística, desde os hotéis de grande qualidade, o casino, os restaurantes, os bares, as discotecas, os campos de golfe e as praias. No seio deste empreendimento, de características únicas no mundo, outra das valências que a freguesia de Quarteira oferece aos seus visitantes é a Marina de Vilamoura, um dos ex-líbris da região algarvia, de importância inquestionável para o Algarve e para o País. Golfe, na vertente desportivo - turística, representa, para esta freguesia, para o Concelho de Loulé e para toda a região Algarvia, uma extraordinária contribuição económica e, muito especialmente, um forte contributo para a redução da sazonalidade durante a chamada época baixa.

Só em Vilamoura existem cinco campos de golfe, todos de elevada qualidade, com enquadramento paisagístico e com a preferência efectiva dos grandes especialistas da modalidade. As potencialidades da freguesia de Quarteira atraem turistas de todo o mundo e para além de cerca de duas dezenas de hotéis e residenciais, possui ainda vários grupos de apartamentos e um parque de campismo para albergar todos os seus visitantes.
Locais turísticos de interesse histórico-cultural são as ruínas de Vilamoura (Cerro da Vila), Loulé Velho e Fonte Santa. O povo crê, ligado a uma tradição popular antiquíssima que nos últimos tempos vem a perder-se, que esta Fonte nasce de águas curativas.


 


ANTÔNIO CORREIA DE OLIVEIRA - 1879-1960


Antônio Correia de Oliveira - Consagrado em Portugal e no Brasil,
 pelos versos simples e inspirados que escreveu.

 Forma pura e beleza maviosa.

 Mais conhecido por suas trovas, relicários de doçura e graça.
 Olegário Mariano disse que "sua poesia consegue o milagre de espelhar a vida tal qual o destino a fez,
sem malícia, sem exageros, sem mentira".

Enternecedor, maravilhoso, este soneto "Rivais":
 
Ó como a primavera madrugou!
Olha esses campos: como vem garrida!
- Maria, vê! Não sejas distraída...
Que belo sol e que feliz eu sou!
 
Tudo desperta em derredor: a vida
acorda, e traz um ar de quem sonhou...
- Mas tu não vês! Que pena, Amor! passou
 uma andorinha, e lá se vai, perdida...
 
Sorris. E cismas... Que desdém o teu!
E eu fui chamar-te: - Vem! Que lindo céu!
É tudo vôo, e canto, e beijo, e graças... -
 
  Que louco eu sou! Perdoa, Amor, não era
 que tu viesses ver a primavera.
Ela é que fica a ver-te, quando passas!


Fascinante, também, de Correia de Oliveira, é o soneto "O que não disseste":
 
Ó, como a tua carta é pequenina!
Cabe no cálix vivo de uma flor...
(No entanto, é mais pequeno o claro alvor
que espalha, em roda, a estrela matutina!)
 
Como é pequena a tua carta, Amor!
E vê: de encontro à sua luz divina,
a saudade, que nela se ilumina,
enche o mundo de sombra, anseio e dor!
 
Maria, que pequena a tua carta...
 Pequena? O sonho lê-me (e não se farta!).
 as coisas belas que me não disseste:
 
tantas e tantas, que, para escrevê-las,
só se as palavras fossem as estrelas,
fosse o papel a imensidão celeste!

PARA MEDITAR


Mentimos mais alto
quando mentimos para nós mesmos

PTN - NOTICIAS DE PORTUGAL E DO MUNDO

domingo, 30 de janeiro de 2011

ANTÔNIO DINIS DA CRUZ E SILVA - 1731-1799


Antônio Dinis da Cruz e Silva - fundou, em 1756, a "Arcádia Lusitana", de que foi,
com Pedro Antônio Correia Garção (1724-1772), o animador principal.

Na Arcádia, Cruz e Silva tinha o nome de "Elpino Nonacriense"; e Correia Garção o de "Coridon Erimanteu".

Também figuraram entre os fundadores da Arcádia, Gomes de Carvalho e Esteves Negrão, juristas como Cruz e Silva.

Desembargador no Rio de Janeiro, em 1776, Cruz e Silva conheceu bem o Brasil,
 e aqui escreveu inúmeras poesias. Voltou para Lisboa, mas, em 1790, teve de regressar ao Rio,
para cumprir missão ingrata: julgar os réus da Inconfidência Mineira, entre os quais,
como se sabe, existiam poetas também como ele, que teve de condenar.

É seu este soneto:
 
-       "Esse barco, que corta velozmente
do claro Tejo a veia cristalina,
ó doce mãe do Amor, bela Ericina,
todo o meu bem me leva cruelmente.
 
Mas já que é tão feliz, Deusa, exprimente
de tua estrela a proteção divina:
de alegres auras viração benina
ao doce porto o leve felizmente".
 
Isto dizia Elpino, acompanhando
com os tristes olhos um batel ligeiro,
 que quase no horizonte se ocultava.

PTN - NOTICIAS DE PORTUGAL E DO MUNDO


FREGUESIA DE PAÇÓ

REGIÃO              
norte
SUB  REGIÃO  
trás-os-montes                 
DISTRITO             bragança
CIDADE                vinhais
FREGUESIA               Paçó



BRASÃO - escudo vermelho, pelourinho de prata entre duas lebres de ouro, em cortesia. Coroal mural de prata que quatro torres. Listel branco, com legenda a negro: « PAÇÓ - VINHAIS».
Bandeira - esquartelada de branco e vermelho. Cordão e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.


 










































Freguesia constituída pelos lugares de Paço e de Quintela, é designada de Paço de Vinhais para se distinguir de outras povoa­ções com os nomes de Paçô e Passô.
No termo desta freguesia registam-se di­versos topónimos indiciadores da existência de estações arqueológicas, que depois de de­vidamente exploradas fornecerão valiosas in­dicações sobre o povoamento do actual terri­tório da freguesia. Sabe-se que os romanos andaram por aqui como atestam a ponte e o troço de estrada romana, e uma moeda de prata, com a efígie de Tibério aqui encontra­da. Numerosos sinais de romanização foram também encontrados no castro de Quintela, sendo ainda visível o fosso construído para minimizar a vulnerabilidade do povoado, do lado noroeste, e a passagem da única linha de muralha. Mas antes dos romanos, outros povos por aqui passaram e se fixaram. Disso nos parece falar o topónimo "Montão de Terra", que para o abade de Baçal era "uma autêntica anta, já violada, como mostra a de­pressão central, e tem valor especial por acrescentar aos nomes populares já tão varia­dos destes monumentos o de Montão de Terra, que agora surge pela primeira vez.
O mesmo autor fala ainda de outros to­pónimos de referências arqueológicas como "Tumbiadouro", onde há umas elevações naturais de terrenos em forma cónica, co­bertas de carvalhos, que muito bem podiam servir de anta natural", e "Fraga da Moura", onde "há uma longa galeria por um fragueiro adentro, que termina em poço fundo". Conta ainda que "há poucos anos andaram lá três homens de Vinhais à procura de te­souros; tiraram mais de trinta carros de en­tulho mas nada encontraram do que procu­ravam". Intensa pesquisa foi a que o levou a correr "uma a uma as muitas fragas do Cabeço da Pena Escrita do termo de Paço.
Antiga vila e sede de concelho extinto em 1836, o seu topónimo deriva de "paacioo", termo arcaico filiado no latino "palatiolu", morada senhorial, de senhor de Honra ou de "villa" agrária, este caso o mais provável. Teve aqui várias propriedades o Colégio dos Jesuítas de Bragança. Em Quintela pos­suiu o mosteiro leonês de Moreirola algumas propriedades de que não fazia foro à coroa. O reitor de Paço foi da apresentação da mitra com 150 mil réis de rendimento. A povoa­ção sede da freguesia teve foral de D. Dinis, dado em Lisboa a 9 de Setembro de 1310, e foral novo outorgado por D. Manuel I a 4 de Maio de 1512. Alguns anos depois foi levan­tado o pelourinho manuelino que não sobre­viveria à extinção do concelho.
Numa das suas visitas a esta freguesia, o abade de Baçal disse que "não podemos des­pedir-nos de Paço de Vinhais, apontamos no nosso canhoto de notas em 30 de Abril de 1932, numa excursão a estes sítios  sem nos referir à dor de alma que nos causou ao ver o capitel do seu pelourinho a servir de batente à porta de uma loja de bois! É de granito, oitavado, decorado por três ordens de ornatos, que se repetem, alternando em cada face do octógono. Num, uma torre com três janelas, terminada em triângulo coroado por uma cruz; no outro, um triângulo enci­mado por três círculos contínuos em linha recta e no outro uma carantonha. O centro da base apresenta o orifício onde encaixava o fuste da coluna". E o bom do abade, então, implorava: "Que a mentalidade indígena se amercie do monumento, lídimo brasão do seu povo, mandando-o restaurar, como fize­ram os de Vinhais, ou recolher a um museu, onde documentará a importância da sua ter­ra, a glória dos que, pelo seu valor mental, cívico e económico, souberam triunfar abra­çados à ideia municipalista, égide de incal­culáveis benefícios sociais. É possível que, procurando cuidadosamente, ainda apareçam as outras pedras do monumento".
Felizmente a mensagem foi escutada e compreendida. Homens de cultura como o Pde. Francisco Afonso conseguiram sensibi­lizar e mobilizar a população, tendo sido detectados alguns dos restos do antigo e nobre monumento, pelo que se promoveu o seu restauro no largo principal da aldeia. Belo e erguendo-se em toda a sua imponên­cia tem como única peça original o capitel que servia de batente na tal loja de bois.
Ali em frente ao pelourinho eleva-se a magnífica igreja matriz de S. Julião. Possui no interior um acervo patrimonial deveras assinalável: a talha barroca de es­tilo nacional no altar-mor, nos laterais e nos retábulos, para além de pinturas do sé­culo XVIII nos tectos. De grande mérito é também a igreja de Quintela, bem como a Capela de S. Lourenço, mas não se pode esquecer o Santuário de Nossa Senhora da Ponte. Ermida de construção recente, alpendrada, no seu recinto se reúne grande número de pessoas durante o segundo fim-de-semana de Julho. Munidas de suculen­tos e abundantes farnéis, repartem o tempo entre as sombras dos ramos compridos dos castanheiros e dos salgueiros das margens do rio e as manifestações religiosas e re­creativas de um bem elaborado programa que lhes é proposto.

Gastronomia
Doce de Ginjas

Ingredientes:
  • 1 kg de ginjas
  • 1 kg de açúcar

Modo de Preparo
  1. Lave as ginjas e retire-lhes os pés e os caroços.
  2. Leve o açúcar ao lume com 1/3 do seu peso em água e deixe ferver (limpando-o da espuma durante a cozedura), até fazer ponto de cabelo (32º Baumé ou 160ºC).
  3. Junte as ginjas e deixe cozer 25 minutos.
  4. Coloque o doce em frascos ou tigelas e cubra, depois de frio, com papel vegetal humedecido em álcool.