ALMAS RUDES
Bem sei das gentes sua estranheza,
Que bem me julgam, no mal julgar,
Não me conhecem por sua certeza,
Qual a minha em saber-lhes do duvidar.
Por entre as névoas do preconceito,
O omisso é pretenso e rude espírito,
Não lhe dêem senão vosso peito,
Não calem mais que certo o grito.
Mas quem sabe desta mi alma,
Que o coração lhe achega a preceito,
De tão simples, a julgar direito,
Inda se esvai, com tamanha calma,
Por entre a estreiteza do que passa,
No seu caminho de regresso a casa.
JORGE HUMBERTO
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