domingo, 14 de agosto de 2011

CUCO RABILONGO - AVES DE PORTUGAL


Cuco-rabilongo
Clamator glandarius
Para além do conhecido cuco-canoro, ocorre em Portugal um outro cuco, menos comum que o anterior mas  nem por isso menos espectacular: trata-se do cuco-rabilongo, uma espécie parasita, que põe os seus ovos  em ninhos de corvídeos, principalmente de pega-rabuda, mas também de pega-azul, gaio e gralha-preta.

Identificação

O cuco-rabilongo é relativamente grande. Distingue-se sobretudo pelo contraste entre o castanho das partes
superiores e o beige do peito; pela cauda muito longa; pela pequena poupa; e, naturalmente, pelas
vocalizações dos adultos, uma sequencia de "tchak-tchak-tchak-tchak", muito diferente do tradicional "cu-cu"  do cuco-canoro.
Os juvenis caracterizam-se ainda pelas manchas arruivadas nas asas.

Abundância e calendário

Este cuco ocorre de norte a sul do país mas é em geral uma espécie pouco abundante. De uma forma geral, é mais frequente  na metade interior do território e mais comum no sul que no norte.
É uma espécie estival, com um calendário de migração bastante precoce: os primeiros indivíduos chegam em Janeiro ou Fevereiro
e a maioria deverá chegar durante o mês de Março. Os juvenis
voadores são vistos sobretudo em Junho, após o que o
cuco-rabilongo abandona o nosso território.


Onde observar

Os melhores locais para observar o cuco-rabilongo situam-se na metade interior do país, com  destaque para o Alentejo. A norte do Tejo, este cuco é claramente menos comum.
Note-se que, devido à sua baixa abundância e discrição, o cuco-rabilongo nem sempre é fácil de
encontrar. Esta espécie detecta-se sobretudo no início da Primavera (Março-Abril a sul do Tejo,
Abril-Maio mais para norte), pois é neste periodo que os adultos emitem as suas vocalizações,
tornando-se por isso mais conspícuos. Durante o mês de Junho, quando os jovens cucos
começam a voar, a espécie tem um segundo período de detectatibilidade. Fora destes períodos, o
cuco-rabilongo tem um comportamento secretivo e as aves podem ser muito dificeis de detectar.


Trás-os-Montes – pode ser encontrado com alguma regularidade em Miranda do Douro.

Litoral Centro - observa-se na zona de Estarreja, onde nidifica localmente e é pouco
comum.

Beira interior – a zona raiana junto a Vilar Formoso, a região de Celorico da Beira e o Tejo
Internacional são os melhores locais para ver este cuco, que também ocorre junto às
albufeiras da 
Toulica e da Marateca.

Alentejo – alguns dos locais onde surge com mais frequência são: a zona de Nisa, a
barragem da Póvoa, a região de Mourão e as planícies de Évora e Castro Verde.

Algarve – pouco comum, aparece principalmente durante as passagens migratórias.

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