· em chefe, barril de prata com aros de negro e realçado do mesmo.
· Coroa mural de prata de três torres.
· Listel branco, com a legenda a negro: " BARRIL DE ALVA"
A Nossa Terra-Barril de Alva from BEIRA SERR
HISTORIA
A 25 de Julho de 1924, a então povoação do Barril assumiu a sua independência política, na sequência de um projecto-lei redigido pelo democrata e antigo ministro da 1ª República, Alberto de Moura Pinto, de quem Aquilino Ribeiro disse ser "girondino contra ventos e marés".
Transcreve-se esse projecto-lei, que constitui um documento histórico e de orgulho da freguesia do Barril de Alva.
A freguesia de Vila Cova Sub-Avô, no concelho de Arganil, é uma das mais antigas do país e compõe-se de várias povoações, entre as quais figura a povoação do Barril. Tanto a povoação que faz a sede, como esta última se têm desenvolvido consideravelmente há uns anos a esta parte, mercê do esforço dos seus habitantes, que na sua maior parte procuram em Lisboa, onde constituem numerosa, activa e honesta colónia, e no Brasil e América do Norte, angariar uma abastança com que regressem aos seus lares.
O Barril, apesar de ser o povo de constituição mais recente, atingiu tal desenvolvimento que hoje, por si só, se sente capaz de formar organismo administrativo à parte, tendo-se dotado gradualmente de todos os elementos que o impõe à consideração do Estado e da opinião pública.
Assim, e sem intervenção do Estado, construiu, a expensas da benevolência particular dos seus mais ilustres conterrâneos, casas de escola para os dois sexos, cemitério público, ampliação de uma capela transformada em igreja, conservação e melhoria dos seus caminhos, valioso comércio local, etc, elementos estes que, ao passo que foram sendo criados, lhes fizeram ganhar consciência da sua independência e um vivo desejo de a obter.
Separadas as duas povoações pelo rio Alva, às margens do qual estão fundadas, este desejo, afervorou-se a tal ponto que as duas povoações, que entre si têm laços estreitos de parentesco, começaram de não se entender e, por equívocos repetidos, se encontram hoje em aberta hostilidade, a que tudo serve de pretexto.
O natural amor pela independência, que não é contrariado sequer pela maioria dos habitantes da sede, degenerou em lamentável rixa, que inevitavelmente produzirá graves conflitos, se o Estado não acudir, separando o que a natureza das coisas não permite ter já reunido.
Memórias de Carlos Gil
O Barril, apesar de ser o povo de constituição mais recente, atingiu tal desenvolvimento que hoje, por si só, se sente capaz de formar organismo administrativo à parte, tendo-se dotado gradualmente de todos os elementos que o impõe à consideração do Estado e da opinião pública.
Assim, e sem intervenção do Estado, construiu, a expensas da benevolência particular dos seus mais ilustres conterrâneos, casas de escola para os dois sexos, cemitério público, ampliação de uma capela transformada em igreja, conservação e melhoria dos seus caminhos, valioso comércio local, etc, elementos estes que, ao passo que foram sendo criados, lhes fizeram ganhar consciência da sua independência e um vivo desejo de a obter.
Separadas as duas povoações pelo rio Alva, às margens do qual estão fundadas, este desejo, afervorou-se a tal ponto que as duas povoações, que entre si têm laços estreitos de parentesco, começaram de não se entender e, por equívocos repetidos, se encontram hoje em aberta hostilidade, a que tudo serve de pretexto.
O natural amor pela independência, que não é contrariado sequer pela maioria dos habitantes da sede, degenerou em lamentável rixa, que inevitavelmente produzirá graves conflitos, se o Estado não acudir, separando o que a natureza das coisas não permite ter já reunido.
A índole das duas povoações é pacífica e generosa e só estes sentimentos, postos em jogo pelos dirigentes políticos de todos os matizes têm conseguido evitar desastrosas consequências, a que o orgulho e o brio de cada uma, levado a um grau de desatinada paixão, podem levar povoações desavindas.
O signatário garante ao Congresso da República que neste desejo não há nenhum intuito de pessoal ou mesquinhas política, dando-se até a circunstância de viver e ter os seus haveres na velha freguesia de Vila Cova, à qual continuará a pertencer.
O signatário está e quer estar alheio aos incidentes que as paixões mútuas fazem surgir, desejando apenas o bom nome, a prosperidade e o sossego a que os seus conterrâneos têm direito, pela vida honrada que sempre levaram.
A apresentação do presente projecto é, pois, somente inspirada no propósito de justiça, na verificação de um facto de ordem social que tem o seu determinismo e a que é absurdo opor obstáculos: a povoação do Barril atingiu a sua maioridade e a de Vila Cova não carece de ela para a sua vida, e só a independência administrativa garantirá a boa ordem, a calma nos espíritos e o regresso aos bons tempos de harmonia.
Pelos documentos juntos prova-se a razão do pedido. E porque as duas povoações, à beira do Alva, desejam tomar como apelido o nome do seu rio, o que as distinguirá de outras terras, com a sua denominação, submeto à apreciação de V.Exªs, o projecto que se segue, em que se faz a criação da freguesia do Barril e se satisfaz esta última aparição".
As gentes do Barril de Alva são pessoas de bem e existe, entre nós, um certo orgulho por tudo quanto foi construído no passado.
Citações históricas
A leitura exaustiva do acervo pertencente a António Inácio Alves Correia de Oliveira possibilitou conhecer pormenores do “sítio do Barril”, depois sede de freguesia, mas peca pela falta de relatos circunstanciados, em relação a algumas matérias históricas.
Grupo Desportivo Barril de Alva
Dos arquivos do AIACO, por vezes saltam à vista documentos de todo inesperados, como é o caso deste estudo para a criação de um símbolo que havia de congregar os barrilenses pela prática do desporto.
A entidade desportiva seria identificada pela sigla GDBA ( Grupo Desportivo Barril de Alva) e a frase "guerreira", para o criador, só poderia ser a expressão latina IN HOC SIGNO VINCES - "Com Este Sinal Vencerás".
Sem data de registo, da história que vamos conhecendo fica mais este exemplo de amor ao torrão natal, a acreditar ser barrilense o artista que cruzou linhas e imaginou um símbolo..."à Benfica", substituindo a águia pelo cuco!“Cineteatro Barril Alva” e inauguração da “Estação Postal”
Graças ao empenho e dedicação de um homem, António Inácio Alves Correia de Oliveira (AIACO), é possível recuar no tempo e recuperar um memorial fantástico. Sem os seus arquivos, datas e figuras importantes de um período áureo do Barril de Alva ficariam para sempre diluídas no esquecimento das gerações deste século.
Festas e Romarias
"As festas e romarias de uma dada região são o retrato fiel da riqueza etnográfica e cultural da zona, bem como o espírito do seu povo".
Barril de Alva não constitui excepção.
No dia 28 de Outubro celebra-se uma festa em honra do padroeiro, S. Simão, outra em Julho , homenagem a Stº Aleixo(1), e em Agosto, a Stª Maria Madalena, (1).
A 25 de Julho comemora-se a independência da freguesia, e no dia 5 de Novembro é festejado o aniversário
da Associação Filarmónica Barrilense.
da Associação Filarmónica Barrilense.
Para além destas datas, a freguesia conta com a realização de uma feira tradicional quatro vezes por ano, nos primeiros domingos de Fevereiro, Maio e Agosto.No dia 1 de Novembro o evento atinge o seu ponto mais alto, com a presença de largas centenas de visitantes e algumas dezenas de feirantes, que dão um colorido diferente à aldeia.(1) De há anos a esta parte, estas festividades caíram em desuso.
Artesanato
António Moreira
A nossa freguesia não é rica em artesanato, embora em tempos recuados existissem na aldeia artesãos que faziam do trabalho em madeira modo de vida. De qualquer modo, o Barril de Alva orgulha-se da arte do afável António Moreira, que não sendo barrilense, é considerado como tal.
As miniaturas das suas casas de xisto estão espalhadas pelo mundo e é vulgar encontrar notícias dando conta da sua actividade de artesão conceituado.
Respigo do Jornal da Bairrada o anúncio da sua participação num evento: "...as casas em xisto de António Moreira, que trocou o Porto por Arganil e recria as casas das aldeias históricas nos relógios, candeeiros e quadros que faz há já uma década...".
Respigo do Jornal da Bairrada o anúncio da sua participação num evento: "...as casas em xisto de António Moreira, que trocou o Porto por Arganil e recria as casas das aldeias históricas nos relógios, candeeiros e quadros que faz há já uma década...".
O Diário "As Beiras" do dia 3 de Maio de 2007 acrescenta:
"António Moreira, contou ao DIÁRIO AS BEIRAS que já se dedica à execução de trabalhos em xisto há oito anos. Tudo o que expõe é feito por si, desde casinhas em miniatura, relógios, candeeiros, ímans, quadros de parede, caixas de fósforos, e "tudo o que me vou lembrando vou fazendo". Como aprendeu "é uma história muito longa". Mas sempre vai dizendo: "pensei que seria possível fazer coisas iguais àquelas que via aqui na serra, comecei, as pessoas gostaram e virei-me para o artesanato".
António Moreira, natural do Porto, decidiu vir morar para o Barril de Alva há 15 anos, após se ter reformado. Considera que dedicar-se ao artesanato, nesta altura da sua vida, só lhe faz bem. "Nas horas vagas viro-me para o artesanato, porque é uma coisa que gosto muito e que estou convencido que me tem dado muita saúde", frisou. Costuma, também, participar noutras feiras de artesanato, tendo já agendada uma participação em Valongo, a 9 de Maio, seguindo-se Guimarães, Santo Tirso, Mealhada, Lousã, entre outras, sempre em representação da Câmara Municipal de Arganil".
A visitar
A partir do Barril de Alva pode visitar locais de enorme beleza paisagística e conhecer a monumentalidade de alguns edifícios seculares.
Com os pormenores de trabalhos aturados, fácilmente encontrará nas páginas da Câmara Municipal de Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital ou Seia, roteiros interessantes.
Na nossa Freguesia, é obrigatório desfrutar do "pequeno paraíso" que é o Urtigal, onde o rio Alva, calmo ou mais apressado, parece ter um outro encanto.
Algumas das melhores imagens que publicamos retratam exactamente o que fica dito.
A visitar
A partir do Barril de Alva pode visitar locais de enorme beleza paisagística e conhecer a monumentalidade de alguns edifícios seculares.
Com os pormenores de trabalhos aturados, fácilmente encontrará nas páginas da Câmara Municipal de Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital ou Seia, roteiros interessantes.
Na nossa Freguesia, é obrigatório desfrutar do "pequeno paraíso" que é o Urtigal, onde o rio Alva, calmo ou mais apressado, parece ter um outro encanto.
Algumas das melhores imagens que publicamos retratam exactamente o que fica dito.
ESCOLA
Na época (e ainda hoje!), a imponência do edifício da escola primária sobressaia das demais construções, e só tinha paralelo em dois ou três palacetes, ainda de pé.
Como se pode ler no documento assinado por Alberto de Moura Pinto, os argumentos (onde se incluía a escola) que levaram o governo a decretar a separação institucional do lugar do Barril da freguesia de Vila Cova Sub-Avô, tinham força suficiente para tal desiderato.
A imagem e o texto que a acompanha não necessitam de palavras - uma que fosse, seria dizer "nada", perante a evidência. Permitimo-nos, porém, destacar o último parágrafo da "legenda", tal a sua importância no passado, no presente e no futuro:
"São altamente louváveis todos os esforços que se empreguem para derramar a luz nas trevas da ignorância, para levar aos pequenos cérebros o brilho cintilante da instrução, fazendo mais tarde dessas crianças cidadãos úteis aos seus semelhantes e aptos para honrarem a terra que os viu nascer".Gastronomia
Cabrito Recheado à Moda de Barril de Alva
Ingredientes:
- 1 cabrito com cerca de 3 kg (depois de bem arranjado) ;
- 1,5 dl de azeite ;
- 1 cabeça de alho grande ;
- 2 ou 3 cebolas ;
- 1 colher de chá de colorau ;
- 250 g de banha ;
- sal ;
- pimenta ;
- noz-moscada ;
- 1 dl de vinho branco ;
Confecção:
1. Corta-se a fressura (miudezas) do cabrito em bocadinhos.
2. Pica-se uma cebola e aloura-se com o azeite.
3. Junta-se a fressura e dois dentes de alho picados e deixa-se também refogar.
4. Tempera-se este guisado com sal, pimenta e noz-moscada e borrifa-se com um pouco de vinho branco.
5. Deixa-se cozer.
6. À parte, num almofariz, pisam-se uns oito dentes de alho com sal grosso, pimenta e colorau.
7. Junta-se um pouco de banha a esta papa e barra-se com ela todo o cabrito, por dentro e por fora.
8. Em seguida, recheia-se a cavidade abdominal do cabrito com o picado feito com a fressura e coloca-se o cabrito, ajeitando-o, numa assadeira de barro preto de Molelos.
9. Rega-se com um pouco de vinho branco e introduzem-se ainda no tabuleiro alguns quartos de cebola.
10. Espalha-se por cima a restante banha e leva-se o cabrito a assar no forno até ficar bem louro.
Muito obrigado pela divulgação da nossa Freguesia.
ResponderExcluirCarlos Ramos