quinta-feira, 25 de agosto de 2011

FREGUESIA DE PAIALVO



REGIÃO                   CENTRO
SUB REGIÃO            MEDIO TEJO
DISTRITO                 SANTAREM
CIDADE                       TOMAR
FREGUESIA             PAIALVO


HERÁLDICA
A simbologia do brasão é a seguinte: A coroa mural de prata de quatro torres significa que Paialvo já foi concelho; o pelourinho de prata, representa um monumento histórico existente na Vila de Paialvo; as duas palmas de ouro representam os Santos Mártires da cidade de Concórdia.


Brasão
É representado por um escudo vermelho, um pelourinho de prata, entre duas palmas de ouro, postas em pala. Uma coroa mural de prata de quatro torres e listel branco, com a legenda a negro: “PAIALVO”.

Bandeira
 É amarela com cordão e borlas de ouro, em haste e lança, também de ouro.
Selo
Está nos termos da lei e contém a legenda: “Junta de Freguesia de Paialvo — Tomar”.

RESENHA HISTÓRICA
Freguesia do concelho de Tomar, situa-se a sudoeste deste e é rodeada pelas freguesias de Assentis, Paço e Olaia, do concelho de Torres Novas, Atalaia, do concelho da Barquinha, Madalena e Asseiceira, do concelho de Tomar. Com uma área de cerca de 22,6 quilómetros quadrados, é composta pelas aldeias de Paialvo, Delongo, Curvaceiras, Charneca de Peralva, Peralva, Fontainhas, Bexiga, Carrazede, Carrascal, Vila Nova, Soudos (uma parte).
Quanto ao seu topónimo, diz a lenda que o seu nome vem de uma personagem histórica de nome Paio Alves.
 Consta ter existido uma cidade, de seu nome Cidade de Concórdia, que ficaria a alguma distância do lugar de A-De-Longo. 
Não se sabe a data da sua fundação, somente se sabe que a sua origem se deve aos romanos. Esta cidade estendia-se até à Ribeira de Beselga e os seus moradores foram apelidados de Concordenses por Plínio. 


 

Existia também uma pedra no local denominado Santos Mártires onde, ainda há poucos anos atrás, o povo de Curvaceiras fazia as suas festas com missa campal em honra dos Santos Mártires.Diz-se que esta pedra serviu para martirizar os Cristãos da Cidade de Concórdia. Foi recentemente levada do seu local original para a Quinta da Beselga (também Quinta de Cima). 
Há registo de um alvará em favor de Paialvo, de 1454, passado em Tancos pelo Infante D. Henrique. Os habitantes desta vila solicitaram a sua intervenção, para que pudessem pagar as primícias em Santarém, visto ser lá que vendiam os seus produtos e não em Tomar. 
O despacho do Infante foi favorável aos homens da Vila de Paialvo. Segue-se o alvará, como foi escrito: 
Alvará de D. Henrique ao Vigário de Tomar — 1454




Vigário Amigo o Infante D. Henrique vos faço saber que os moradores de Paialvo, Termo de Torres Novas, me agravaram dizendo que novamente lhes queres obrigar a pagar primícias, por lavrarem no termo dessa Vila.
Porém, eu vos recomendo e mando que os moradores dessa minha Vila ou Termo, que vão lavrar ao Termo de Santarém, lá pagarem as suas primícias.
E se os moradores que no dito Termo de Santarém lavram lá pagam primícias, vós não mandes de nenhuma maneira constranger os ditos moradores de Paialvo que nesse termo lavram, que não paguem aí primícias nenhumas, nem sejam demandadas nem requeridas por nenhuma pessoa pequena ou grande. Feito em Tancos, aos 29 dias de Abril de 1454
A vila de Paialvo teve o seu foral alguns anos depois deste alvará, em 1500. Teve Câmara, Cadeia e Pelourinho, ou seja, autonomia e justiça própria.
O Concelho de Paialvo foi considerado extinto em 1836 mas, a 23 de Fevereiro de 1837 ainda não tinha entregue o seu cartório. A documentação relativa ao cartório do concelho foi depositada na Câmara de Torres Novas, tendo posteriormente desaparecido num incêndio. 
Com a extinção legal do concelho de Paialvo, a Freguesia de Paialvo passou a ficar ligada ao concelho Tomar. Apesar da sua extinção como Concelho só se ter efectuado em 1836, há indicações de que a Vila de Paialvo já não funcionava como tal. Em 1764, a área ocupada pela Freguesia era a mesma de hoje. Nessa altura o seu nome era Freguesia de Igreja Nova, Nossa Senhora da Conceição ou Santa Maria era o Orago da Freguesia, cujo cura, o prior da Matriz de Santiago de Torres Novas, da qual era filial, anualmente apresentava o seu rendimento que rondava os 100.000 réis, pagos pelos Fregueses. Não se sabe a data em que o concelho de Paialvo deixou de funcionar como tal, mas sabemos que quando terminou a função passou para o concelho de Torres Novas até 1836, passando depois a pertencer ao concelho de Tomar como Freguesia de Paialvo. Pela leitura do Alvará de D. Henrique se percebe facilmente as divergências entre Tomar e Paialvo, o que terá levado a que o povo de Paialvo passasse para o concelho de Torres Novas. 
Em 1757 tinha 361 fogos com 1019 habitantes. Em 1774, foi construída a Igreja Nova em Carrazede, que ainda hoje existe. As relíquias do velho concelho, como o Pelourinho e o edifício onde funcionou a sede do concelho, podem ser apreciados na sua plenitude, visto encontrarem-se em bom estado de conservação.
A freguesia de Paialvo foi território senhorial de 1798 a 1857. A 16 de Janeiro de 1798, o Príncipe Regente D. João, criou o título de Conde de Linhares, a favor de D. Rodrigo Domingos de Sousa Coutinho Teixeira de Andrade Barbosa, e concedeu-lhe o Senhorio do Termo de Paialvo. O primeiro Conde de Linhares faleceu a 16 de Janeiro de 1812, no Rio de Janeiro. 
O último Donatário de Paialvo foi o segundo Conde de Linhares, D. Vitório Maria Francisco de Sousa Coutinho Teixeira de Andrade Barbosa, nascido em Turim (Itália) a 25 de Julho de 1790 e falecido a 29 de Julho de 1857.
Esta freguesia, foi portadora de duas confrarias, criadas para a ajuda mútua e para o bem da vida em sociedade. 
A Confraria de Paialvo foi  constituída a 15 de Maio de 1502 e a Confraria de Bexiga, a 21 de Maio do mesmo ano. Para pertencer a estas confrarias, os Confrades tinham que obedecer, sob juramento, às seguintes ordens:
•Que todos se ajudassem uns aos outros mutuamente;
•Que o Confrade com dificuldades por doença, ou outra fatalidade, fosse ajudado, se necessário, com os bens dos outros Confrades;
•Que, nas tarefas do campo e outras, os Confrades se ajudassem mutuamente.

Em Paialvo, ainda hoje, grande parte dos seus habitantes se ajudam em certos casos, como estabelecia a sua Confraria há 495 anos.
No âmbito da defesa militar, foram criadas pelo Conde D. Henrique, as Ordenanças. Estes eram corpos irregulares, precedentes do tempo dos Godos, povo que anteriormente habitava a Península Hispânica. O Conde deu-lhes uma forma regular e duraram até 1834, com algumas alterações.

Estas Ordenanças só combatiam em guerra de guerrilhas e algumas vezes prestavam bons serviços à Pátria, com destaque para a Guerra Peninsular, tendo funcionado de acordo com a lei até 1812. A partir daí chegaram mesmo a tornar-se perigosas para a ordem pública, tendo sido extintas a 20 de Julho de 1834.




A Capitania — mor das Ordenanças do Concelho de Torres Novas, era composta por 11 companhias, conforme o alvará de sua Majestade de 24 de Fevereiro de 1764. Era assim constituída a 5ª companhia da freguesia de Igreja Nova:
Capitão: Manuel Pedro Nunes Ferreira
Alferes: Joaquim Manuel da Fonseca
Sargento do número: Manuel Rodrigues Barbosa
Sargento Supra: Manuel Torrão
Escrivão: António Antunes
Meirinho: José Franco Almeida

Há, nesta freguesia, uma quinta plena de história, da qual ainda hoje existem as ruínas e que vale a pena mencionar. A bela Quinta do Alfeijoal, cujo nome deriva do ribeiro de Alfeijoal, pelo qual é banhada. É também conhecida por Quinta do Almotácer-mor. Esta quinta, pertença da família Faria, implicava o cargo de Almotacé-mor. 
Este era o oficial da casa real que tinha por obrigação provê-la de mantimentos em qualquer lugar onde se encontrasse. Nos últimos tempos da monarquia, este cargo era meramente honorífico, sendo o último Almotacé-mor o Visconde de Várzea e Marquês de Castelo Melhor, João da Silveira Pinto da Fonseca Correia de Lacerda de Eça Altro Figueiredo Sousa e Alvim. Baltazar de Faria foi, no século XVI, um dos mais afamados donos da quinta. 
A 11 de Outubro de 1555, foi nomeado primeiro reformador e visitador da Universidade de Coimbra por D. João III, depois do seu restabelecimento em Lisboa. Baltazar de Faria foi, também, o agente do nosso monarca em Roma, com o intuito de remover as dificuldades levantadas ao estabelecimento do tribunal da Inquisição em Portugal.


PATRIMÓNIO TURÍSTICO
Relativamente ao património local, este inclui monumentos e espaços naturais da mais diversas espécies, todos eles de interesse histórico, religioso e turístico. Estão incluídos neste campo, os seguintes:


Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição


As capelas de Paialvo, Delongo, Curvaceiras, Peralva, Charneca da Peralva e Vila Nova

Cruzeiro de Carrazede

Casas antigas com colunas 


FESTAS, FEIRAS E ROMARIAS

As festas e romarias, comuns às regiões portuguesas, não são excepção nesta freguesia, com os seus bailaricos, os seus ranchos folclóricos, as suas crenças.



Artesanato

Olaria e fabrico de azulejos pintados à mão




Gastronomia: 


Bacalhau assado na brasa com batata a murro


Ingredientes:

·         1 kg de bacalhau  demolhado
·         750 ml de azeite
·         6 dente(s) de alho em rodelas
·         1 kg de batata
·         1 kg de sal grosso
·         2 unidade(s) de pimentão verde picado(s)
·         2 unidade(s) de pimentão amarelo picado(s)
·         2 unidade(s) de pimentão vermelho picado(s)

 

Preparação:

1.  Lave bem e seque as batatas (com a casca).
2.   Coloque-as numa assadeira e envolva-as em sal grosso.
3.  Leve ao forno à temperatura de 200ºC por volta de 45 minutos.
4.  Retire as batatas do forno, remova todo o excesso de sal e reserve.
5.   Grelhe o bacalhau, em pedaços grandes, já demolhado (mais ou menos 12 horas,trocando-se a água) sobre a chapa do fogão até ficar bem tostado.
6.  Rasgue-o em lascas, retirando as espinhas e a pele.
7.  Reserve.
8.   Com um garfo, espete os pimentões frescos, um a um, e coloque sobre a chama do fogão, virando-os até ficarem bem queimados.
9.  Lave em água corrente, retirando a pele queimada e as sementes.
10.             Rasgue em tiras. Reserve.
11.              Numa panela, coloque o azeite e o alho.
12.              Leve ao fogo e espere levantar fervura (não deixe o alho queimar).
13.             Retire do fogo e reserve. 
Montagem
1.  Coloque numa assadeira (funda) o azeite com alho, as tiras de pimentão, o bacalhau, e mexa devagar.
2.  Pegue as batatas e dê um murro (de leve).
3.   Coloque na assadeira.
4.  Envolva no azeite e leve ao forno para aquecer.
5.   Sirva com arroz branco e brócolis refogado no azeite. 

Rendimento:

10 porções

3 comentários:

  1. Gostei desta matéria......
    abraços de MF

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  2. Já lá vão muitos anos desde 1938 mas não me esquece esses tempos; a escola era no centenário edifício dos Passos do Concelho ainda hoje existente e brinquei muito junto ao Pelourinho. Tempos tempos!

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