REGIÃO norte
SUB REGIÃO DOURO
DISTRITO BRAGNAÇA
CIDADE FREIXO DE ESPADA A CINTA
FREGUESIA LAGOAÇAPROCISSÃO
Lagoaça é uma freguesia do concelho de Freixo de Espada à Cinta, donde dista cerca de 20 km da sede de concelho.
É uma aldeia cujo termo tem duas zonas distintas: uma área de planalto de terras férteis e com características climáticas e de produções agrícolas próprias de Trás-os-Montes; uma outra área é a Terra Quente, com terrenos acidentados para as encostas do Douro e com culturas e microclima específicos do Alto Douro
A noroeste da povoação, encontra-se a Serra de Lagoaça. No seu cume há ruínas de uma atalaia, a que o povo chama Outeiro de Lagoaça, provavelmente construída nalgum período de guerra peninsular.
Aliás, em 1644 dá-se o saque de Lagoaça e Fornos pelos Castelhanos.
Quanto à designação de “Lagoaça”, a etimilogia da palavra deverá ter origem no significado de terreno alagadiço, pantanoso ou pequena lagoa. Reza a lenda que a origem do nome tem a ver com uma serpente descomunal e ferocíssima, conhecida por todos pelo nome de «Lagóia», que habitava uma caverna para os lados do Vale de Santa Marinha.
Quando a fome apertava ou por qualquer outro motivo despertava do seu torpor, a Lagóia saía do seu esconderijo e ai da criança ou adulto que lhe estivesse ao alcance. Fez tantas vitimas ao longo dos tempos que as gentes viviam aterrorizadas, as montarias para a sua captura nunca davam resultado porque o ofídio escapava sempre, até que conseguem enfrentar o terrível réptil sem recuos e todos armados de instrumentos cortantes liquidam o malvado bicho, voltando desta forma a paz e a serenidade a esta terra. Lagóia, por evolução fonética, originaria o topónimo actual de Lagoaça.
Há muitas outras referências a Lagoaça, que foi um curato do Marquês de Távora, passando para a coroa em 1759. Mais tarde passou para o priorado. As pinturas rupestres junto da Fonte Santa dão a indicação de que o seu passado é já muito remoto.
A sua importância remonta aos tempos de D. Dinis, quando este rei lhe dá foral a 26 de Abril de 1286. Mais tarde vai beneficiar do foral de Bemposta dado por D. Manuel em Lisboa a 4 de Maio de 1512.
Pertenceu ao concelho de Mogadouro, antes de ser de Freixo com as reformas administrativas do século XIX. Aliás, desde a sua criação como concelho em 1286 até à sua inclusão definitiva no concelho de Freixo em 1842, Lagoaça teve muitas alterações sob o ponto de vista administrativo, que incluem a pertença à donatoria dos Távoras desde fins do século XVI até 1759.
A Igreja Matriz de Lagoaça é de estilo românico, baixa, horizontal e com contrafortes exteriores, torre sineira simples e central, construída provavelmente nos fins do século XVI.
O Nicho e o Campanário são de 1740. O interior é riquíssimo em talha dourada nos altares, com a laje central em cantaria.
É uma aldeia com várias Capelas: a de Santo António, a qual possui um relógio de Sol na fachada, datada de 1646; a Capela da Senhora da Lapa; a Capela do Senhor da Santa Cruz, entre outras.
A actividade básica de Lagoaça é a agricultura acompanhada da pecuária. Tem oliveiras com muita azeitona de conserva, cereal, alguma castanha e vários pomares de abundantes frutos, dos quais se destaca a laranja.
É uma terra rica em tradições e cultura, sendo de destacar as grandiosas Festas em Honra de Nossa Senhora das Graças, que decorrem em Setembro, e a Festa de Santo António.
A sua vida quotidiana tipicamente rural, os seus recantos e soalheiras de Inverno, a pureza bucólica do seu ar e da sua paisagem, fazem de Lagoaça uma aldeia rural transmontana apetecida por muitos e que é o orgulho dos seus naturais.
O Miradouro da Cruzinha coloca-a sobranceira ao Douro num declive acentuado, onde a nossa vista se enche de espaço e respeito contemplativo da natureza. Lugar excelente para uma tarde bem passada em convívio com os amigos e, porque não levar uma boa refeição à maneira local, onde não faltem o salpicão, o presunto, o queijo, as azeitonas, o vinho e o pão caseiro.
A freguesia da Lagoaça é a freguesia mais a norte do município de Freixo de Espada à Cinta. No extremo nordeste deste concelho, fica no seu limite com o vizinho concelho de Mogadouro e muito perto de Espanha. São abundantes os vestígios arqueológicos que comprovam a antiguidade do seu povoamento. É o caso do povoado fortificado do Castelo Velho, na zona de Teixão, datado da Idade do Ferro. Tratava-se de um castro de pequenas dimensões, localizado num esporão granítico sobre o rio Douro.
As condições de defesa naturais eram muito boas, porque era inacessível por quase todos os lados. Uma linha de muralha complementava essas condições de defesa. Foram descobertas, no recinto interior, algumas cerâmicas manuais da Idade do Ferro. De datação indeterminada, mas certamente pré-histórica, é o povoado fortificado de Casal dos Mouros / Fonte Santa. Tratava-se de um castro de médias dimensões, localizado num cabeço em esporão sobre o vale da ribeira do Vale de Marinha
Dadas as fracas condições defensivas, uma linha de muralha contornava quase todo o povoado. No interior, foram recolhidos alguns fragmentos de cerâmica. Nesta zona de Fonte Santa, surgiram também vestígios de arte rupestre - pinturas compostas de duas figuras antropomórficas, aparentemente sobre um animal, por uma figura reticulada e por várias manchas de forma indefinida. O habitat de Santa Marta foi utilizado durante o período romano e Idade Média.
Localizado num cabeço arredondado, a norte da sede da freguesia, existiu no local onde está hoje a Capela de Santa Marta.
Aí foi possível observar algum material de superfície da época romana.
A Necrópole de Cabeço / Vale Travesso remonta ao período romano. Numa extensa área, foram encontrados muitos materiais romanos, como tégulas, cerâmica comum e uma ara em granito dedicada a Júpiter com a inscrição: IOVI / O M C / O R C / L L P. A Atalaia do Cabeço do Outeiro é de origem medieval.
O abade de Baçal descreveu-a como sendo uma pequena torre com porta. Sendo o ponto mais alto da região, apresenta excelentes condições para funcionar como atalaia. Actualmente, não há quaisquer vestígios da sua existência. No que respeita ao topónimo Lagoaça, a etimologia da palavra tem origem no significado de terreno alagadiço, pantanoso ou pequena lagoa. Segundo a lenda, origem do nome está relacionada com uma serpente de grandes dimensões que habitava uma caverna para os lados do Vale de Santa Marinha e que era conhecida por Lagóia.
Gastronomia
Arrepelados
Ingredientes
1 kg de amêndoas;
1 kg de açúcar;
2 ou 3 claras de ovo (conforme a amêndoa for, nova ou velha).
Preparação:
1. Põe-se água ao lume até ferver.
2. Retira-se do lume e mergulham-se os grãos de amêndoa para retirar a casca.
3. Rala-se a amêndoa na máquina de picar.
4. Depois, mistura-se 1kg de açúcar com 2 ou 3 claras de ovo (sem as bater).
5. Mistura-se tudo muito bem.
6. A seguir, fazem-se bolinhas e com as duas mãos enformam-se em forma de cone e envolvem-se em açúcar.
7. Distribuem-se em tabuleiro untado com azeite e polvilhado com farinha e deixam-se repousar umas horas ou de um dia para o outro.
8. Por fim, vão a forno médio até o vértice do cone ficar douradinho.
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