segunda-feira, 15 de agosto de 2011

FREGUESIA DE FAVAIOS



REGIÃO                   NORTE
SUB REGIÃO            DOURO
DISTRITO                 VILA REAL
CIDADE                    ALIJO
FREGUESIA             FAVAIOS







HISTORIAL

Favaios, na opinião de conceituados historiadores, era uma das mais importantes povoações da "Região de Panóias"





Quando os Mouros invadiram a Península, ocuparam o castelo de Flávias, pelo que ainda hoje o povo lhe chama "O Castelo dos Mouros". 


Na sequência desta invasão os Flavienses viram-se obrigados a procurar outras paragens; uns foram fundar novas povoações, que depois se denominaram Vilarinho de Cotas; outros estabeleceram-se a três quilómetros, num local chamado S. Bento, donde sustentaram contra os mouros guerra sem tréguas. Quando os mouros foram expulsos, os habitantes de S. Bento vieram ocupar novamente a sua Flávias, mas como esta fora completamente arrasada pelos mouros eles tiveram de a reedificar.


E assim foi construída a actual Favaios. Os habitantes de Vilarinho de Cotas continuaram nas suas novas povoações formando com os de Favaios uma só Freguesia para mais tarde se separarem, ficando filiais desta, a cuja igreja, que era ao tempo na Quinta de S. Jorge, concorriam todos os anos com ladaínhas pagando cada um seu vintém para o respectivo pároco. As senhoras da Quinta, a quem o povo chamava as Senhoras de S. Jorge, costumavam dar um bôdo aos pobres e o almoço ao reitor.

Foram senhores e donatários de Favaios os marqueses de Távora, até 1759, data em que passou o senhorio para a Coroa. Favaios foi uma reitoria da apresentação da mitra. Foi vila e sede de concelho próprio desde 29 de Outubro de 1211, com o foral de D. Afonso II, até 31/12/1853, em que um decreto régio pôs termo à sua autonomia municipal. A existência de um concelho assentava num foral ou carta de foral, diploma que regulava a administração, as relações sociais e os direitos e encargos dos moradores. Tratava-se de lei orgânica local, que fixava os limites do território, garantia o direito de propriedade e determinava os tributos e prestações que os vizinhos deviam pagar aos outorgantes.

Ainda que os forais nem sempre contenham referência às magistraturas locais, o que pode atribuir-se ao espírito costumeiro da organização municipal, eram autênticas cartas de privilégio, não apenas porque impunham uma lei escrita, mas também porque defendiam os foros municipais contra todas as opressões e abusos da classe senhorial e dos oficiais régios. O nome dos confirmantes garantia a validade e eficácia do diploma. A carta de foral pressupunha a existência de uma terra ou a sua iminente fundação, o que definia sempre o nascimento de um concelho. O foral arrastava consigo, mesmo que o não estabelecesse expressamente, a formação do concelho.


O Censual de Braga, elaborado entre 1084 e 1091 e acrescido depois de novas prestações exigidas pela evolução económica da diocese, refere-se à Terra de Panóias e à Freguesia de Favaios, a qual é anterior à fundação da Nacionalidade. O referido Censual refere-se-Ihe assim: 1145, "In Pannoniis recepti archiepiscopus ( ... ) eclesiam Sancti Georgii". - 1211, D. Afonso II concede-lhe foral "vobis XII populatoribus de Fabaios" - 1258, "Parrochia Sancti Jurgi de Fabaios" "( ... ) e disse que os homens de Soutilio demandaram a herdade ( ... ) "e sabe que Martin Rodriguez rendeiro que mora na vila de Mondego ( ... )





 No século XIII, são as inquirições de 1220/58, o mais precioso repositório de dados para a história local. Em 1320 Favaios figurava como "Sam Jurjo de Riba Pinhó"; em 1520 "Sam Jurjo de Riba de Pinham”. Em 1551 o Censual de Frei Baltasar Limpo menciona duas freguesias de Favaios: S. Jorge e S. Domingos.



Deram forais a Favaios D. Afonso II a 29 de Outubro de 1211, em Balsemão; D. Afonso III a 10 de Julho de 1270, em Lisboa; D. Dinis a 20 de Julho de 1284 em Lisboa; D. Manuel I a 16 de Julho de 1514, em Lisboa, confirmando-lhe e ampliando-lhe os seus privilégios.


Para memória, mandou a Câmara de Favaios colocar no alto do chafariz as armas deste monarca, que constam do escudo real das Quinas sobre a esfera armilar e encimadas por uma coroa.









MONUMENTOS



O historiador João de Barros que viveu no século XVI, diz que passando por Favaios viu muitos monumentos antigos. Deveriam ser os restos do Castelo Romano, a Igreja de S. Jorge e ainda uma tosca figura humana à qual o povo chamava "Favaios" e que existia no adro da igreja velha, bem como uma lápide com esta inscrição: "F... à memória de seu marido Flávio, fundador desta povoação". 




Ambos os monumentos estão sepultados nas fundações da torre da igreja nova, reedificada no 


século XIX.











MURALHAS


Muralhas, na designação popular, onde existiu o Castelo Romano.






QUINTA DE S. JORGE COM 


CAPELA ROMÂNICA



Pertença da família dos Sepúlvedas, onde tem o seu solar, procedente directamente do bravo e brioso general Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda, por seu filho António Correia de Castro e Sepúlveda, 1 º Visconde de Ervedosa, casado com D. Maria Josefa Taveira Figueiredo Teixeira de Barros, herdeira do Morgado da referida quinta.





CAPELA DE S. PAIO

Fica situada entre o caminho (antiga estrada romana) que vai por Vale de Anais para Alijó, pelo fundo de Vilarelho e o cemitério de Favaios. Data de 1639 a sua reedificação por devoção a HRmo (letras esculpidas na padieira da capela) Teixeira, com a ajuda de outros devotos da localidade; é dedicada ao jovem mártir S. Paio, de dez anos de idade, que viu a palma do martírio em 26 de Julho de 1625, por sentença de Abedarraman III.



CAPELA DE SANTO ANTÓNIO



Foi o fidalgo que instituiu o Morgadio e Capela de Santo António, com seu edifício anexo à rua Direita. A capela tem a data de 1676 da sua edificação, levada a efeito por aquele fidalgo, na padieira do frontespício. No altar há a nota da pintura mandada fazer pelo neto do fundador, José Pinto de Queirós, em 1799.






EDIFÍCIO INACABADO CONHECIDO POR "OBRA"

Fazia parte deste edifício a capela de S. Gonçalo, a qual serviu de Igreja Paroquial durante vinte anos. Aquando da construção da estrada para o Pinhão foi esta capela demolida. Ficava no conjunto do solar dos Leites Ribeiro, sendo então senhor do mesmo o fidalgo Morgado Do Espírito Santo, Álvaro Xavier Botelho Ribeiro Morgado Sarmento.



IGREJA MATRIZ DE S. DOMINGOS



As obras do edifício da Igreja Matriz começaram em 1820: nave e torre, parte só de pedreiro, no custo de vinte e cinco mil cruzados. Recomeçaram em 1835 com a capela-mor. Este intervalo de tempo foi devido às contínuas guerras civis entre liberais e miguelistas. O Padre António de Moura em 1840 inaugurou, numa primeira fase as obras, no meio de grandes festejos. A torre da Igreja possui um carrilhão de oito sinos
.












CAPELA DO SENHOR 
JESUS DO OUTEIRO




Foi construída no século XIX.








CAPELA DE SANTA BÁRBARA


Reconstruída há algumas dezenas de anos, pois a anterior era mais pequena e ficava muito à frente do actual largo, no cimo do monte conhecido pelo nome da invocação da mesma Santa. Do miradouro de Santa Bárbara desfruta-se um belo e vasto panorama, num raio de muitos quilómetros.











FONTE DO LARGO TEIXEIRA DE 


SOUSA







PATRONATO OU RECREATÓRIO DE SANTA JOANA




Era um modelar estabelecimento para o ensino de meninas e serve agora de Centro de Dia para a Terceira Idade.




CASAS BRASONADAS


São diversas as casas brasonadas dos séculos XVI, XVII e XVIII, com destaque para a casa do século XVI com janela geminada e lápide onde consta o nome do seu proprietário "Lapo Vaz Moutinho", possivelmente descendente de Vasco Afonso Moutinho, a quem D. João I deu uma licença em 20/01/1429, para edificar o Mosteiro de S. Domingos, em Vila Real de Trás-os-Montes. 




São ainda de destacar as casas brasonadas de Nicolau Pinto (1676) e do Visconde de Treixedo.










FACHADA DA CASA DO CAPELÃO 


MORAIS












DOURO



NEVE



2 comentários:

  1. Gostaria muito de conhecer esta região tão bonita e saber se ainda existe alguem da família Moutinho. Meu nome é Jeanne Moutinho, moro em São Paulo, Brasil e o meu e-mail é: jmouti8@yahoo.com.br.

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    1. Moro em Lisboa, mas também descendo de Moutinhos, que pode ver no meu site em http://gw.geneanet.org/aqf?lang=pt&m=S&n=Moutinho&p=

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