REGIÃO CENTRO
SUB REGIÃO OESTE
DISTRITO LEIRIA
CIDADE NAZARE
FREGUESIA Nazare
Escudo de prata
Coroa MuralCoroa mural de prata e três torres
ListelListel branco, com a legenda a negro: “FREGUESIA DE NAZARÉ”
Coroa MuralCoroa mural de prata e três torres
ListelListel branco, com a legenda a negro: “FREGUESIA DE NAZARÉ”
Banda DentadaBanda dentada de negro.
Representa a zona natural da freguesia, assim como o elevador da Nazaré, construído em 1889 com o intuito de servir a população do Sítio e da Nazaré sendo que actualmente é visitado por milhares de pessoas tanto por curiosidade, como pela fantástica vista panorâmica que oferece.
Representam as famosas praias da Nazaré, assim como a pesca que foi desde sempre a principal actividade económica desta freguesia.
Campanha diminuta ondada de verde e prata de quatro tiras e, vogando, um barco de azul, decorado de verde e negro e realçado de ouro e posto de proa.
Conta-se que no século IV, um monge grego, Ciríaco fugira para Belém de Judá levando consigo uma imagem de Nossa Senhora da Nazaré que havia sido esculpida por S. José, na presença da mãe de Cristo e que foi posteriormente oferecida ao Mosteiro de Cauliniana, em Mérida. Quando os mouros invasores derrotaram os cristãos, na batalha de Guadalete, o rei Rodrigo fugiu para Mérida, encontrando-se então com frei Romano que não se julgando seguro, fugiu com o rei para Oeste, atingindo os dois a costa atlântica onde hoje se encontra a pederneira.
Romano trazia uma caixa de relíquias que Santo Agostinho dera ao Mosteiro de Cauliniana, enquanto que Rodrigo trazia a imagem venerada de nossa Senhora. Segundo a tradição chegaram ao monte de S. Bartolomeu, nas imediações de Nazaré, a 2 de Novembro de 713. Ali viveram alguns dias até que Rodrigo manifestou o desejo de viver só e frei Romano foi habitar outro monte fronteiro, o actual Sítio de Nazaré, levando consigo a imagem e as relíquias que escondeu numa lapa.
A imagem de Nossa Senhora ficou então escondida nos rochedos por mais de quatro séculos até que, em 1179 alguns pastores que vagueavam pelos matos do Sítio, com os seus rebanhos, descobriram a imagem.
Não tardou que a notícia se espalhasse reunindo-se ali muitos devotos que a veneravam. Em 1182, numa manhã de nevoeiro, caçava nas matas do Sítio um dos mais conhecidos cavaleiros de D. Afonso Henriques, D. Fuas Roupinho, alcaide mor de Porto de Mós.
Em perseguição de um veado, seguiu até à ponta do promontório do Sítio, onde ia caindo. De súbito vendo-se entre a vida e a morte pediu auxílio a Nossa Senhora da O cavalo estancou então tão firme que parecia estar cravado na própria rocha. D. Fuas Roupinho, agradecido pela intervenção da Virgem, mandou chamar pedreiros de Leiria e Porto de Mós para a construção de uma capela no local, conhecida actualmente como a Ermida da Memória.
Encontrou-se então a caixa de relíquias bem como uma relação da atribulada viagem da imagem venerada. Com autorização régia, D. Fuas Roupinho doou os terrenos onde a capela fora construída e outros próximos.
Em 1377 D. Fernando visitou a imagem em piedosa romaria, mandando construir uma igreja mais vasta e espaçosa que se inaugurou a 5 de Agosto daquele ano. D, João 1, em 1383 mandou edificar alpendres para abrigo dos romeiros; D. João II e D. Manuel beneficiaram o templo e fizeram novas doações. Antes da primeira viagem para a índia, também Vasco da Gama visitou o templo.
As primeiras referências sobre a pesca na Nazaré são de 1645 e em 1870 já tinha um considerável desenvolvimento existindo por volta de cinquenta e oito cabanas para a arrecadação de aparelhos de pesca.
O povoado mais antigo é sem dúvida a Pederneira, cujo nome figura em vários documentos medievais e aparece em antigas cartas como "Seno Petronero"; sabe-se, por cartas de marear do século XIV e XV, que existiam na região mais portos interiores que estavam dependentes dos coutos de Alcobaça, desde a fundação do mosteiro, sendo os abades do dito mosteiro os donatários da vila.
No aspecto patrimonial, ressaltam na freguesia alguns elementos dignos de referência é o caso das igrejas de S. João e da Paderneira, do Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, das Capelas da Memória e de Nossa Senhora dos Aflitos, e do forte de S. Miguel. Este último está situado no extremo Oeste do promontório do Sitio, é senhor de uma vista imponente, desde S. Pedro de Moel a Norte, até Peniche e as Berlengas a Sul.
Em frente ao mesmo encontra-se um dos emblemas da Nazaré: a Pedra do Guilhim, local de grandes pescarias.
Trata-se de um notável monumento militar, estando ligado a uma longa história de resitência contra os ataques de piratas. Em 1903 foi ali construído um farol que auxilia desde então a navegação.
Um outro atractivo turístico da freguesia é o elevador da Nazaré, construído em 1889 com o intuito de servir a população do Sítio e da Nazaré sendo que actualmente é visitado por milhares de pessoas tanto por curiosidade, como pela fantástica vista panorâmica que oferece.
A pesca foi desde sempre a principal actividade económica desta freguesia, no entanto, com a industrialização da pesca e a construção do porto de abrigo, a pesca artesanal perdeu a sua importância e actualmente são poucos os que se dedicam a eIa .
Da tradicional arte da pesca chegaram até aos nossos dias as típicas embarcações da Nazaré, construídas conforme a pesca ou qualidade do pescado. Sem dúvida as embarcações de ílhavo foram as que deixaram a maior influência, dada a grande comunidade de ilhavenses que aqui se estabeleceu.
Os barcos da Nazaré eram de popa larga e bico em pirâmide para cortar as vagas mais fortes. O turismo tem também vindo a desenvolver-se graças não só às magníficas praias da freguesia, como também à gastronomia e à cultura e simpatia do povo nazareno.
Gastronomia
Caldeirada a moda de Nazare
Ingredientes:
- 12 sardinhas
- 1 kg de lulas
- 1 kg de safio
- 1 kg de cação
- 1 kg de cantaril
- 500 g de raia
- 12 enguias (finas)
- 1 kg de batatas
- 1 kg de cebolas
- 500 g de tomate
- 2 pimentos
- 2 dl de azeite
- 2 colheres de sopa de banha
- 7,5 dl de vinho branco
- 3 dentes de alho
- 1 ramo de salsa
- sal
- 1 colher de sopa de colorau
- 2 malaguetas picantes (piripiri)
- 2 folhas de louro
Modo de Preparo:
1. Cortam-se as cebolas e os alhos às rodelas e colocam-se num tacho de barro com o azeite, a banha, o tomate em bocados, as folhas de louro cortadas ao meio e os pimentos às tiras.
2. Junta-se um ramo de salsa e deixa-se refogar.
3. Enquanto o refogado apura, cortam-se os peixes grandes em postas e amanham-se as restantes espécies.
4. Dispõem-se as lulas sobre o refogado e, depois, em camadas, os peixes cortados alternados com rodelas de batata.
5. Polvilham-se as diferentes camadas de peixe com colorau e bocadinhos de piripiri.
6. Por fim introduzem-se as sardinhas e rega-se tudo com o vinho.
7. Tapa-se o tacho e deixa-se cozer a caldeirada sem nunca se mexer, agitando apenas o tacho.
A caldeirada é servida no tacho em que foi cozinhada.
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