quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ANDRÉ RODRIGUES DE MATOS - 1638-1698


André Rodrigues de Matos - Foi sócio das Academias dos "Generosos" e dos "Singulares".

Escreveu, em 1690, o "Diálogo fúnebre entre o Reino de Portugal e o Rio Tejo"
glosando o célebre soneto "Formoso Tejo meu, quão diferente te vejo e vi. .

Desgostoso com o frio acolhimento obtido pela sua tradução da "Jerusalém Libertada",
 de Torquato Tasso, retirou-se para uma quinta, onde faleceu.

Em destaque, este belo soneto, que, segundo Alberto de Oliveira, está incluído, com o seu nome,
 na "Fênix Renascida", vol. V, ano de 1728:

Alegre Pintassilgo, flor vivente,
não cantes, lisonjeia um desgraçado;
suave fontezinha, alma do prado,
não corras, acompanha um descontente.
 
Vejo que entre essas ramas, livremente,
festivo zombas do meu triste fado;
julgo que entre essas penhas, sem cuidado,
murmuras, rindo, do que peno, ausente.
 
Mas já que corres livre, sem demoras,
 bate essas asas, acelera o passo,
e vai saber de um bem que ausente adoro.
 
E se queres chegar em breves horas,
voa com estas penas que aqui passo,
corre com estas águas que aqui choro.

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