À morte de Carlos Alberto, rei do Piemonte
Ei-lo, o teu defensor, ó liberdade;
Ei-lo, no extremo leito! À humanidade
O tributo pagou!
Da nobre espada à lâmina abraçado,
Viveu soldado-rei, e, rei-soldado,
Sobre a espada expirou!
Ei-lo, no extremo leito! À humanidade
O tributo pagou!
Da nobre espada à lâmina abraçado,
Viveu soldado-rei, e, rei-soldado,
Sobre a espada expirou!
Rasgou-lhe ovante as margens do destino,
Foi-lhe rota, bordão de peregrino
Essa espada leal.
Hoje é cruz!
Do aço puro a cruz só resta.
Sentinela da campa, ao mundo atesta
Que o herói era mortal!
Os Édipos (691) de um drama incerto e vário
Talharam-te na púrpura o sudário,
Deixaram-te ermo e só!
Salve, ó rei! rei no sólio e no abandono;
Mais rei no exílio do que os reis no trono;
Rei até sobre o pó!
Foi-lhe rota, bordão de peregrino
Essa espada leal.
Hoje é cruz!
Do aço puro a cruz só resta.
Sentinela da campa, ao mundo atesta
Que o herói era mortal!
Os Édipos (691) de um drama incerto e vário
Talharam-te na púrpura o sudário,
Deixaram-te ermo e só!
Salve, ó rei! rei no sólio e no abandono;
Mais rei no exílio do que os reis no trono;
Rei até sobre o pó!
Salve, salve, ó majestade
Moribunda a sucumbir!
Como o espinho da saudade
Te havia fundo pungir!
Como o homem sofreria
Do monarca na agonia!
Longe do que era tão seu,
Da esposa e filhos briosos,
E dos campos seus formosos,
E do seu formoso céu!
Moribunda a sucumbir!
Como o espinho da saudade
Te havia fundo pungir!
Como o homem sofreria
Do monarca na agonia!
Longe do que era tão seu,
Da esposa e filhos briosos,
E dos campos seus formosos,
E do seu formoso céu!
"Pátria, adeus! Itália minha,
Ó terra que tanto amei!
Se não te fiz ser rainha,
Não quis mais também ser rei.
Adeus, margens do Tessino,
Sentença do meu destino!
Adeus, povo que escolhi;
Sê tu justo e livre e forte!
Possa dar-te a minha morte
O que em vida não venci!"
Assim diria: e, lançando
Os olhos em derredor,
E vendo aflito e chorando
Outro povo aquela dor,
Resoluto acrescentara:
"O soldado de Novara
Morre contente afinal,
Morre ao eco das batalhas,
Neste berço de muralhas
Que fêz livre Portugal!
Ó terra que tanto amei!
Se não te fiz ser rainha,
Não quis mais também ser rei.
Adeus, margens do Tessino,
Sentença do meu destino!
Adeus, povo que escolhi;
Sê tu justo e livre e forte!
Possa dar-te a minha morte
O que em vida não venci!"
Assim diria: e, lançando
Os olhos em derredor,
E vendo aflito e chorando
Outro povo aquela dor,
Resoluto acrescentara:
"O soldado de Novara
Morre contente afinal,
Morre ao eco das batalhas,
Neste berço de muralhas
Que fêz livre Portugal!
Nenhum comentário:
Postar um comentário