FREGUESIA DE EIXO

NORTE                     CENTRO

SUB  REGIÃO      BAIXO VOUGA

DISTRITO            AVEIRO

CIDADE              AVEIRO

FREGUESIA        EIXO


Heráldica

Brasão –

De azul, perle de prata carregado com cinco cruzetas páteas de negro entre uma caldeira de ouro, em chefe e duas telhas de prata realçadas de vermelho nos flancos. Coroa mural em prata com quatro torres. Sotoposto ao escudo, listel em prata, carregado com Eixo, em letras negras, maiúsculas, de estilo elzevir. Bandeira – esquartelada de vermelho e branco; cordão e borlas de prata e vermelho.
Simbologia

O azul do campo quer significar que Eixo sempre foi ladeada por água, primeiro pela enseada marítima do Marnel e, depois, pelo Rio Vouga. O perle ou pálio com as cruzetas, símbolo dos arcebispos, homenageia Santo Isidoro de Sevilha que, desde sempre, foi padroeiro de Eixo. A caldeira recorda o artesanato dos "caldeireiros", que em Eixo floresceu e cujas peças de cobre e de latão se disseminaram por todo o País. 

As telhas lembram, por sua vez, que a indústria cerâmica foi uma constante em Eixo, até ao final do primeiro terço do século XX, sendo atestada não só pelos fornos romanos recentemente descobertos, como também pela referência documental de 1555 e por outros testemunhos antigos
Estes predicados, enobrecidos pela respectiva coroa mural, dizem tratar-se da Vila de EIXO, que o listel ostenta para legendar todo o brasão.


História

Situada na margem esquerda do Rio Vouga, atravessada pela da EN-230, que liga Aveiro a Águeda, dista cerca de 8 Km da sede do concelho.
Eixo é uma povoação muito antiga, cuja primeira referência conhecida data do ano 1050. Foi concelho por volta dos séculos XII/XIII tendo recebido foral novo de D. Manuel, em 2 de Junho de 1516.


Muitas das actuais freguesias vizinhas pertenciam naquela época à Vila de Eixo.

Foi sede de um almoxarifado, ligado à Casa de Bragança, que aqui possuía os seus celeiros. Ainda hoje existe um edifício que, pelas suas características arquitectónicas, mostra ser de construção muito antiga (apesar da traça original ter sido consideravelmente alterada), conhecido pelo nome de “o celeiro”.


Eixo teve Juiz de Fora até ao ano 1834, cuja alçada se estendia a Ois da Ribeira, Paus e Vilarinho do Bairro.
Foram célebres as suas indústrias de cerâmica, do cobre e do latão. 

A actividade cerâmica é seguramente antiquíssima: de facto, em 12-12-1985, quando se procedia à exploração de saibro, uma máquina colocou a descoberto um forno para a produção de telha e tijolo, datável dos séculos VII/VIII. Mais recentemente, em Dezembro de 1995, um novo engenho com as mesmas características e da mesma época foi encontrado no sítio de Alagoela, aquando da construção de um edifício.
Existem documentos onde se afirma que um escudeiro da princesa Santa Joana refere no seu testamento, de 1555, o fabrico de telha na Vila de Eixo.
Ao que tudo indica, Eixo teve origem em três lugares: a Sul, o lugar de Arrujo; a Norte, Alagoela e Senhora da Graça; e o último, na zona central, onde se encontra a actual Igreja Matriz.

Quanto a Arrujo, diz a tradição que uma senhora chamada D. Urraca (que a lenda afirma ter sido rainha), ao passar por esta terra, deu à luz um filho e por tal motivo isentou os seus moradores de certos encargos territoriais. Por isso passaram a chamar ao lugar “Casal de D. Urraca”. 

O certo é que o foral de 1516 concede o privilégio aos residentes neste sítio (“Póvoa do Arrujo” ou “Casal de D. Urraca”, o que poderá confirmar, até certo ponto, a tradição.
A importância da antiga vila ainda hoje se nota na traça, única no concelho, de muitas das suas casas e na riqueza dos seus mobiliários.
Culminando uma época de considerável desenvolvimento populacional e industrial, e dando satisfação a uma velha aspiração da população, Eixo foi elevada, ou melhor, recuperou a dignidade de Vila em 24 de Agosto de 1989 (Lei n.º 45/89, in DR n.º 194 I série, da mesma data a pgs. 3525)

Topónimo

   Segundo Monsenhor João Gonçalves Gaspar, na sua obra "Eixo na História":

   - "talvez o topónimo "Eixo" tenha provido do vocábulo sânscrito ex+ahúa, usado pelos Celtas e por outras tribos indo-europeias e assumido pelos romanos. Composto pelos radicais do linguajar onomatopaico, significa "saída de curso livre de água corrente" ou "foz do rio"; de ahúa - e de suas variantes au(a), au(o), av(a),av(o), laua, lava, saua ou sava - teriam surgido, por exemplo: . bua e aqua no latim, "bua" e "áfua" no português, "acqua" no italiano, "eau" no francês, asim como tantos topónimos, nomes de cursos de água (vg. Ave, Agadão, Águeda, Vacca?Vouga) e outros étimos portugueses e europeus. De Ex+ahúa sucessiva e naturalmente resultaria a pronúncia popular e a grafia ulterior, em parte registada, deExau?Exò?Exso?Exu?Exo?Eyxo?Eixo. Como atrás foi referido, antes do rio Vouga, um braço do oceano alongava-se até ao Marnel, ladeando estes sítios."

   Todavia não devemos descurar o que escreve Carlos Vidal Coelho de Magalhães na sua obra "A Antiga Vila de Eixo":

   - "Não está averiguada ainda, de maneira definitiva, a origem do topónimo Eixo. Não se passou, até agora, de hipóteses, algumas com certo carácter científico, outras de cunho popular.

   Como é natural e tem vantagens, precederei a sua exposição e comentário da enumeração das formas arcaicas do topónimo.

Recursos económicos

                                         
Agricultura

– Na área agrícola é de notar a existência de alguns agricultores com alguma dimensão, mas continua a existir a pequena exploração de tipo familiar. Na freguesia é explorado em grande quantidade o cultivo do milho e outros cereais.

Indústria

– Fábrico de artefactos pré-fabricados ligeiros e pesados de construção civil, pontes e obras de arte de construção civil; de material inox para construção e acessórios de bicicletas e motociclos, serralharias civis de artefactos em ferro e outros metais, equipamentos publicitários e reclames luminosos, fabricação de caixilharia para construção civil em alumínio, serrações e fabrico de móveis em madeira, artefactos de betão para mobiliário/equipamento urbano e comércio, etc.

Serviços

- Existem, entre outros, duas instituições bancárias, duas farmácias (em Eixo) e uma para-farmácia (em Azurva), vários ATM's (Multibanco), diversos cafés, snack-bar's, mercearias tradicionais, talhos, peixarias, lojas de vestuário, ourivesarias, agências de seguros, oficinas de reparação auto e venda e reparação de equipamentos agrícolas.

Artesanato Local

– Cestaria, redes de pesca e trabalhos em cobre e em latão.

Feiras 
- Feira mensal realizada, em regra, no primeiro domingo de cada mês no lugar do Monte.

Serviços de Saúde
A extensão de saúde de Eixo, tem inscritos 4.017 utentes, tendo ao serviço 4 médicos, dois enfermeiros, dois funcionários administrativos e uma auxiliar; situa-se na Rua Monsenhor João Gaspar (Benfeitas)
  Há ainda na freguesia dois consultórios médicos particulares, um posto de recolha e colheita para análises clínicas, duas farmácias e uma para-farmácia.

Equipamentos Educativos

Educação e Ensino:

Jardim de Infância de Azurva  Rua da Escola - Azurva

Jardim de Infância de Eixo  Rua Sizenando Ribeiro da Cunha - Eixo

Associação de Assistência de Eixo - Centro Infantil  Rua Dr. Alfredo Coelho Magalhães - Eixo

Centro Social de Azurva  Rua Prof. Celso Santos - Azurva

Escola EB 1 de Azurva

Escola EB 1 de Eixo

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos

Instalações Desportivas

Pavilhão e Polidesportivo da EB Integrada de Eixo.

Propriedade, responsabilidade e gestão da EB Integrada de Eixo. Para a prática de todas as modalidades ligadas ao ensino da Educação Física e Futsal/Basquetebol

ampo de Futebol e Pista de auto modelismo do GD Azurva. Propriedade, gestão e responsabilidade do GD Azurva. Em Azurva. Para a prática de Futebol e auto modelismo.

Campo de Futebol relvado e pelado do GD Eixense.

Propriedade da Freguesia de Eixo, com gestão e responsabilidade do GD Eixense. Para a prática de Futebol.

Centro de Tiro Desportivo com Armas de Caça, Arco e Besta.

Propriedade e gestão do Clube de Caça e Pesca de Aveiro/Vouga, sendo responsável João Artur dos Santos Lemos. Em Eixo. Para a prática de Tiro.

Polidesportivo da Escola Básica do 1º Ciclo de Azurva.

Propriedade, gestão e responsabilidade da Câmara Municipal de Aveiro. Em Azurva. Para a prática de Futsal e Basquetebol. Em Azurva

Polidesportivo do Parque da Balsa.

Propriedade, gestão e responsabilidade da Junta de Freguesia de Eixo

Em Eixo. Para a prática de Futsal.

FESTAS E ROMARIAS

S. Sebastião – Janeiro

Senhor da Serra – Maio (dia da Ascensão)

Festas da Vila de Eixo e do Padroeiro Santo Isidoro – primeiro fim-de-semana de Julho

Nª. Sr.ª. da Graça – 15 de Agosto

Santa Eufémia – Setembro

Santa Bárbara (Horta) – primeiro fim-de-semana de Setembro

S. Geraldo (Azurva) – Outubro

Nª. Sr.ª da Conceição (Azurva) - Outubro/Novembro

Festival de Folclore (organização do Rancho Folclórico do Baixo Vouga) - em regra no primeiro sábado de Julho

Cicloturismo da Vila de Eixo (organização da Associação CicloEixo) - meados de Julho (em regra)

GASTRONOMIA TÍPICA DA REGIÃO

Não existindo em Eixo iguarias que possam caracterizar a sua mesa, é de referir que em ocasiões festivas se confeccionam: o leitão assado (à Bairrada), caldeirada de enguias, carneiro ou cabrito assado em caçoilas de barro preto. Na doçaria é costume usar-se o folar de ovos (na Páscoa), a aletria, arroz doce e leite-creme.

·         LEITE CREME

·         Ingredientes

·         1 litro de leite

·         Casca de 1 limão

·         1 ou 2 paus de canela

·         350 g de açúcar

·         60 g de farinha de trigo

·         6 gemas batidas

Modo de Preparo

1. Ferva o leite com a casca de limão e o pau de canela
2. Em uma panela, misture o açúcar e a farinha de trigo e adicione pouco a pouco o leite fervido, até envolver toda a mistura que, mexendo sempre, deverá voltar ao fogo para ferver até engrossar
3. Adicione, pouco a pouco as gemas batidas ao creme, leve de novo ao fogo, apenas 2 minutos para cozinhar as gemas, sem parar de mexer
4. Coloque o leite creme em uma travessa e, depois de frio, espalhe por cima um pouco de açúcar queime-o com a pá de torrar leite creme

Informações Adicionais

• Obs.: O leite creme deve ser queimado.
  Algumas receitas dizem que se pode colocar caramelo por cima.
  O que deixa o leite creme saboroso é exatamente o açúcar queimado por cima.