domingo, 8 de janeiro de 2012

FREGUESIA DE POÇOS DE BRANDÃO


REGIÃO                   NORTE
SUB-REGIÃO            ENTRE  DOURO  E  VOUGA
DISTRITO                PORTO
CIDADE                   SANTA MARIA DA FEIRA
FREGUESIA             PAÇOS DE BRANDÃO


HERALDICA
Publicada no Diário da República, III Série de 16/01/2004

BRASÃO 
«Escudo de azul, com cinco brandões de ouro, acesos de prata, com as chamas avivadas de vermelho; campanha diminuta de três burelas ondadas de prata, azul e prata. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro 'Paços de Brandão'»


Bandeira
Esquartelada de branco e azul. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro


Selo
nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Paços de Brandão - Santa Maria da Feira»




Breve História




«Afonso VI, rei de Leão e Castela, pediu reforços a Filipe I, rei de França, para expulsar os Mouros da Península Ibérica. Foram muitos os Cavaleiros Normandos (oriundos da Normandia), que se alistaram na hoste do conde D. Henrique. »

E é daqui que um dos cavaleiros da Normandia, de nome Fernand Blandon, vindo de uma família aristocrática, entra em Portugal em 1095 para assistir ao casamento do Conde D. Henrique com D. Teresa para fazer as homenagens da posse do governo do Condado Portucalense. No entanto, nesse mesmo ano, entrou como Donatário de uma terriola, até ali denominada Villa Palatiolo, como prémio da sua bravura nos campos de batalha contra o Islão, e desde então hoje é conhecida como Paços de Brandão (Paços - Palácio + Brandão - Blandon). Levantou mais tarde a sua Casa Nobre com Torre (como é timbre dos Brandões), a qual não chegou aos nossos dias, devido à erosão. 
Sabe-se apenas que até ao Séc. XIV a Torre ainda permanecia de pé. Entretanto, Fernand Blandon faleceu em data incerta, e foi sepultado no Mosteiro de Grijó.
A terra Brandoense que se orgulha do seu brasão, fica-lhe devendo o fomento agrícola pela radicação da população e o crescimento de uma nova freguesia.Com solares e grandiosas quintas, incluindo 3 casas com brasão: 








A Casa da Portela (onde em tempos serviu de cenário para o filme 'Amor de Perdição) a 








Casa do Comendador Azevedo Brandão e Casa do Engenho Novo, entre outros focos turísticos como 








a Igreja Matriz e Capela, às lendárias fontes, ao recente 






Museu do Papel, , sem deixar de mencionar a Praça de onde feiras e festas populares desempenham um bom papel para a Vila, entre muitos outros focos de interesse turístico.


« Paços de Brandão chamou-se n'outras eras Palaciólo Blandom - diz o »Domingo Ilustrado» E povoação vestusta, porque já existia no século XI. Deu-lhe o nome um cavalleiro, companheiro do conde D. Henrique, chamado Blandom. 




Compunha-se a freguezia de nove casaes, da metade dos quais era donataria a Ordem de Malta, á qual pertencia tambem metade da egreja. A outra metade era propriedade do mosteiro de Grijó, que possuia mais de dez casaes. Os primeiros moradores da localidade foram os mencionados Brandões, cujas sepulturas estão no mosteiro. »



Orago :
S. Cipriano
[ Bispo, Doutor e Mártir de Cartago ]
« Ecclesia Santi Cipriani de palaciolo de bndõ»
«Foi ao redor da Igreja Matriz, que nesta terra se agruparam sucessivas gerações de homens; foi junto ao altar sob o olhar de Deus, ou do seu santo, que esses homens viveram, trabalharam, esperaram e sofreram...» E a povoação de crentes cresceu...

Não há provas suficientes do início da Igreja paroquial em Paços de Brandão, mas estima-se que entre 1131 e 1132 a Igreja já existia, segundo a Diocese Portucalense que assim o refere na sua colectânea de Diplomas antigos, denominada "Censual do Cabido do Porto".
Mas antes desta Igreja pressupõe-se que já existia nesse mesmo local, um centro de culto primitivo, possivelmente um «...modesto campanário encostado a uma moderníssima ermida (...) com uma sineta a chamar os crentes a fazerem assembleia...» segundo relata o Pe. Joaquim Correia da Rocha nos seus estudos da terra brandoense. Com o passar do tempo, foi criando visuais novos, aumentando de tamanho para se tornar mais funcional. Após várias tranformações, só em 1630 aparece o primeiro livro de Baptismos. Em 1640 o 2º livro de assentos 'obituário' e mais tarde em 1694 o 3º livro, o de casamentos.
Em 1755, no tempo de Marquês de Pombal, não fora só em Lisboa os estragos que o terramoto provocara. Mesmo no Norte de portugal, houve necessidade de restauração de certos monumentos e edifícios, como esta mesma Igreja. A 15 de Outubro de 1763, a obra prima pintada na abóboda da Capela-Mor é finalizada pelo pincel do pintor portuense Domingos Teixeira Barretto, onde hoje ainda se pode admirar restaurada recentemente pelo Prof. Adriano M. Amaral (1990). Uma pintura alegórica a S. Cipriano e à Glorificação de S. José.

Em 1943, a população, constituída por operários da indústria Corticeira, não tinha possibilidades para um novo restauro da Igreja que apresentava sinais de ruína cujo orçamento excedia as suas posses. 
«Em simbiose perseverante com os fregueses (freguesia), o Padre da altura, Pe. José Martins Alves desdobrou-se em iniciativas mil, uma das quais ficou na memória do povo: as Consoadas, ou seja, uma forma de o povo poder contribuir para a paróquia de uma forma mais festiva e mesmo de concorrência entre lugares da mesma freguesia.
«...A última reparação mais importante da Igreja desde 1961, com a vinda do novo e actual pároco, Pe.Julião Valente, foi o alargamento lateral em 1992, dando-lhe um aspecto diferente, criando assim espaços vários, tanto para o culto, como para serviços(...) 
Foi um grande sonho que se realizou. Agora temos uma Igreja paroquial ampla, totalmente renovada, cómoda, artisticamente enquadrada num todo harmónico, com uma parte social moderna devidamente apetrechada para futuros trabalhos da paróquia; uma capela-Mor onde se pode contemplar quatro grandes painéis de grande valor artístico, e sobretudo um tecto abobadado com pinturas antigas de rara beleza. No corpo da Igreja logo nos impressiona a harmonia existente que os trabalharam...» - Padre Julião Valente, Pároco da Freguesia, de 1961/2010.






Noutros padrões de crenças encontramos várias referências patrimoniais, como a Capela da Póvoa, os cruzeiros, as alminhas e oratórios, os quais podem ser visualizados na nossa secção turística. Quanto às associações ligadas à paróquia, dirija-se à secção das colectividades.


Consoadas
« Natal lembra, não só a universal festa da Família, mas também o que os seus habitantes não apreciam menos: as tradicionais consoadas. Este termo, entre eles, significa a costumada ceia da véspera de Natal e também os cortejos de prendas oferecidas por todos ao Menino Jesus. É neste sentido que aqui o emprego. A emulação foi sempre um grande factor psicológico do progresso.
Por isso, o Rev. Pároco divide previamente a freguesia por partes (por lugares ou zonas) que devem apresentar publicamente em Domingos e Dias Santos sucessivos, as suas ofertas ao Menino; No dia previamente determinado e à hora da tarde combinada pelos interessados, saem todos de suas casas com as prendas, e organiza-se o cortejo. À frente, o pirotécnico e os ajudantes que transportam os foguetes e a seguir, sem ordem pré-estabelecida, o povo com as dávidas: galinhas, ovos, coelhos, vinhos, chouriços, e até opísaros jantares, etc. são levados por homens, mulheres e crianças. 








Poucos trajam como habitualmente: as raparigas vestem à vianesa e os rapazes as conhecidas calças e faixa de 'rusga'; e as crianças trajam à maruja ou à soldado, quando não imitam palhaços...

Calendário Popular

O nosso povo, num dos seus rifões, diz:
« A carriça tem de dar carne para a Páscoa» - isto é, é a primeira ave a compor o ninho - hino de ternura - e a chocar as pedrinhas. São assim chamados os ovos dos passarinhos, para que as formigas não dêm cabo das implumes avezinhas.»


Compasso – Páscoa
Uma das tradições que o povo brandoense ainda se pode orgulhar é existência do compasso que se dirige casa em casa, para que se benzam as casas, onde as famílias se reunem à volta da mesa para receber as bençãos de Hesus Ressuscito. O chefe de família tem como tradição pegar na cruz e dar a beijar a toda a família que lá se encontra. Saem sempre 4 cruzes constituídas pelos acólitos e/ou paroquianos que se oferecem para fazer esse trajecto, a todos os que o quiserem receber, colocando para isso, verdes na soleira da porta ou da entrada respectiva. A chegada do compasso apercebe-se pelo som do pequeno sino que um dos paroquianos faz questão de tocar ao longo das ruas.



FESTAS E TRADIÇÕES
Festa da Póvoa
A Festa da Póvoa, que se realiza no primeiro Domingo de Julho, em honra da Senhora da Livração e de S. Brás, é organizada por um conjunto de festeiros e mordomas, eleitos anualmente pelos seus antecessores.
O ponto alto das celebrações é a realização da majestosa procissão com diversos andores briosamente enfeitados.


Toda a festividade é realizada em redor da Capela, estendendo-se pela Rua dos Eucaliptos abaixo até à Urbanização dos Eucaliptos, onde se concentram os divertimentos.
Ao longo da Rua dos Eucaliptos são instaladas diversas tendas, algumas de diversão e outras de venda de guloseimas populares. Esta festa origina a visita de grande número de pessoas oriundas das freguesias próximas e distantes e prolonga-se por 4 dias, dedicando-se o último, a 3ª feira, a provas desportivas populares (corridas a pé, de bicicleta, de cavalos, subida ao mastro, etc.)


Festa dos Arcos

A Festa dos Arcos, que se realiza no primeiro Domingo de Agosto, em honra do Senhor dos Desamparados e de S. Cipriano, padroeiro da vila, é organizada por uma comissão legalmente constituída.
Um dos pontos altos das celebrações é a realização da majestosa procissão com diversos andores briosamente enfeitados.Toda a festividade é realizada junto à Igreja Matriz, principalmente no seio do Arraial. É visitada por um elevado número de pessoas, de freguesias vizinhas e mais distantes e ainda por emigrantes Brandoenses que por esta altura do ano se encontram de férias. A festa dura 4 dias, dedicando-se o último, 3ª feira, a provas tradicionais com subida ao mastro.


 Durantes estes dias, os doces, os grelhados e outros comestíveis marcam presença. É de registar nestas celebrações a participação de grande número de tunas, bandas e fanfarras 
No sábado à tarde são colocados no arraial os tradicionais arcos, elaborados por Brandoenses dos diversos lugares da Freguesia e transportados para o local acompanhados de música e grande descarga de fogo. O tema de cada arco é escolhido pelos seus executantes, que ao longo do ano os vão criando e elaborando, submetendo-os à apreciação de um juri, qie os avalia e classifica. Os arcos permanecem no arraial durante todo o mês de Agosto..


Festa de Carnaval

A Festa de Carnaval, levada a cabo pelaAssociação Cultural do Carnaval de Paços de Brandão, celebra  alegóricamente alguns dos costumes populares dos portugueses. O corso carnavalesco desfila pelas principais ruas da freguesia.
Associada a esta festa, decorre uma feira de fumeiro, também organizada pela mesma Associação.
Sendo uma festa relativamente recente, tende em permanecer nas tradições e origina a que muitas pessoas visitem a freguesia.



Gastronomia
Receita de Prego no Prato

Ingredientes:
  • 1 febra
  • 1 ovo
  • batatas em palitos para fritar
  • pickels
  • azeitonas pretas ou verdes
  • fiambre e queijo
Preparação:

1.   Frite a frebra num tacho com oleo ou margarina,
2.   frite o ovo, ponha as batatas a fritar.
3.   Ponha num prato, a febra no meio as batatas a volta o ovo por cima e decore com pickels, azeitonas pretas ou verdes o friambre e o queijo e sirva.


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